Em Apucarana, a diferença salarial
entre homens e mulheres está bem abaixo da média nacional. Enquanto no Brasil
os homens recebem 21% a mais, em Apucarana essa diferença é de 2,5%. O dado foi
apresentado nesta quarta-feira (22/03), durante palestra sobre o tema realizada
no Sesc e que integra a programação do Mês da Mulher.
O estudo foi apresentado pela professora da
Unespar, Tânia Terezinha Rissa, mestre em economia e delegada do Conselho
Regional de Economia (Corecon). Também acompanhou a apresentação do levantamento
o economista do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e mestre em economia, Rafael Montanari Durlo.
O estudo tem como amostragem o terceiro
trimestre de 2022, a partir de dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Relação Anual de
Informações Sociais (Rais), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC-T).
O prefeito Junior da Femac afirma que a
redução da diferença salarial em Apucarana pode ser explicada pelo perfil
econômico do Município e também devido às políticas públicas implementadas pela
Prefeitura. “Qual é o sentido de um homem e de uma mulher que fazem a mesma coisa, porém recebem
remunerações diferentes?”, questiona
Junior da Femac, acrescentando que a palestra é um momento que foi criado para
debater amplamente o tema e “tocar nesta ferida” da sociedade.
A secretária da Mulher e Assuntos da Família,
Denise Canesin, afirma que o Município busca promover a equidade com diversas
ações. “É um trabalho abrangente, que vai desde atividades nas escolas para
levar essa consciência aos estudantes, até ao Programa de Economia Solidária que
está sendo o propulsor da geração de renda e de salários mais dignos para as
mulheres”, pontua Denise.
Durante a palestra, a professora da Unespar
afirmou que equidade salarial já está prevista desde 1943, com a promulgação da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O artigo 461 da CLT estabelece que “sendo
idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador,
na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”.
A especialista avalia que em Apucarana as
mulheres foram conquistando espaço no decorrer dos anos. “Elas foram lutando
pelo seu lugar no mercado de trabalho e essa defasagem salarial foi diminuindo.
Pode ter acontecido por políticas públicas, pelo aumento da consciência
empresarial ou até mesmo visando cumprir a legislação”, afirma, lembrando que a
diferença salarial - de 2,5% entre os salários pagos para homens e mulheres em
Apucarana - resultou da análise dos empregos formais registrados no período
estudado.
A palestra contou ainda com a presença da
secretária municipal de Assistência Social, Jossuela Pirelli, da presidente da Câmara da Mulher
Empreendedora e Gestora de Negócios (Cmeg), Sueli Carmona Dias, de Aida
Assunção, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana), do gerente do Sesc,
Ronaldo Ficagno, e de representantes do Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher.
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