Dentro da programação alusiva ao “18 de maio” – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – , funcionários públicos que atuam na Secretaria da Assistência Social da Prefeitura de Apucarana participaram nesta quarta-feira (17/05), no auditório do Colégio Estadual Nilo Cairo, de uma palestra que abordou técnicas para identificação da chamada “revelação espontânea” e como dar encaminhamento à denúncia.
A capacitação, que contou com a presença do prefeito Júnior da Femac, da secretária municipal Jossuela Martins Pirelli e coordenadora municipal do Grupo de Trabalho da Infância e Adolescência, Ana Paula Nazarko, reuniu motoristas, serviços gerais, educadores sociais, administrativos, psicólogos, assistentes sociais, coordenadores dos serviços de assistência e funcionários terceirizados. “É preciso quebrar o silêncio, já institucionalizado por uma sociedade de visão machista e ultrapassada, de que não se pode falar sobre violência contra a criança e adolescente, de que ela não existe. Não só pode, como se deve falar, debater, denunciar e punir todo tipo de violência, seja ela física, psicológica, sexual”, pontuou o prefeito Júnior da Femac.
Ressaltando a importância da capacitação, Júnior salientou que a “revelação espontânea” pode ocorrer em qualquer lugar ou momento. “Por isto importante que todos estejam preparados para o enfrentamento, sabendo identificar os sinais de socorro de uma criança ou adolescente que esteja passando por violência e, o mais importante, como ajudá-la, sabendo os protocolos de como dar andamento à denúncia”, disse o prefeito.
O ponto alto do treinamento foi a palestra “Revelação espontânea: um olhar para a experiência da criança e do adolescente ao comunicar a situação de violência”, proferida pelo servidor do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), doutor em Educação e Mestre em Psicologia, Yuri Padula. “Uma criança ou adolescente que sofre violência carrega um trauma pelo resto da vida toda. É algo insuperável. E quando ela toma coragem de pedir ajuda é imprescindível sabermos ajudá-la, por isso a importância desta capacitação que abrange a toda família da assistência social, desde o motorista, o serviço geral, o administrativo, os profissionais da rede especializada de assistência, até os terceirizados, para que todos fiquem atentos e saibam como lidar com esta temática tão relevante”, esclareceu Jossuela Pirelli, secretária da Assistência Social.
Segundo recentes dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Governo Federal, órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Brasil registra em média 28 casos de violência contra crianças de até 6 anos por hora. O chocante panorama, que refere-se ao período compreendido entre janeiro e junho do ano passado, torna-se ainda mais perverso ao constatar que 84% dessas agressões têm como autores pais, padrastos, madrastas ou avós.
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