domingo, 5 de fevereiro de 2023

Polícia da França prende quadrilha de brasileiros na Guiana Francesa

Foto ilustrativa de placa mostrando distâncias entre Saint George de l’Oyapock, uma cidade da Guiana Francesa na fronteira com o Brasil. Criminosos brasileiros foram presos na capital Caiena. (Foto: AFP – JEROME VALLETTE) 

A operação na sexta-feira (3) contou com 200 policiais e percorreu oito locais em Caiena, a capital da Guiana Francesa, na costa nordeste da América do Sul. O resultado foi comemorado pelo ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, num tuíte publicado neste sábado (4). Onze pessoas foram presas, incluindo o líder da quadrilha, anunciou o promotor público Yves Le Clair, durante uma entrevista coletiva.


Dez suspeitos foram presos na sexta-feira e colocados sob custódia. Neste sábado, houve mais uma prisão, informou o comandante da polícia da Guiana, general Jean-Christophe Sintive. De acordo com ele, a operação realizada na sexta-feira foi “fora do normal”, com a mobilização de “200 homens e esquadrões móveis”, que atuaram de forma simultânea para conseguir estas detenções.

O ministro do Interior francês esclareceu que o grupo era “suspeito de ter preparado assaltos à mão armada”.

Durante a coletiva de imprensa, o procurador da República, que raramente fala, disse que “o principal alvo havia sido alcançado”. Ele se referiu a uma “organização criminosa de inspiração sul-americana”.

Entre os detidos, estão homens com idades entre 20 e 30 anos. O grupo inclui alguns franceses, mas a maioria é de brasileiros, conforme apurou uma fonte familiarizada com o assunto.

Custódia pode durar até 96 horas
Uma investigação foi aberta por associação criminosa, acrescentou o procurador. Os suspeitos foram flagrados em operações de vigilância portando armas, coletes à prova de balas e “outros elementos preparatórios de infrações”, permitindo caracterizar a associação de criminosos, acrescentou.

Os investigadores seguiam pistas do grupo há um ano e meio. Porém, os reforços que chegaram do continente francês, há três meses, especialmente da polícia judiciária, permitiram dar um impulso à investigação. “Dez investigadores dedicaram-se exclusivamente a este caso”, disse o general responsável pela operação.

O grupo é considerado pelas autoridades como “policriminoso”, ou seja, estava fazendo “tudo o que podia para obter dinheiro: roubo, extorsão, contratos fraudulentos etc.”, explicaram os
investigadores. O Ministério Público vai pedir a prisão dos réus, ao final da custódia policial, o que pode acontecer em até 96 horas.

Atraídos pela atividade garimpeira, há alguns anos grupos criminosos do Brasil foram se estabelecendo na Guiana Francesa, como
por exemplo o Comando Vermelho ou a facção Família Terror do Amapá (FTA).

Publicado originalmente por RFI.
Fonte: DCM

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