terça-feira, 21 de março de 2023

Senado aprova convite para Alexandre Ramagem explicar espionagem ilegal pela Abin no governo Bolsonaro

 "A possibilidade de ter havido monitoramento indiscriminado de pessoas, por si só, causa perplexidade", apontou o senador Jorge Kajuru, autor do requerimento

Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (Foto: Agência Brasil)

A Comissão de Segurança Pública (CSP) aprovou nesta terça-feira (21) o convite para o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para falar sobre suposto monitoramento ilegal de cidadãos pela agência com o uso do software irsralense “FirstMile”, durante o governo Jair Bolsonaro. 

O requerimento é de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Na justificativa do pedido, Kajuru argumentou que a denúncia é "gravíssima", pois o governo Bolsonaro pode ter usado essa ferramenta para espionar desafetos e adversários políticos. 

"Isso é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. A possibilidade de ter havido monitoramento indiscriminado de pessoas, por si só, causa perplexidade. Ao longo de sua gestão, Jair Bolsonaro colecionou casos de autoritarismo e instrumentalização das instituições para satisfazer seus interesses e atacar aqueles se opuseram aos seus atos", afirmou Kajuru.

O software irsralense “FirstMile” possibilitava monitorar e acompanhar até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses, bastando apenas digitar os números dos contatos. 

A ferramenta, desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), foi adquirida sem licitação por R$ 5,7 milhões em 2018, durante o governo MIchel Temer (MDB), e foi utilizada pela gestão Bolsonaro até 2021. A fabricante foi representada no Brasil por Caio Cruz, filho do general Santos Cruz, ex-ministro do governo Jair  Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247

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