Um comerciante citado em prestação de contas à Justiça Eleitoral disse que não teve qualquer relação com a campanha da parlamentar
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) enviou à Justiça Eleitoral documento com indícios de fraude. A documentação inclui o nome de um comerciante do interior paulista que afirma jamais ter trabalhado na campanha. O nome do comerciante integra a lista de doadores e a lista de despesas da campanha, de acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (26) pela coluna de Rodrigo Rangel.
O comerciante disse que não teve qualquer relação com a campanha. Seu nome foi incluído indevidamente na documentação entregue pela deputada à Justiça Eleitoral. O comerciante é Roberto Habermann, morador de Ribeirão Preto, em São Paulo. “Vi meu nome como doador e aquilo me causou estranheza. Não tenho nada contra a Zambelli, gosto dela. Mas achei estranho colocar meu nome sem me notificar, sem me avisar. (…) Nunca trabalhei para essa moça, nunca participei de nenhuma carreata, bandeiraço, nada. Não tenho nenhum vínculo”, disse.
Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil, Sidney Sá das Neves afirmou que, nas situações que envolvem possíveis irregularidades na prestação de contas de campanha, pedidos de impugnação dos registros de candidatura podem ser feitos em até 15 dias após a diplomação. O prazo se esgotou e, no caso de Zambelli, ela pode ser processada. Depois, enquadrada em um artigo do Código Eleitoral que prevê pena de até cinco anos de prisão para quem insere em documentos públicos declaração falsa para fins eleitorais. Se condenada, pode perder o mandato.
Em nota, a assessoria de Carla Zambelli não respondeu aos questionamentos da coluna sobre a falsificação da assinatura. O gabinete disse que os contratos “foram preenchidos e assinados pelos próprios voluntários, no momento das ações”. A assessoria afirmou que Roberto Habermann participou de um evento com a presença dela no dia 2 de setembro do ano passado, “ocasião em que foram prestados serviços voluntários de campanha”.
Fonte: Brasil 247 com a coluna de Rodrigo Rangel no Metrópoles
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