Bolsonaro vai tentar lucrar politicamente com o depoimento. Ele é investigado pela Polícia Federal como mentor intelectual da tentativa de golpe
Temendo ser convocado para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atentados terroristas do dia 8 de janeiro, que será instalada pelo Congresso nos próximos dias, Jair Bolsoanro (PL) já começou a se preparar para ser interrogado pelos deputados e senadores, diz a jornalista Juliana Dal Piva, no UOL. Ainda segundo a reportagem, Bolsonaro planeja até mesmo “usar o depoimento politicamente”.
Uma das estratégias que deverá ser adotada pela oposição na CPMI é tentar inverter os fatos e consolidar a narrativa de que os atentados do 8 de janeiro - quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília - contaram com uma suposta conivência de integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Por isso, Bolsonaro precisa se preparar para ser alvo, já que também está envolvido na própria investigação do caso na PF”, ressalta a reportagem.
Já a base governista se prepara para apresentar na CPI a linha de investigação da Polícia Federal, que inclui a “minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres, além de outras provas que apontam para Bolsonaro e seus aliados como os responsáveis por estimular o ataque aos prédios da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro”.
Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (26) no âmbito do inquérito que investiga os autores intelectuais dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
O ex-mandatário foi incluído no inquérito após compartilhar um vídeo em que sugeriu, sem provas, que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi fraudada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é suspeito de instigar os atos terroristas de janeiro e também deverá prestar explicações sobre sua possível participação na produção da minuta do golpe.
Fonte: Brasil 247 com Juliana Dal Piva no UOL
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