sexta-feira, 10 de março de 2023

Bolsonaro correu para liberar joias sauditas após ser avisado que itens seriam levados a leilão

 Suspeita é de que os itens de luxo, avaliados em R$ 16,5 milhões, tenham sido pagamento de propina por negócios celebrados entre o governo brasileiro e a Arábia Saudita

Jair Bolsonaro e Julio Cesar Vieira Gomes (Foto: Reuters | Reprodução)


247 - A movimentação de Jair Bolsonaro (PL) para ter acesso às joias avaliadas em R$ 16,5 milhões dadas pela monarquia saudita a Michelle Bolsonaro, então primeira-dama, foi intensificada após ele ter sido alertado pelo próprio ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Gomes de que os diamantes seriam levados a leilão. 

De acordo com a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, o assunto "foi abordado em uma conversa telefônica entre ambos, em dezembro do ano passado. Segundo ex-membros do gabinete da presidência de Bolsonaro, o contato foi feito por Julio Cesar, que tinha canal direto com o então chefe do Executivo”.

Após receber o alerta do então chefe da Receita, Bolsonaro avisou aos seus auxiliares que não queria “deixar nada pro Lula” e determinou “que seu gabinete entrasse em contato com o ex-chefe da Receita, para que lhe desse as orientações de como proceder para retirar as peças avaliadas em R$ 16,5 milhões”.

O documento da Receita que declarou a “pena de perdimento aos bens por abandono” é datado de julho do ano passado e foi emitido após diversas tentativas infrutíferas do governo Bolsonaro federal em reaver as peças.

As joias retidas pela Receita e um outro estojo de itens de luxo foram dados supostamente como "presentes" ao casal Bolsonaro. Diplomatas, no entanto, acham estranho o alto valor dos itens e contam que um "souvenir" ofertado pelos sauditas

geralmente se limita a uma caneta, uma abotoadura ou um rosário. O valor dos itens não costuma ultrapassar a cifra de R$ 2 mil e mesmo assim não são aceitos por funcionários do governo brasileiro.

O escândalo envolvendo a suspeita de corrupção e a entrada irregular dos diamantes no território brasileiro está sendo investigado pela Polícia Federal. 

Na quinta-feira (9), o senador Omar Aziz (PSD-AM), eleito presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, anunciou que abrirá uma investigação para apurar a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Mubadala Capital, um fundo dos Emirados Árabes Unidos. Se as suspeitas forem confirmadas, o negócio poderá ser anulado. 

Fonte: Brasil 247 com a jornalista Bela Megale no O Globo 


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