Presidente Lula reiterou sua defesa de negociações de paz durante discurso no Fórum Empresarial Brasil-Espanha
Em seu primeiro discurso durante a visita oficial à Espanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que compreende a posição da Europa na guerra na Ucrânia, mas voltou a cobrar que os países comecem a falar de negociações de paz.
A Europa é forte apoiadora de Kiev na guerra, fornecendo armas para expulsar as tropas russas de todo o território ucraniano. Essa é a precondição da Europa para que as negociações de paz sejam iniciadas, enquanto o presidente Lula defende uma cessação de hostilidades imediatamente.
"Eu compreendo perfeitamente bem como meus amigos europeus vêem a guerra. Uma guerra que jamais poderia ter acontecido, porque não se pode aceitar que um país invada a integridade territorial de outro país. Mas uma guerra que também não tem ninguém falando de paz", afirmou o presidente Lula no encerramento de do fórum de empresários Brasil-Espanha, em Madri.
Ao falar da guerra, que classificou como "insana", o presidente Lula mencionou o plano do Brasil de criar um grupo de países neutros para iniciar negociações.
"Eu fico me perguntando até quando essa guerra vai durar, porque se ninguém quiser construir a paz, e os dois lados... o que invadiu está reticente, e o que foi invadido também tem suas razões para estar reticente, eu fico me perguntando quem é que vai tentar resolver essa situação", disse o presidente Lula.
A Europa é crítica da posição do Brasil na guerra, com o principal país do continente, a Alemanha, pressionando Brasília a fornecer armas para Kiev, o que violaria a Constituição brasileira. Declarações recentes do presidente Lula criticando o fornecimento de armas a Kiev sem precondições provocaram irritação no meio diplomático europeu.
O presidente Lula voltou a dizer que vai continuar a dialogar com líderes mundiais para formar um grupo de negociadores da paz, inclusive o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, com quem se encontra nesta quarta-feira (25). Afirmou ainda que, nos próximos dias, marcará uma conversa com o presidente da França, Emmanuel Macron.
"O Brasil está empenhado na tentativa de arrumar parceiros para que a gente possa trazer a paz, para que a Ucrânia possa ficar com seu território, para que a Rússia fique com a Rússia, e para que o mundo não sofra a falta de alimentos, para que o mundo não sofra a falta de fertilizantes e para que o mundo volte a prosperar", declarou.
Fonte: Brasil 247 com Reuters
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