Ex-ministro pede maior apuração do caso e questiona o que chama de "ataque cerrado" de instituições contra Eduardo Appio: "por que não querem que um juiz permaneça num local?"
O advogado e ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo criticou a decisão do TRF-4 pelo afastamento do juiz Eduardo Appio dos processos de primeira instância jurídica da Operação Lava Jato. De acordo com Cardozo, a medida foi equivocada e a situação, que também envolve indiretamente o ex-juiz suspeito Sergio Moro, "não tem um cheiro bom".
Primeiramente, o ex-ministro questionou a veracidade do áudio. Veículos de imprensa vêm reportando que há uma grande possibilidade de ter sido Appio o responsável pela ligação ao filho do desembargador Marcelo Malucelli, mas Cardozo defende uma apuração mais profunda do caso e contesta a decisão precoce do afastamento: "como você faz um afastamento sem ouvir a pessoa num caso deste tipo? Que é uma ameaça na qual não fica bem claro que é uma ameaça; o representante [Marcelo Malucelli] tem um comprometimento com o caso; quem recebe a ligação é um filho desse desembargador que é sócio do Sergio Moro, que é o juiz que antecedeu o Appio e que está tendo várias decisões reformuladas pelo Appio..."
"É uma lambança, não tem cheiro bom essa história que está acontecendo no TRF-4 não. Alguma coisa não está bem e isso tem que ser apurado, porque não é possível esse tipo de coisa. Afastar um juiz assim? E já tinha tido uma representação do MP arguindo a suspensão do Appio, então parece que tem um ataque cerrado aí. Por que não querem que um juiz permaneça num local?", questionou o advogado.
Cardozo ainda lembrou que, no próprio TRF-4, quatro desembargadores foram contrários ao afastamento de Appio e ressaltou suas suspeitas sobre a situação: "esse afastamento eu achei uma situação abusiva. Adiante do fato narrado, daquela ligação esquisita, uma apuração tem que ser feita. Agora, afastar liminarmente antes da oitiva do magistrado? Eu achei uma coisa muito pesada, errada, e que não deveria ter sido feita. E não estou sozinho aqui não, pois quatro desembargadores votaram contrários a este afastamento." Assista à entrevista completa abaixo:
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