Estratégia visa avançar sobre outros temas delicados para a família do ex-mandatário, como as movimentações financeiras da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro
A base governista que integra a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que será implementada nesta quinta-feira (25) com o objetivo de investigar os atos terroristas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por parte de militantes bolsonaristas e de extrema direita, em Brasília, no dia 8 de janeiro, quer levar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), para depor perante ao colegiado.
Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, “a intenção é avançar sobre temas considerados espinhosos para a família do ex-presidente. Um depoimento de Cid na CPMI seria a oportunidade para os governistas explorarem temas diversos. Não só sobre os atos antidemocráticos, mas sobre movimentações financeiras de Bolsonaro e Michelle”. Cid foi preso preventivamente no dia 3 de maio pela suspeita de fraudar cartões de vacinação do ex-mandatário e seus familiares, além de aliados próximos.
Além das fraudes nos cartões de vacinação, o militar também já foi interrogado pela Polícia Federal no âmbito do inquérito das joias sauditas que deveriam ter sido incorporadas ao Estado brasileiro, mas que Bolsonaro tentou se apropriar. “Os dois casos interessam à bancada governista e devem ser explorados em um depoimento do militar na CPMI”, ressalta a reportagem.
Uma ala da base governista da CPMI têm divergido sobre a convocação de Jair Bolsonaro para depor sobre os atos golpistas. A estratégia desse grupo seria ‘mostrar a trilha dos ataques’ à democracia que culminaram nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Como a ideia é mostrar toda a sequência de atos e ações que resultaram na intentona golpista, Bolsonaro seria convocado em um outro momento dos trabalhos do colegiado.
Já parte do PT defende que Bolsonaro seja chamado a depor logo no início dos trabalhos da comissão. Parlamentares, como o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), pretendem “investigar Bolsonaro como autor intelectual” dos atentados, em função dos seguidos ataques feitos por ele contra as urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral, além de solicitar acesso aos inquéritos contra o ex-mandatário que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: Brasil 247 com Paulo Cappelli no Metrópoles
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