Secretário da Segurança Pública do Paraná aponta que autor do ataque teria sofrido bullying na escola em 2014 e procurou vítimas da idade de seus agressores para descontar a raiva que tinha guardada
Um ex-aluno de 21 anos invadiu o Colégio Estadual Professora Helena
Kolody em Cambé, no norte do Paraná, nesta manhã de segunda-feira (19 de
junho). Ele estava armado e efetuou vários disparos. Um deles acertou uma
menina de 15 anos, que morreu, e um outro aluno, de 16 anos, que foi ferido na
cabeça e está internado em estado grave.
Após a ocorrência, o Coronel Hudson Teixeira, secretário de
Segurança Pública do Paraná, concedeu uma entrevista na tarde de hoje atualizando
sobre as investigações dos fatos. Segundo ele, a equipe da Sesp-PR esteve em
contato com o diretor da escola e também com outras pessoas que estavam no
local quando houve o ataque, além de ter ouvido o próprio autor do atentado e
conversado com o delegado que está tocando o caso.
“Nós conseguimos entender todo o contexto e o porque, sob a
ótica dessa pessoa, que é um desequilibrado mental, dos fatos que ocorreram
hoje pela manhã”, disse o secretário, revelando que o atirador estudou em 2014
no Colégio e teria sofrido bullying de colegas na ocasião. “Desde então vem com
essa mágoa. Segundo ele, vem planejando isso desde quando saiu do colégio. Ele
guardou toda essa raiva, toda essa mágoa, foi planejando isso, foi estudando,
foi vendo em redes sociais situações semelhantes que ocorreram no país e fora
do país também”, revelou o Coronel.
A arma do crime, um revólver calibre .38, foi comprado há
cerca de um mês e meio. Para o ataque, o jovem ainda levou consigo seis ou sete
carregadores. “O plano dele era fazer o máximo de vítimas possível no colégio.
Não obteve êxito porque o colégio já tinha passado por um treinamento pela
Polícia Militar, com o Batalhão Escolar, com o Batalhão de Operações Especiais,
então eles sabiam os protocolos de segurança.”
Sobre as duas vítimas, um casal de jovens que seriam namorados, o secretário apontou que o assassino disse não conhecer nenhum dos dois. “Procurou as vítimas com a idade parecida das pessoas da qual ele sofria bullying. Segundo versão dele. E o objetivo dele era vitimar o máximo de pessoas possível e cometer suicídio com a chegada da polícia. Não o fez porque disse que a arma travou, o revólver travou. Isso a gente vai ver na perícia se realmente é verdade.”
Atirador
chegou a ser denunciado por ameaçar colega com faca
Após estudar no Colégio de Cambé em 2014, o assassino se
mudou para Rolândia, também no norte paranaense, e teria relatado ter sido
tratado de outra forma. Isso, no entanto, não impediu que o rapaz também
enfrentasse problemas, tanto que a Sesp-PR confirmou que há registro de
envolvimento dele numa situação de posse de arma branca – uma faca.
“Ele atentou contra um aluno. Na época ele não foi preso em
flagrante, fugiu e foi denunciado”, explicou o Coronel, sem dar maiores
detalhes sobre essa situação anterior. “Ele também relata que passa por
tratamento psicológico e psiquiátrico, tem esquizofrenia, o que nós vamos
verificar se é verdade mesmo”, finaliza.
Fonte: Bem Paraná
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