Líder venezuelano ressalta o papel dos Brics
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, destacou nesta terça-feira (30) que uma nova geopolítica mundial está surgindo, com atores importantes na vanguarda dos processos de mudança, informa a Telesur. Durante sua participação na reunião de presidentes da América do Sul realizada no Brasil, Maduro ressaltou que antes vivíamos em um mundo unipolar, onde os Estados Unidos exerciam hegemonia e domínio, mas agora surgiram novas potências.
"Nessa nova geopolítica mundial, um movimento muito importante emergiu: os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), um poderoso grupo que se tornou a ponta de lança dos processos de mudança geopolítica e do poder mundial", enfatizou Maduro. Ele lembrou que várias nações manifestaram interesse em fazer parte desse grupo. "Os Brics parecem se tornar um ímã para o grupo emergente mais poderoso, apontando com esperança uma mudança na geopolítica mundial", acrescentou.
Diante disso, o presidente venezuelano comentou que a região sul-americana não deveria ficar para trás e refletiu sobre os danos causados às relações internacionais e ao continente pela ideologização extrema das relações entre os países e governos. "Vamos deixar de lado essa ideologização e dar passos adiante com uma visão de Estado, uma visão ampla, para que essa iniciativa proposta pelo presidente Lula e que todos nós acolhemos com satisfação seja o início de uma nova fase de encontros, reencontros, reuniões e, esperamos, uma verdadeira união da América do Sul", ressaltou.
Por outro lado, Maduro lembrou que na arquitetura inicial da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), prevalecia uma visão de Estado, afirmando que "foi construída uma estrutura forte que funcionou até que tudo parou e tivemos um retrocesso, sem dúvida, houve um retrocesso". "Hoje temos a possibilidade de abrir uma nova fase. Parece haver consciência, espírito e vontade de abrir uma nova etapa. Vamos abrir essa nova fase com tolerância, respeito, diálogo contínuo (...). Acredito que o respeito e a não interferência nos assuntos internos devem ser um princípio fundamental", acrescentou em seu discurso.
O presidente Maduro afirmou que acredita na necessidade de abrir essa nova fase, atualizar os temas prioritários da região, atuar como estadista e dar um passo adiante "nos processos de união". Ele também lembrou que a Venezuela enfrentou "a agressão mais brutal já vista contra um país, uma agressão contínua para minar e destruir um projeto político que levantou a bandeira de (Simón) Bolívar", com mais de 900 medidas coercitivas impostas.
Consenso de Brasília
Após a reunião realizada no Palácio do Itamaraty, o presidente venezuelano falou brevemente com a imprensa e destacou que a América do Sul está avançando para uma nova fase. "Debatemos e chegamos a importantes consensos. O documento aprovado é chamado de Consenso de Brasília e representa um ponto de partida para uma nova fase", afirmou. Ele reiterou que o mundo está mudando e caminhando para uma ordem multipolar, "e a América do Sul não pode ficar para trás, e acredito que todos nós reconhecemos isso".
"Somos um movimento popular, revolucionário, bolivariano e de esquerda, e participamos de todos os processos de integração da América Latina e do Caribe. Não temos problemas em nos sentar, conversar e falar francamente com qualquer força política, com qualquer presidente, com qualquer corrente. O que prevalece é um diálogo respeitoso, tolerante e de união na diversidade", afirmou Maduro.
Fonte: Brasil 247
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