George Washington Oliveira, junto de Alan Diego dos Santos e Wellington Macêdo, tentaram explodir uma bomba no aeroporto da capital federal. Acompanhe pela TV 247
A CPMI do 8 de Janeiro ouve nesta quinta-feira (22) George Washington Oliveira, detido como responsável pelo artefato explosivo encontrado nas proximidades do aeroporto de Brasília em dezembro de 2022. Para viabilizar o depoimento, o deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da CPI, obteve autorização do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e solicitou escolta para o depoente. Além de Oliveira, estão previstos os depoimentos de Valdir Pires Dantas Filho, Renato Martins Carrijo e Leonardo de Castro, peritos da Polícia Civil do DF.
Governistas pretendem explorar o testemunho para estreitar, mais uma vez, os laços entre Jair Bolsonaro (PL) e os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
Segundo um texto publicado em um site do PT, voltado para a CPI: "o atentado frustrado comprova que as narrativas golpistas alimentadas por Jair Bolsonaro e seus cúmplices produziram uma massa de brasileiros dispostos a atentar contra a democracia fazendo uso até mesmo de ações terroristas". Entre as anotações encontradas no celular de Oliveira, a Polícia Civil descobriu uma carta dirigida a Bolsonaro, na qual ele afirma: "o senhor despertou esse espírito em nós". Não se confirma se a mensagem chegou a ser enviada a Bolsonaro.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, é uma das autoras dos requerimentos para convocar Oliveira. Sua intenção é investigar a ordem cronológica dos eventos que compartilham o conteúdo golpista relacionado à não aceitação dos resultados eleitorais.
A base do presidente Lula (PT) também busca obter mais informações sobre o financiamento dos atos golpistas. Os parlamentares do PT acreditam que Oliveira tem conexões com empresários rurais. Oliveira encontra-se detido desde dezembro, quando foi localizado em um apartamento em Brasília. Em seu depoimento, ele confessou que "queria instaurar o caos" e detonar o explosivo para chamar a atenção de um acampamento pró-Bolsonaro, que estava instalado na época no Quartel General do Exército, em Brasília. O acampamento tinha o objetivo de pressionar por um possível golpe que impediria a posse do presidente Lula.
Outro suspeito envolvido no ataque com a bomba, Alan Diego dos Santos Rodrigues, também está preso, enquanto Wellington Macêdo, o terceiro homem envolvido, está foragido. Em maio, o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, condenou Oliveira a uma pena de nove anos e quatro meses. Alan Diego recebeu uma pena de cinco anos e quatro meses. O processo de Wellington Macêdo foi separado, pois ele ainda está foragido. Segundo o juiz, os condenados colocaram em perigo a vida, a integridade física e o patrimônio das pessoas ao colocarem explosivos ou substâncias semelhantes em um caminhão-tanque carregado de combustível.
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