segunda-feira, 5 de junho de 2023

Deputado quer investigar igrejas na CPMI do 8 de janeiro: "oportunidade para separar o joio do trigo"

 "Há lideranças com projeto de poder se utilizando da igreja e isso se materializou em uma tentativa de golpe, com financiamento, logística e apoio", disse Henrique Vieira

Henrique Vieira, CPMI dos Atos de 8 de janeiro de 2023 e invasão em Brasília (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | Joédson Alves/Agencia Brasil)

O deputado federal e pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) defendeu que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) investigue a participação de  igrejas evangélicas nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Para ele, uma investigação sobre a participação destas igrejas pela CPMI traz uma oportunidade para "separar o joio do trigo" e desmistificar a narrativa de que há uma perseguição a este grupo.

"É uma excelente oportunidade de fazer aquilo que Jesus nos ensinou: separar o joio do trigo. Há milhões de pessoas frequentando a igreja com amor e devoção, mas há lideranças com projeto de poder se utilizando da igreja e isso se materializou em uma tentativa de golpe, com financiamento, logística e apoio", afirmou Vieira em entrevista ao UOL News.

"Todos os grupos que de alguma forma participaram da idealização, financiamento e logística de uma tentativa de golpe contra a democracia precisam ser investigados: políticos, empresários, influencers, religiosos. A extrema-direita política buscou o tempo inteiro uma aproximação com a extrema-direita religiosa. Essa relação se transformou em um projeto de poder de convocação autoritária", ressaltou o religioso.

Ele também criticou o discurso dos bolsonaristas de que o próprio governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria por trás dos atos terroristas de 8 de janeiro. Vieira afirmou, ainda, ter informações detalhadas para rebater essa tese, com imagens e documentos que comprovariam a articulação dos apoiadores do ex-presidente nos atos golpistas.

"Essa tática da extrema-direita é um pouco tragicômica. É um argumento frágil e quase um atestado de culpa: 'o governo não se defendeu bem do atentado que queríamos fazer contra o jogo democrático'. A extrema-direita tem dessas coisas. Quero investigar a fundo. Temos a cronologia do dia 6 ao dia 8 para desmontar a tese da extrema-direita de que a falha foi do governo Lula e do ministro Flávio Dino", afirmou.

Fonte: Brasil 247 com UOL News

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