A perspectiva favorável está sendo incorporada pelos bancos em suas análises, com efeitos positivos nos preços-alvo das empresas
Refletindo uma melhoria no cenário econômico, a análise das ações no Brasil começa a apresentar resultados positivos. A expectativa de uma atividade econômica mais robusta do que o previsto, a queda da inflação e a iminente redução da taxa de juros a partir do segundo semestre estão influenciando as avaliações dos bancos e analistas em relação às empresas do país. Essa perspectiva favorável está sendo incorporada pelos bancos em suas análises, o que tem gerado efeitos positivos nas recomendações e nos preços-alvo das empresas com maior exposição ao mercado interno, aponta reportagem do jornalista Felipe Laurence, do Valor, que diz que esse movimento pode se intensificar nas próximas semanas.
Anteriormente, a maioria dos bancos previa um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 1% para 2023, mas agora o consenso do mercado varia entre 2% e 2,5%, impulsionado pela reação da atividade econômica. No âmbito da política monetária, a decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, apesar da pressão do governo, tem mostrado resultados esperados ao enfraquecer a inflação.
Pedro Martins, diretor de pesquisa para América Latina do J.P. Morgan, destaca que essa mudança estrutural, com um PIB mais robusto e um governo comprometido com a disciplina fiscal, proporciona uma ancoragem de médio e longo prazo, gerando confiança e oportunidades de planejamento e investimento.
As condições atuais apontam para uma queda da taxa Selic no segundo semestre, devido à desaceleração da inflação e à valorização do real, o que trará alívio para setores e empresas que atuam no mercado interno.
Essas mudanças nas expectativas macroeconômicas têm um impacto direto na avaliação das empresas, pois os analistas incorporam essas novas premissas aos modelos utilizados para acompanhar cada setor. A redução considerável da curva de juros de longo prazo é um fator relevante, pois diminui o custo de capital e facilita a estimativa futura das empresas, de acordo com Aline Cardoso, diretora de pesquisa em ações do Santander Brasil.
As alterações na taxa Selic também têm um impacto direto na avaliação do desempenho operacional das empresas. Segundo o Santander, a cada redução de 100 pontos-base na taxa, o lucro das empresas brasileiras aumenta em média entre 10% e 15%. Além disso, o período atual é propício para a atualização dos modelos de análise, levando em conta as projeções para os próximos 12 meses, o que indica uma melhoria no desempenho operacional das empresas.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornalista Felipe Laurence do Valor
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