quinta-feira, 9 de março de 2023

“Vai entrar lá para a primeira-dama”: VÍDEO mostra servidores sendo pressionados para liberar as joias

Imagens captadas do ex-ministro Bento Albuquerque na alfândega do aeroporto de Guarulhos. Reprodução TV Globo

Reportagem exibida pela TV Globo nesta quarta-feira mostra que o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse na alfândega do Aeroporto de Guarulhos que os presentes dados pelos sauditas estavam destinados para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Isso tudo vai entrar lá para a primeira-dama”, disse ele, para justificar o ingresso das joias no país sem o devido recolhimento dos impostos.

O vídeo também confirma que o ex-ministro poderia ter declarado os bens como patrimônio do Estado brasileiro, mas a alternativa foi recusada. As joias são avaliadas em R$ 16,5 milhões.

O vídeo também exibe o assessor Marcos André Soeiro, o portador do conjunto de joias, sendo abordado pelos funcionários da alfândega. Em sua
primeira versão, entretanto, ele disse que os objetos pertenceriam a Bento Albuquerque:  “É um presente do príncipe regente da Arábia Saudita para o ministro.”

Neste momento, o ex-titular da pasta das Minas e Energia retorna à alfândega para resolver a questão:

“Nunca resolvi coisa tão grande. Mas quando você vai para um lugar desse, o cara chega e vai te dando, quem sofre é quem tem que carregar (…) Depois desse evento, que a gente foi para o aeroporto, o cara chegou lá… Eu ainda assinei o papel dizendo que a gente recebeu”.

Bento Albuquerque representou o Brasil na cúpula “Iniciativa Verde do Oriente Médio”, realizada na Arábia Saudita.

Outro momento exibido pela reportagem foi a tentativa do do primeiro-sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, que deslocou-se a São Paulo vindo de Brasília para reaver as joias em 29 de dezembro de 2022.

Jairo Moreira da Silva, na alfândega do aeroporto de Guarulhos. Reprodução TV Globo

Nesta tentativa, ele disse que não poderia ficar nada para o próximo governo Lula. Paralelamente, o ex-secretário da Receita Federal, Julio Cesar Viera Gomes, tentava pressionava o auditor da Receita, Marco Antônio Lopes Santana, que não cedeu e também não atendeu ao telefonema de seu superior hierárquico.

O servidor insistiu que a liberação somente se daria mediante o pagamento dos impostos ou a declaração dos itens como sendo patrimônio da União, ambas hipóteses não verificadas no episódio.



Fonte: DCM






 

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