Gabriela Cid trocou mensagens com Ticiana Villas Bôas, filha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. As duas conversam sobre manifestações pró-golpe
Esposa do tenente-coronel Mauro Cid, Gabriela Cid sugeriu que Jair Bolsonaro (PL) orientou uma conversa para caminhoneiros invadirem Brasília em protesto contra o resultado das eleições vencidas pelo atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 2 de novembro de 2022, três dias após o pleito, Gabriela trocou mensagens com Ticiana Villas Bôas, filha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. As duas conversam sobre manifestações pró-golpe. O militar está preso desde o dia 3 de maio após uma operação sobre fraudes em cartões de vacina - investigadores também descobriram as ligações dele com tentativas de golpe.
De acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (16) pelo jornal Folha de S.Paulo, a filha de Villas Bôas comentou que o Exército brasileiro "tinha que mandar alguém falar com os cabeças dos caminhoneiros e dizer quais (sic) tem que ser a reivindicação deles". "Estão falando em intervenção federal. Mas tem que ser impeachment, novas eleições com voto impresso", respondeu Gabriela.
Ticiana disse que isso não ocorreria, que até "segunda ordem a coisa [o processo eleitoral] foi democrática". Ela disse que os caminhoneiros tinham que parar, "sem obstruir [estradas]". Gabriela respondeu: "Sim! Foi o que pediu o presidente. E acho que todos que podem tem que vir para Bsb [sigla em referência a Brasília]. Invadir Brasília como no 7 de set [setembro] e dessa vez o presidente com toda essa força agirá".
Segundo a PF, Mauro Cid tentou conseguir um apoio jurídico para dar um golpe de Estado. Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o militar citou o jurista Ives Gandra com o objetivo de reforçar argumentos para uma ruptura institucional. O tenente-coronel também trocou mensagens com o ex-subchefe do Estado Maior do Exército Jean Lawand Junior. No começo deste mês, a PF descobriu no celular de Mauro Cid uma minuta de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e alguns "estudos" que, de acordo com os investigadores, poderiam ajudar na defesa do golpe.
Os atos golpistas aconteceram em 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram o Palácio do Planalto, onde fica o gabinete presidencial. Também ocuparam o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. O STF tornou 1.246 réus dos 1.390 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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