Ministro da Fazenda diz que novas regras vão permitir queda dos juros, investimentos sociais e controle da dívida pública
Na terça-feira passada, a Câmara dos Deputados aprovou por ampla maioria o novo marco fiscal, um projeto prioritário do governo que agora seguirá para análise no Senado. Com 372 votos a favor e 108 contra, Haddad considera que a votação é uma "vitória para o Brasil", segundo declarou em entrevista à revista Veja.
Além de permitir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva invista nas políticas sociais prometidas durante a campanha eleitoral, o novo marco fiscal tem o potencial de equilibrar as contas públicas e controlar o crescimento da dívida pública. Haddad afirmou que existe espaço para a redução da taxa básica de juros e indicou que não há objeção a debater mudanças no regime de metas de inflação. Ele também se comprometeu a seguir em frente com o projeto de revisão dos benefícios fiscais concedidos a determinados setores da economia, que atualmente representam cerca de 6% do PIB. O objetivo é reduzir essa carga em 1,5 ponto percentual, chegando a 4,5%.
A aprovação do marco fiscal é considerada uma vitória tanto para o Congresso quanto para o governo, mas Haddad enfatiza que é uma vitória para o Brasil como um todo. Ele destaca a importância de superar a polarização política que tem prejudicado o país e de colocar o interesse nacional em primeiro lugar. Em relação às alterações feitas no projeto durante sua tramitação na Câmara, Haddad destaca que o desenho geral foi bem recebido, mas é natural que cada um tenha sua visão de mundo e faça pequenos ajustes nos parâmetros. Ele ressalta que o marco fiscal permite acomodar diferentes visões e garantir a estabilidade social e fiscal do país.
Em relação aos impactos imediatos da aprovação do marco fiscal, Haddad menciona a queda dos juros futuros, que reflete a confiança dos investidores na consistência das políticas econômicas. Ele também destaca que outros indicadores importantes, como câmbio e projeções de crescimento, têm apresentado melhorias. O próximo passo é a reforma tributária, que, segundo o ministro, impulsionará a produtividade da economia brasileira, abordando um dos principais obstáculos. Haddad ressalta a importância de um ambiente propício à concorrência justa e à transparência, garantindo a segurança jurídica para o Fisco e os contribuintes.
Redução dos juros – Em relação à possível redução dos juros, Haddad afirma que é uma discussão legítima e que a política fiscal e a política monetária devem trabalhar de forma orgânica. Ele destaca que essa visão está em linha com as tendências internacionais e que a redução dos juros é uma questão de quando, e não de se acontecerá. Haddad ressalta a importância de harmonizar as duas políticas para uma visão mais moderna de política econômica.
Em relação à oposição dentro do PT, Haddad destaca que todos têm liberdade de expressão e que as divergências são saudáveis, desde que não comprometam as medidas necessárias para o bem de todos. Ele enfatiza a importância de transmitir à sociedade que a regra fiscal não é exclusiva do PT ou da esquerda, mas é necessária para a atual situação da economia brasileira.
Candidatura – Ao final da entrevista, Haddad menciona a importância de dar certo nesse momento do Brasil, destacando a existência de uma ameaça autoritária. Ele afirma que não está focado em uma possível candidatura à presidência e que seu compromisso está voltado para o trabalho como ministro da Fazenda. "Não fui picado pela mosca azul", diz ele.
Fonte: Brasil 247 com Veja
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