segunda-feira, 3 de abril de 2023

Reinaldo Azevedo corrige manchete da Folha: "pessimismo com a economia se amplia com atuação do BC"

 Título diz que "pessimismo com a economia se amplia desde posse de Lula”, mas o jornalista explica: “o pessimismo se ampliou ‘desde a posse’, não por causa dela”

Reinaldo Azevedo e Campos Neto (Foto: Reprodução/Youtube | Pedro França/Agência Senado)

247 - O jornalista Reinaldo Azevedo, em artigo publicado no UOL nesta segunda-feira (3), corrige manchete da Folha de S. Paulo que, com base na última pesquisa Datafolha, diz: "pessimismo com a economia se amplia desde posse de Lula".

O jornalista explica: "o pessimismo se ampliou 'desde a posse', não por causa dela. (...) Aumentou o pessimismo depois da posse, não por causa dela. Quando Lula bota na mira a taxa de juros, o que muitos consideram um erro, está justamente vocalizando um mal-estar sentido por parcela considerável dos brasileiros".

Para Azevedo, a pesquisa falhou ao não perguntar à população: "se a taxa de juros cair, você acha que a economia vai melhorar, piorar ou ficar como está?". Segundo o mesmo levantamento, 80% dos brasileiros dã razão ao presidente Lula (PT) no embate contra os juros abusivos estabelecidos pelo Banco Central.

Resgatando a última ata do Copom, Azevedo afirma que "o Banco Central atua para desacelerar o crescimento, para apertar o crédito e para desaquecer um mercado de trabalho que tem uma taxa de desemprego de quase 9% — 8,6% no trimestre até fevereiro. E se considera bem-sucedido nessa tarefa, tratando a renitente inflação como se fosse de demanda".

Ele ainda lembrou da recente fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para quem a taxa de juros deveria ser de 26,5% ao ano para manter a inflação dentro da meta. Sobrou crítica de Azevedo inclusive para os jornalistas econômicos: "quando essa ata a que me refiro acena até com a possibilidade de aumentar a Selic e quando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, declara que os juros deveriam estar em 26,5% ao ano se fosse o caso de levar a inflação para a meta, é preciso ter sangue de barata, não apenas ser paciente. Que o jornalismo econômico não questione que diabo de meta é essa que, para ser alcançada, demandaria juros reais de mais de 20%, convenham, é um sinal de decadência intelectual. Como a dita-cuja é definida por humanos, não cai do céu, parece escandalosamente inegável que está errada".

Fonte: Brasil 247 com UOL


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