segunda-feira, 19 de junho de 2023

Atirador planejava atentado em escola no Paraná há anos como forma de vingança: “Plano dele era fazer o máximo de vítimas possível”

 

Secretário da Segurança Pública do Paraná aponta que autor do ataque teria sofrido bullying na escola em 2014 e procurou vítimas da idade de seus agressores para descontar a raiva que tinha guardada

Colégio Estadual Professora Helena Kolody/Divulgação

Um ex-aluno de 21 anos invadiu o Colégio Estadual Professora Helena Kolody em Cambé, no norte do Paraná, nesta manhã de segunda-feira (19 de junho). Ele estava armado e efetuou vários disparos. Um deles acertou uma menina de 15 anos, que morreu, e um outro aluno, de 16 anos, que foi ferido na cabeça e está internado em estado grave.

Após a ocorrência, o Coronel Hudson Teixeira, secretário de Segurança Pública do Paraná, concedeu uma entrevista na tarde de hoje atualizando sobre as investigações dos fatos. Segundo ele, a equipe da Sesp-PR esteve em contato com o diretor da escola e também com outras pessoas que estavam no local quando houve o ataque, além de ter ouvido o próprio autor do atentado e conversado com o delegado que está tocando o caso.

“Nós conseguimos entender todo o contexto e o porque, sob a ótica dessa pessoa, que é um desequilibrado mental, dos fatos que ocorreram hoje pela manhã”, disse o secretário, revelando que o atirador estudou em 2014 no Colégio e teria sofrido bullying de colegas na ocasião. “Desde então vem com essa mágoa. Segundo ele, vem planejando isso desde quando saiu do colégio. Ele guardou toda essa raiva, toda essa mágoa, foi planejando isso, foi estudando, foi vendo em redes sociais situações semelhantes que ocorreram no país e fora do país também”, revelou o Coronel.

A arma do crime, um revólver calibre .38, foi comprado há cerca de um mês e meio. Para o ataque, o jovem ainda levou consigo seis ou sete carregadores. “O plano dele era fazer o máximo de vítimas possível no colégio. Não obteve êxito porque o colégio já tinha passado por um treinamento pela Polícia Militar, com o Batalhão Escolar, com o Batalhão de Operações Especiais, então eles sabiam os protocolos de segurança.”

Sobre as duas vítimas, um casal de jovens que seriam namorados, o secretário apontou que o assassino disse não conhecer nenhum dos dois. “Procurou as vítimas com a idade parecida das pessoas da qual ele sofria bullying. Segundo versão dele. E o objetivo dele era vitimar o máximo de pessoas possível e cometer suicídio com a chegada da polícia. Não o fez porque disse que a arma travou, o revólver travou. Isso a gente vai ver na perícia se realmente é verdade.”

Atirador chegou a ser denunciado por ameaçar colega com faca

Após estudar no Colégio de Cambé em 2014, o assassino se mudou para Rolândia, também no norte paranaense, e teria relatado ter sido tratado de outra forma. Isso, no entanto, não impediu que o rapaz também enfrentasse problemas, tanto que a Sesp-PR confirmou que há registro de envolvimento dele numa situação de posse de arma branca – uma faca.

“Ele atentou contra um aluno. Na época ele não foi preso em flagrante, fugiu e foi denunciado”, explicou o Coronel, sem dar maiores detalhes sobre essa situação anterior. “Ele também relata que passa por tratamento psicológico e psiquiátrico, tem esquizofrenia, o que nós vamos verificar se é verdade mesmo”, finaliza.

Fonte: Bem Paraná


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