O ministro da Justiça e Segurança
Pública, Flávio Dino, disse hoje que a Operação Escola Segura já resultou em
centenas de prisões, apreensões de adolescentes e buscas em todo o país. A
ação, iniciada na última semana, visa evitar ataques a escolas brasileiras, em
uma parceria dos governos federal e estaduais.
Segundo Flávio Dino, o Ministério da
Justiça fará um balanço da operação nesta sexta-feira (14), com os números
consolidados de prisões e apreensões feitas nos estados.
“Todos os dias temos registros de prisões e apreensões de
adolescentes, assim como da realização de buscas e apreensões. Um dos
resultados dessas operações é que temos ataques emanados de indivíduos que
atuam solitariamente, mas temos também, infelizmente, agrupamentos que se organizam
sobretudo na internet e que têm várias inspirações”, disse o ministro, em
evento no Rio de Janeiro. Ação do governo vai da identificação de pessoas que
planejam ou estão efetivamente executando ataques até a identificação e
desmonte desses agrupamentos, explicou.
Também nesta quinta-feira, o Ministério da Justiça
publicou uma portaria com normas para as plataformas de tecnologia lidarem com
o problema do ataques nas escolas.
“Temos hoje uma nova norma impositiva, imperativa para as
plataformas de tecnologia, podendo chegar a várias sanções, se não houver
adesão espontânea, que nós esperamos que ocorra em relação às novas normas”,
disse o ministro. “Estamos instaurando hoje os processos administrativos
relativos a cada plataforma. Elas serão notificadas desses processos, dos seus
deveres e terão prazo para prestar informações ao ministério.”
Flávio Dino recomendou que as empresas cumpram as normas
voluntariamente para que não haja necessidade de punição. “Se for necessário,
faremos, tanto administrativamente quanto judicialmente. Nenhuma empresa vai
ter uma regulação maior do que as leis do país. Isso é o princípio fundamental
de um país soberano”, afirmou.
Na quarta-feira (12), o Ministério havia lançado um edital de R$
150 milhões para fortalecer estados e municípios no combate e prevenção a
ataques a escolas. Nesta quinta, foi lançado novo edital, no valor de R$ 100
milhões, voltado para as guardas municipais.
Segundo o presidente do Conselho Nacional das Guardas
Municipais, Carlos Braga, o dinheiro do novo edital ajudará prefeituras nas
estratégias de segurança das unidades escolares.
“O recurso que o Ministério da Justiça vai soltar é
extremamente importante para as guardas municipais, especialmente nesse momento
de crise nas escolas no Brasil. As guardas municipais são preventivas e
comunitárias por natureza. O lugar delas é, especialmente, nas escolas. Esse
recurso vai ajudar a colocar mais guardas municipais fazendo segurança das
escolas”, afirmou Braga.
O ministro da Justiça informou que caberá aos estados e
municípios decidir como serão usados os recursos e ressaltou que dinheiro
poderá ser usado, por exemplo, para comprar mais viaturas e armas letais, ou
não letais.
Flávio Dino lembrou que, em vários países, discute-se atualmente se seria benéfica a colocação de agentes armados dentro das escolas e que, nesse momento, caberá às autoridades locais tomara decisão.
Fonte: Bem Paraná
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