Após a cassação de Deltan Dallagnol, o senador Sergio Moro pode enfrentar o mesmo processo
A Lava Jato sofreu mais uma derrota no campo político com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Esse episódio é apenas mais um capítulo em uma série de revezes que a operação tem enfrentado nos últimos anos, aponta reportagem publicada pelos jornalistas Matheus Teixeira e José Marques, na Folha de S. Paulo.
No campo jurídico, uma série de decisões do STF levou à revisão dos métodos utilizados pela Lava Jato, resultando na anulação de investigações cruciais para o sucesso das apurações. Uma das primeiras derrotas significativas foi a determinação de que crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, quando associados ao caixa dois, deveriam ser julgados pela Justiça Eleitoral, e não pela Justiça Federal, informam os repórteres. Essa decisão enfraqueceu as principais delações premiadas fechadas pela Lava Jato, em especial a da Odebrecht, conhecida como "delação do fim do mundo".
Após as derrotas nos tribunais e a saída de Moro, Deltan Dallagnol deixou o cargo de coordenador das investigações no Ministério Público Federal (MPF) para ingressar na política. No entanto, Moro também enfrentou dificuldades em aprovar suas propostas de leis penais mais rígidas no Senado. Além disso, Moro tem se envolvido em debates acalorados com críticos da Lava Jato em Brasília. Recentemente, durante uma sessão em uma comissão do Senado, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que, enquanto magistrado, nunca fez conluio nem teve suas sentenças anuladas. Em resumo, as derrotas da Lava Jato se estendem ao campo político, com a cassação de Deltan Dallagnol e as dificuldades enfrentadas por Sergio Moro. A operação enfrenta desafios tanto no âmbito jurídico, com a revisão de métodos e anulação de processos, quanto na esfera política.
Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo
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