Conversas buscam estabelecer base sólida para o governo com a participação do PP e Republicanos no primeiro escalão
O reinício das atividades do Congresso Nacional após o fim do recesso parlamentar será marcado no Congresso Nacional pelas negociações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em busca de um acordo com partidos do Centrão, a fim de consolidar uma base sólida na Câmara dos Deputados. Nesta linha, as tratativas já levaram o deputado Celso Sabino (União-PA) ao Ministério do Turismo e, em breve, devem conduzir também os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) a altos escalões do governo de Lula.
Segundo a Folha de São Paulo, a adesão potencial dos partidos PP e Republicanos, juntamente com o apoio já consolidado da União Brasil, resultaria em 374 votos dos 513 deputados, número mais do que suficiente para aprovar emendas à Constituição (308) — no entanto, esse cenário ainda é incerto, por duas razões. A primeira é que o centrão ainda não chegou a um acordo definitivo com Lula, que além do controle de ministérios, envolve também a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões, além de melhorias na gestão das bilionárias emendas parlamentares.
A segunda razão é que mesmo que Lula faça uma reforma ministerial satisfatória para PP, Republicanos e União Brasil, certamente haverá dissidências nessas legendas, bem como nos dois outros partidos de centro e direita considerados mais alinhados: o MDB e o PSD.
Membros do centrão ouvidos pela reportagem demonstraram otimismo em relação ao acordo e acreditam que, mesmo com possíveis dissidentes, o governo caminha para estreitar os laços com a Câmara e construir uma base sólida com alguma margem de manobra. Eles mencionaram que o governo recentemente atendeu às demandas do setor agrícola, como o novo Plano Safra, o que pode ajudar a diminuir a resistência na principal bancada do Congresso, os ruralistas, e também entre os evangélicos.
Entretanto, reconhecem que as pautas relacionadas aos costumes e segurança pública são consideradas as mais sensíveis para essa possível nova base, podendo enfrentar uma grande quantidade de dissidentes.
“No Senado, a situação é mais confortável tendo em vista o maior alinhamento do petista ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o apoio de parlamentares influentes, como Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA) e Davi Alcolumbre (União-AP). Tanto é assim que um possível acordo com PP e Republicanos visa a Câmara, e não o Senado, já que por lá a maior parte das dez vagas dos dois partidos são de bolsonaristas que dificilmente vão aderir, como Ciro Nogueira (PP-PI), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Cleitinho (Republicanos-MG)” destaca a reportagem.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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