Ex-ministro está preso preventivamente pela suspeita de omissão nos atos terroristas do dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília
Um laudo médico realizado por um profissional do setor de saúde do governo do Distrito Federal apontou que a saúde física e mental do ex-ministro da Justiça Anderson Torres teve uma “piora significativa” na prisão. Torres está preso preventivamente no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF desde o dia 14 de janeiro em razão de sua atuação no comando Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal(SSP-DF) durante os atos terroristas do 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, “o médico diz que, desde que Torres passou a ter acompanhamento, desde 17 de janeiro “houve piora significativa do estado geral do paciente, com perda de peso, mais ou menos dez quilos, aumento da frequência e intensidade das crises de ansiedade seguidas de crises de choro e nervosismo intenso acompanhada de preocupação intensa em relação às suas filhas menores’”.
Ainda segundo a reportagem, o médico destacou que apesar de ter realizado “várias intervenções e ajustes de medicamentos com o intuito de reduzir consequências deletérias das crises (como risco de suicídio)” foi registrado “resposta insatisfatória terapêutica aquém do esperado”.
O ex-ministro também estaria apresentando “sensação de desconforto e angústia física, pressão na cabeça associada a sintomas psíquicos como nervosismo, pensamentos ruins” , além de “episódios de medo de insegurança relacionada a familiares”.
Na quinta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou um pedido da defesa para que o ex-ministro fosse colocado em liberdade mediante a adoção de medidas cautelares. Segundo informações da CNN Brasil, os advogados de Torres vão recorrer ao plenário do STF para pedir a liberdade de Torres.
Anderson Torres deverá prestar um novo depoimento à Polícia Federal na segunda-feira (24) para explicar a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) enquanto ocupava o cargo de ministro da Justiça durante as eleições do ano passado.
De acordo com um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU), a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022.
Fonte: Brasil 247 com Bela Megale no jornal O Globo
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