Vídeos divulgados nesta quarta (8)
mostram o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva tentando retirar joias
apreendidas pela Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos (SP). Os itens ficaram retidos em 26 de outubro de 2021 com um
integrante da comitiva do governo Bolsonaro que foi à Arábia Saudita e a
tentativa do militar de reaver os itens ocorreu em 28 de dezembro de 2022. A
informação é do g1.
O sargento foi enviado em voo oficial pelo gabinete de Bolsonaro ao aeroporto para pegar as joias. Ele alegou que o pacote “faz parte da passagem” de governo. “Tem que tirar tudo, tem que levar, não pode”, argumentou com um servidor da Receita que não aceitou a pressão para liberar os itens.
Ele chegou ao aeroporto e mostrou a um
auditor um ofício enviado pelo tenente-coronel Mauro Cid, braço-direito de
Bolsonaro, ao chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes. O sargento
diz que achava que o governo já havia entrado em contato.
Jair então liga para Cid e tenta passar
ao auditor. “Coronel, eu tô aqui na alfândega aqui já. Estou falando com o
supervisor deles aqui. Quer falar com ele? Ele falou que não está ciente aqui
do que se trata. Posso passar aqui para ele?”, afirma o sargento em ligação.
Em resposta, o auditor faz sinal de
negativo com o dedo e afirma: “eu não posso falar no celular”. O sargento então
diz que está “na correria” e que o caso é de “urgência”, mas o servidor da
Receita explica que a retirada precisa passar por um procedimento e que ele não
tem acesso ao local onde estariam as joias.
“Então assim, esse ADM – que seria para
incorporação – seria necessário, não tem. Não tenho conhecimento também dessa
liberação. Não sei onde estaria, talvez no cofre, mas eu não tenho acesso,
então… Não sei se teve algum atropelo, assessoria, alguma coisa muito de
urgência”, prossegue.
Eles então conversam sobre o clima em
Brasília com a transição e Jairo argumenta que a retirada das joias é um passo
burocrático da passagem de governo, que ocorreu dias depois do episódio.
“Tudo correndo normal. Assim, lá fora o
pessoal gritando e a gente fazendo o que tem que fazer, passagem normal. Tanto
que isso aqui faz parte da passagem, não pode ter nada do antigo para o
próximo. Tem que tirar tudo, tem que levar. Não pode, é burocrático, é
burocracia”, afirma.
Mesmo com a insistência do militar
enviado pelo governo, o auditor resistiu e as joias permaneceram apreendidas na
Receita.
Fonte: DCM
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