Foto ilustrativa de placa mostrando distâncias entre Saint George de l’Oyapock, uma cidade da Guiana Francesa na fronteira com o Brasil. Criminosos brasileiros foram presos na capital Caiena. (Foto: AFP – JEROME VALLETTE)
A operação na sexta-feira (3) contou com 200 policiais e percorreu oito locais em Caiena, a capital da Guiana Francesa, na costa nordeste da América do Sul. O resultado foi comemorado pelo ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, num tuíte publicado neste sábado (4). Onze pessoas foram presas, incluindo o líder da quadrilha, anunciou o promotor público Yves Le Clair, durante uma entrevista coletiva.
Dez suspeitos foram presos na sexta-feira e colocados sob custódia. Neste sábado, houve mais uma prisão, informou o comandante da polícia da Guiana, general Jean-Christophe Sintive. De acordo com ele, a operação realizada na sexta-feira foi “fora do normal”, com a mobilização de “200 homens e esquadrões móveis”, que atuaram de forma simultânea para conseguir estas detenções.
O ministro do Interior francês esclareceu que o grupo era “suspeito de ter preparado assaltos à mão armada”.
Durante a coletiva de imprensa, o procurador da República, que raramente fala, disse que “o principal alvo havia sido alcançado”. Ele se referiu a uma “organização criminosa de inspiração sul-americana”.
Entre os detidos, estão homens com idades entre 20 e 30 anos. O grupo inclui alguns franceses, mas a maioria é de brasileiros, conforme apurou uma fonte familiarizada com o assunto.
Custódia pode durar até 96 horas
Uma investigação foi aberta por associação criminosa, acrescentou o procurador. Os suspeitos foram flagrados em operações de vigilância portando armas, coletes à prova de balas e “outros elementos preparatórios de infrações”, permitindo caracterizar a associação de criminosos, acrescentou.
Os investigadores seguiam pistas do grupo há um ano e meio. Porém, os reforços que chegaram do continente francês, há três meses, especialmente da polícia judiciária, permitiram dar um impulso à investigação. “Dez investigadores dedicaram-se exclusivamente a este caso”, disse o general responsável pela operação.
O grupo é considerado pelas autoridades como “policriminoso”, ou seja, estava fazendo “tudo o que podia para obter dinheiro: roubo, extorsão, contratos fraudulentos etc.”, explicaram os
investigadores. O Ministério Público vai pedir a prisão dos réus, ao final da custódia policial, o que pode acontecer em até 96 horas.
Atraídos pela atividade garimpeira, há alguns anos grupos criminosos do Brasil foram se estabelecendo na Guiana Francesa, como
por exemplo o Comando Vermelho ou a facção Família Terror do Amapá (FTA).
Publicado originalmente por RFI.
Fonte: DCM
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