O governo vem garantido aos mercados sua responsabilidade com a economia, mas o BC do bolsonarista Roberto Campos Neto toma decisões políticas
247 - A ministra do Planejamento, Simone Tebet, criticou nesta segunda-feira (27) o tom do último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) e afirmou que a ata é um documento político.
Destacou que "as palavras têm poder e nós temos que tomar muito cuidado com elas". Segundo ela, o comunicado do Copom saiu no "tom errado" e "não precisava ter esticado a corda" com o governo como ocorreu.
“Embora a decisão (sobre a taxa de juros) seja técnica, eu entendo que o comunicado e a ata são documentos políticos. As palavras têm poder e nós temos que tomar muito cuidado com elas”, afirmou a ministra, em conferência da Arko Advice.
O embate sobre a taxa de juros é o principal ponto de atrito entre o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Banco Central, comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto. A cúpula petista considera o patamar atual incompatível com a necessidade urgente de crescimento do País.
Tebet disse que seu papel na Esplanada é ser um “ponto de equilíbrio entre as duas narrativas que estão sendo colocadas”, mas defendeu que o Banco Central deveria levar em consideração o trabalho que está sendo desempenhado pelo governo e sinalizar uma redução dos juros.
“É óbvio que fatores externos importam, preocupam e devem ser colocados na conta quando há a decisão técnica. Mas também os fatores internos, e nesse aspecto acho que houve uma evolução. Todos nós sabemos que estamos prontos pra anunciar o arcabouço fiscal, que há uma chance muito grande de ser aprovado, não é algo que vai ter grande dificuldade, a reforma tributária nunca esteve tão amadurecida para ser votada”, afirmou a ministra.
O último comunicado do Copom, divulgado na quarta-feira (22) aprofundou a crise entre o governo Lula e o Banco Central. O comitê justificou a manutenção dos juros a 13,75% ao ano mencionando fatores externos, como os episódios recentes envolvendo bancos dos EUA e da Europa. A ministra argumentou que, apesar disso, o cenário interno é favorável devido à aprovação no horizonte da reforma tributária e do novo marco fiscal. (Com IstoÉ Dinheiro.
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