O 'novo BNDES', segundo Aloizio Mercadante, é "verde, digital e busca a reindustrialização do Brasil"
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou nesta segunda-feira (15) o lançamento de uma nova linha de financiamento voltada para a indústria, o que deve ocorrer no dia 25 de maio, em comemoração ao Dia da Indústria. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), já havia mencionado anteriormente que o governo está trabalhando em um conjunto de medidas para beneficiar o setor industrial nessa mesma data.
Durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, Mercadante afirmou: "vamos lançar uma linha de financiamento para a indústria exportadora, bem como uma linha para exportação. Essas iniciativas serão realizadas no dia 25, na Fiesp, e serão um forte apoio, seguindo as mesmas condições que oferecemos para o setor agrícola."
De acordo com o presidente do BNDES, essa é uma nova abordagem, com taxas de juros fixas em dólar destinadas ao setor exportador, aplicáveis apenas para aqueles que possuem recebíveis em dólar. Essa estratégia já beneficiou o setor agrícola em R$ 2 bilhões. Ele ressaltou que essa taxa fixa é de 3%, a qual ainda não foi oferecida por ninguém no Brasil, e não há nenhum subsídio envolvido. O financiamento externo é obtido, e o mesmo é repassado para o mercado nas mesmas condições.
Além disso, Mercadante destacou, segundo o Estado de S. Paulo, a intenção de expandir o financiamento no setor agrícola, com o objetivo de construir uma agricultura moderna e precisa. Segundo ele, já foram destinados cerca de R$ 7 bilhões para financiamento nesse setor e pretende-se ir além disso. No entanto, enfatizou a importância de que a agricultura seja mais produtiva e eficiente sem causar desmatamento. Ele afirmou que todas as imagens de satélite estão sendo monitoradas, e se houver desmatamento, não haverá apoio financeiro do BNDES.
Durante a mesma entrevista, Mercadante afirmou que o corpo de especialistas do BNDES não é uma oposição ao Ministério da Fazenda de Fernando Haddad. Ele reiterou sua amizade, companheirismo e lealdade absoluta ao ministro.
"Na história econômica, sempre houve aqueles que aceleram e aqueles que freiam o Estado brasileiro. Essa tensão faz parte da história econômica e está no cerne do BNDES", disse ele. Ele mencionou alguns nomes para exemplificar essas tensões, como André Lara Resende e Pedro Malan durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele enfatizou que essa tensão é parte da criatividade e do debate saudável, mas não deve haver um lado contra o outro ou prejudicar um ao outro. Mercadante reforçou que Haddad terá seu total apoio e solidariedade em todas as decisões que dependerem dele.
O presidente do BNDES também afirmou que o banco nunca se envolveu nas discussões sobre o marco fiscal, mas está debatendo investimentos e outros temas. "Estamos promovendo vários seminários, pois o BNDES não é mais um banco tímido e acanhado. O BNDES está de volta ao Brasil, pronto para debater, participar e discutir, mas totalmente alinhado com o ministro Haddad e sua política econômica", afirmou Mercadante. Ele acrescentou que esse novo banco é "verde, digital e busca a reindustrialização do Brasil".
Fonte: Brasil 247
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