A princípio, agentes do GSI atuavam apenas para retirar os invasores do Planalto, mas G. Dias ordenou que os criminosos fossem presos
Integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirmaram em depoimento à apuração interna feita pelo órgão que apura as responsabilidades pela invasão e depredação do Palácio do Planalto nos atos terroristas do dia 8 de janeiro que a orientação inicial era apenas para a retirada dos extremistas do local. A ordem para que as prisões fossem efetuadas foi dada horas depois pelo então ministro-chefe da pasta, Gonçalves Dias. Os depoimentos foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“As declarações apontam que a primeira determinação partiu de Carlos José Russo Penteado, então secretário-executivo do GSI. A orientação dele era para a condução dos invasores para fora do Planalto e que os integrantes do GSI os orientassem a deixar também as proximidades do local”, diz reportagem do Metrópoles citando depoimentos obtidos pela TV Globo.
Ainda segundo a reportagem, “horas depois, os servidores receberam uma nova ordem do então ministro-chefe da pasta, Gonçalves Dias, para que os invasores fossem presos. Os servidores foram ouvidos em fevereiro — antes da demissão de Dias e da divulgação de imagens do circuito interno do Planalto”.
De acordo com o coronel Wanderli Baptista, “no primeiro momento, a missão de todos nós […] era de evacuar a instalação [Palácio do Planalto] tendo em vista que o grande número de manifestantes não permitia, naquela ocasião, qualquer tipo de detenção ou prisão. A missão da tropa de choque e do pessoal de serviço do GSI era a retirada dos invasores do Palácio do Planalto”.
O militar, porém, ressaltou que a ordem para que os golpistas fossem presos foi dada pelo general Gonçalves Dias horas após a primeira determinação do então secretário-executivo do GSI, Carlos José Russo Penteado.
No depoimento, Baptista também afirmou ter havido um atraso na transmissão da ordem de Gonçalves Dias aos integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal e do Exército, o que gerou um desencontro de informações que resultou em um embate entre o comandante da tropa da PM e o então comandante do Batalhão da Guarda Presidencial do Exército, coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora.
“O comandante da tropa da PMDF retorna até a mim, dizendo ‘Comando, vou prender o coronel do Exército’. Eu, de imediato, passei à frente da tropa de choque da PMDF e fui falar com o coronel Fernandes, que estava cumprindo a missão de retirada dos manifestantes do Palácio e não tinha ciência, até aquele momento, da ordem de prisão determinada pelo ministro do GSI”, disse Baptista no depoimento. Ainda segundo ele, o problema teria sido resolvido de “imediato”.
Fonte: Brasil 247 com Metrópoles
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