domingo, 19 de fevereiro de 2023

Mais de 1,6 mil empresas de comércio de armas foram abertas no Brasil durante o governo Bolsonaro

 Só em 2022 foram abertos 605 estabelecimentos ligados à venda de armas e munições

Bolsonaro e protesto de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em favor da liberação das armas (Foto: REUTERS/Andressa Anholete | REUTERS/Adriano Machado)


247 - Foram abertas no Brasil durante o governo Jair Bolsonaro (PL) mais de 1,6 mil empresas que atuam no comércio de armas de fogo e munições. Só em 2022 foram abertos 605 estabelecimentos do ramo, todos autorizados pelo Exército.

Os dados foram obtidos pelo Metrópoles por meio de pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI) e provêm do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), mantido pelo Exército.


Segundo os militares, havia no Brasil até dezembro de 2022 3.209 empresas autorizadas a comercializarem os produtos ligados a armas de fogo. O Exército, no entanto, afirma não ser capaz informar quantos estavam ativos nos anos anteriores.

Membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberto Uchôa diz que o aumento no número de empresas ligadas ao comércio de armas está diretamente ligado à política armamentista do último governo. "Não foi apenas um afrouxamento da legislação. O próprio governo federal se comportava como estimulador da compra de armas".

Bolsonaro passou de 16 para 60 armas e de 60 mil projéteis para 180 mil a quantidade limite que atiradores poderiam adquirir. Ele também passou a permitir que colecionadores, atiradores e caçadores pudessem adquirir armamentos que antes eram limitados ao uso das Forças Armadas, como fuzis.

"Há um grande aumento no número de lojas e não há um investimento em melhoria da fiscalização, não há um aumento no orçamento da fiscalização  e não há melhoria nos sistemas de controle. Ou seja, há uma extensão no mercado, com uma menor fiscalização", aponta ainda Uchôa.

Pesquisador em segurança pública da Universidade de Brasília (UnB), Welliton Maciel também aponta a falta de controle sobre as empresas de comércio de armas de fogo. "Desde o industrial ao comerciante de armas, há um percurso de negociações que vinham sendo construídas dentro e fora da política. (...) Houve um certo beneficiamento de quem quis adquirir armas de forma rápida, prática e fácil. Os procedimentos foram flexibilizados de uma forma oficial, mas não tão controlada".

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles 

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