sexta-feira, 16 de junho de 2023

Palocci usa diálogos da 'spoofing' para pedir anulação de seus processos

 Mensagens revelam que ex-ministro era tratado de forma ofensiva pelos procuradores

Ex-ministro Antonio Palocci (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)


Com base em conversas obtidas durante a operação "spoofing", a defesa de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, requereu que o ex-juiz Sergio Moro, atualmente senador pela União Brasil, seja considerado suspeito nos processos movidos contra Palocci. Além disso, pede-se a anulação de todos os atos relacionados à ação penal eleitoral realizados pela 13ª Vara Federal de Curitiba. O pedido de Palocci se enquadra em uma ação em andamento na Justiça Eleitoral, decorrente da extinta "lava jato", na qual ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, aponta reportagem do portal Conjur.

No extenso documento de 102 páginas, os advogados de Palocci apresentaram uma série de mensagens trocadas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, então chefe do consórcio de Curitiba. Em uma dessas mensagens, o ex-procurador informou Moro sobre o protocolo de uma denúncia contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, naquele momento, e mencionou que outra denúncia contra Sérgio Cabral já estava pronta e seria apresentada no dia seguinte. A resposta de Moro foi: "Um bom dia, afinal".

A defesa de Palocci afirma que "as mensagens falam por si", evidenciando a coordenação entre Sergio Moro e os membros da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na operação Lava Jato. Essa coordenação direta impactaria diretamente o caso em questão, no qual todos os mencionados agentes públicos tiveram participação destacada.

Outro trecho das conversas revela uma pergunta da procuradora Laura Tessler sobre como se referir a Palocci, se como "ex-ministro" ou "ex-deputado". O procurador Antônio Carlos Welter respondeu: "Es-croque". Dallagnol também participou da conversa, chamando Palocci de "Safado".

A ação em questão está sendo analisada pela Justiça Eleitoral e deriva da operação "lava jato". Agora, cabe ao Judiciário examinar as alegações apresentadas pela defesa de Palocci.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do portal Conjur

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