terça-feira, 25 de abril de 2023

Em editorial, Globo cobra urgência na votação do PL das fake news

 Grupo de mídia tem sido a maior fonte de pressão para votar o PL 2630, que regula as redes sociais e a internet

Congresso Nacional (Foto: Divulgação | Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O grupo Globo tem sido a principal fonte de pressão pela urgência na votação do PL 2630, o que regula as plataformas sociais, a pretexto de combater as fake news e "salvar a democracia". Em editorial publicado nesta terça-feira, o jornal defende urgência na análise do caso. "Os eventos do 8 de Janeiro e os ataques recentes em escolas deixaram claro que é preciso agir com presteza. O Brasil não pode permitir que as redes sociais continuem a ser usinas de desinformação e violência", aponta o texto.

"Por mais que possa haver margem para críticas pontuais, na essência o PL das Fake News promove duas mudanças essenciais. Primeiro, torna as plataformas corresponsáveis pelos conteúdos que veicularem, acabando com a imunidade que hoje usufruem e estabelecendo o 'dever de cuidado' pelo que circular em suas redes (ao mesmo tempo, cria regras sensatas de moderação e governança para preservar a liberdade de expressão). Segundo, sob inspiração da lei australiana, prevê que remunerem os criadores de conteúdos jornalísticos que fizerem circular", acrescenta o texto.

O jornal também culpa as plataformas pela transformação no ecossistema de comunicação, que reduziu o poder dos monopólios do passado. "Embora não reconheçam isso, as plataformas digitais funcionam como empresas de comunicação, que faturam com a venda de publicidade, veiculada em conteúdos produzidos por terceiros. Essa relação de parasitismo é a principal responsável pela crise que acometeu as empresas que produzem jornalismo profissional. Ao defender a manutenção desse estado de coisas, as plataformas desviam do ponto central: a preservação da democracia", aponta o editorial do Globo, que, entretanto, teve papel decisivo nos dois principais golpes contra a democracia brasileira ocorridos mais recentemente: o de 1964 e o de 2016.

Fonte: Brasil 247

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