Em depoimento à CPI dos atos golpistas no DF, o ex-ministro negou que tenha recebido qualquer relatório da Abin e indicou que houve manipulação em documento enviado ao Congresso
O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), prestou depoimento nesta quinta-feira (22) na CPI doa atos antidemocráticos de 8 de janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O ex-ministro negou que tenha recebido qualquer relatório da Abin e indicou que houve manipulação em documento enviado ao Congresso.
"A Abin respondeu [ao Congresso] com um compilado de mensagens de aplicativo. Esse documento tinha 'ministro do GSI'. Nunca participei de nenhum grupo de WhatsApp, eu não sou o difusor daquele compilado de mensagens. Então, aquele documento não condizia com a realidade. Esse era um documento, ele foi acertado e enviado", o ex-ministro do GSI do governo Lula.
"Nesse período, só fiz contato com diretor-adjunto da Abin. A Abin não me passou nenhum relatório. Não adulterei nem fraudei nenhum documento. [...] Só tomei conhecimento desse compilado de mensagens após o dia 8, e não mandei alterar", afirmou.
G. Dias atribuiu a segurança direta do palácio nominalmente aos militares remanescentes da gestão do General Heleno, ministro de Bolsonaro, em especial ao secretário executivo, general Ivan Penteado, exonerado após os atentados. No depoimento, ele disse ainda que, hoje, não teria os mantido. "A responsabilidade, logicamente, de tudo que acontece ali é do secretário executivo [general Penteado]. A segurança do Planalto é responsabilidade da Secretaria de Segurança Presidencial, à época tinha como secretário o general [Carlos] Feitosa. Quem fazia análise de criticidade era o coronel [Alexandre] Amorim e quem escalava o pessoal de segurança era coronel [André Luiz] Garcia. Essas pessoas tinham a responsabilidade de segurança do palácio.
O general Gonçalves Dias afirmou ainda que que não serviu água para bolsonaristas que invadiram o Palácio nem foi conivente com a invasão aos prédios públicos. “Existe uma narrativa de que facilitei ou deixei por facilitar. Mas não servi água para ninguém. Aquela imagem do major servindo água foi gravada às 15h59. A minha, às 16h30. A defasagem dele dando água com a minha é de 30 minutos. Eu não estava junto dele. Não servi água, não fui conivente com o que estava acontecendo. […] Não mandei distribuir água. Esse procedimento do major José Eduardo Natale está sendo ouvido em um processo de sindicância que mandei instaurar. Isso vai ser apurado, e ele vai ser punido se tiver errado”, acrescentou Gonçalves Dias.
Fonte: Brasil 247
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