Cancelamento de delegação de estradas estaduais evidencia queda de braço entre Executivo paranaense e PT
O cancelamento da vinda do ministro do Transportes, Renan Filho (MDB/AL) ao Paraná na última sexta-feira, evidenciou a queda de braço entre o governo Ratinho Jr e o PT estadual em torno das novas concessões de rodovias paranaenses. A vinda de Renan Filho foi anunciada pelo governo estadual na tarde de quinta-feira, e desmentida na noite do mesmo dia, deixando clara a divergência entre o Executivo paranaense e a representação local do partido sobre o assunto.
O governo Ratinho Jr defende o modelo de concessão elaborado na gestão Bolsonaro, com leilão por menor tarifa, mas com cobrança de um aporte financeiro proporcional ao desconto para garantia das obras. O PT do Paraná é contra esse modelo, defendendo leilão por menor tarifa sem cobrança de aporte ou limite de desconto.
Após a derrota de Jair Bolsonaro e a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador afirmou que não aceitaria o “pedágio caipira” de manutenção defendido pelo PT. Caso não houvesse acordo, ele afirmou que o Paraná não cederia as rodovias estaduais à União para as concessões e faria uma licitação à parte.
Na quinta-feira, o ministério negou que tivesse confirmado a agenda de Renan Filho no Estado. “A delegação das rodovias estaduais ao Governo Federal é parte importante do processo de concessão do sistema rodoviário do Paraná, mas em momento algum houve a confirmação do evento por parte do Ministério dos Transportes”, afirmou a Pasta em nota.
O governo do Estado reafirmou que as tratativas para as novas concessões estão adiantadas. “O governo do Paraná e o Ministério dos Transportes ajustaram nesta semana os detalhes finais do processo de concessão das rodovias federais e estaduais. O programa está sendo discutido desde 2019 com o governo federal e prevê tarifas mais baixas em relação ao antigo Anel de Integração, grandes obras e leilão na Bolsa de Valores”, afirmou o Executivo, acrescentado que o modelo a ser implantado é “o que foi estudado e apresentado em audiências públicas para a sociedade paranaense. Com a validação final e aval do Tribunal de Contas da União (TCU) nos primeiros lotes, o governo federal deve preparar os editais dos leilões”.
Informações de bastidores indicam que a assinatura da delegação foi adiada por pressão do PT do Paraná, em especial da presidente nacional do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, que teria sido surpreendida pelo anúncio do governo paranaense. A legenda pretende deixar claro que as novas concessões vão seguir um novo modelo, com prioridade para a definição de tarifas menores às que praticadas durante os contratos anteriores que expiraram em 2021.
Fonte: Bem Paraná
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