"Há uma ideia de repetir uma mentira para ver se ela vira verdade", disse o ministro da Justiça após o ex-procurador da Lava Jato dizer que o governo Lula apoia ditaduras
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deu uma invertida no deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) após o parlamentar afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia ditaduras.
"O senhor comprova a necessidade de projeto sobre fake news. Há uma ideia de repetir uma mentira para ver se ela vira verdade", disse o ministro. "O senhor parte de um sistema de crenças que não tem aderência na realidade. Nosso governo foi eleito pela população, mantém relações diplomáticas. O presidente Lula não recebeu presentes de ditadura, joias".
O deputado do Podemos-PR afirmou que governo Lula "apoia ditaduras" e esteve envolvido nos "maiores escândalos de corrupção da face da terra para manter o poder".
Em março de 2022, Dallagnol, ex-procurador da Operação Lava Jato, foi condenado em março de 2022 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a indenizar Lula em R$ 75 mil por causa da apresentação do PowerPoint em 2016. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Lava Jato.
PL das Fake News
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação do Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/20). A proposta cria a chamada Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O projeto cria obrigações a serem seguidas por redes sociais, aplicativos de mensagens e ferramentas de busca na sinalização e retirada de contas e conteúdos considerados criminosos.
O artigo 32, que trata da remuneração por conteúdo jornalístico, vem atraindo polêmicas. Comunicadores da esquerda alegaram que seus canais seriam prejudicados, enquanto grandes emissoras, como a Globo, seriam beneficiadas.
Escândalo das joias
Na resposta a Dallagnol, o ministro da Justiça fez referência às joias recebidas de forma ilegal pela família Bolsonaro. De acordo com a legislação, presentes são patrimônio do Estado brasileiro e não bens pessoais.
Um dos pacotes tinha joias avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões. Iriam para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em outro pacote eram produtos estimados em cerca de R$ 400 mil, que teriam o político do PL como destino. Em um terceiro conjunto estavam materiais estimados em R$ 500 mil. Policiais federais investigam e enviarão as conclusões a promotores, que decidirão se denunciam ou não os envolvidos no esquema.
Fonte: Brasil 247
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