segunda-feira, 8 de maio de 2023

Torres presta depoimento à PF nesta segunda sobre blitzes contra eleitores de Lula no Nordeste; defesa diz que ele vai falar

 Anderson Torres dará explicações sobre a operação da Polícia Rodoviária Federal que dificultou o acesso de nordestinos às urnas na última eleição

Ministério da Justiça, Polícia Rodoviária Federal e Anderson Torres (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | PRF | Marcelo Camargo/Agência Brasil)


Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, que está preso há mais de 110 dias, prestará novo depoimento à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (8). Sua defesa confirmou que ele comparecerá à superintendência nacional da PF e abrirá mão do direito de permanecer em silêncio. "Ele vai abrir mão do direito ao silêncio e esclarecerá tudo o que for questionado", afirmou Eumar Novacki, que lidera o time de advogados de Torres. 

Ele será interrogado sobre as ordens que deu à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para promover uma série de bloqueios nas rodovias no dia do segundo turno das eleições de 2022. A PF suspeita que Torres idealizou a operação com o intuito de atrapalhar o trânsito de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A planilha que Torres pediu a seus subordinados para basear a ação já está em mãos dos investigadores - o arquivo levanta os locais em que Lula e Jair Bolsonaro (PL) tiveram o melhor desempenho eleitoral. A defesa alega que o mapeamento foi feito sobre ambos os candidatos.

A PF também deve questionar o ex-ministro da Justiça sobre as razões de ele ter viajado à Bahia nas vésperas do segundo turno. Os investigadores suspeitam que a visita serviu para orientar a PF e a PRF sobre os bloqueios que seriam realizados no Estado, que foi crucial para a vitória eleitoral de Lula. Torres deve explicar que a viagem ocorreu para atender um convite do então diretor-geral da PF, Márcio Nunes.

Em abril, a PRF reinstaurou uma investigação interna para apurar o que motivou a operação dos bloqueios nas estradas. 

Torres está preso desde 14 de janeiro, por suspeita de omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Fonte: Brasil 247

Nenhum comentário:

Postar um comentário