sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Já sob Lula, alertas de desmatamento na Amazônia caem 61% em janeiro

 Taxa de desmate para janeiro é o 4ª menor da série histórica do Inpe; Governo Lula já toma diversas medidas emergenciais para conter o “passar a boiada” de Bolsonaro

Marina Silva (ministra do Meio Ambiente), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma ação policial na Amazônia (Foto: Ricardo Stuckert | Divulgação)

247 - A agenda do Meio-Ambiente, devastada durante a gestão Bolsonaro, já pode respirar novos ares com a ascensão do presidente Lula e sua política comprometida com a agenda verde. 

O acumulado de alertas de desmatamento em janeiro de 2023 na Amazônia Legal foi de 167 km², a quarta menor marca para o mês na série histórica do Deter, que começou em 2015. Os números são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados nesta sexta-feira (10).


Para a ONG WWF, a queda no primeiro mês de 2023 pode ser reflexo da retomada da pauta da defesa ambiental.

Apesar disso, Daniel Silva, especialista em Conservação da ONG, aponta que ainda é cedo para falar sobre uma reversão de tendência.

"O sistema Deter usa imagens de satélites com sensores ópticos que podem ser afetados pela ocorrência de nuvens. Portanto, precisaremos estar atentos aos dados dos próximos meses", explica ele ao portal G1.

“Passar a boiada”

No ano passado, janeiro e fevereiro acumularam recordes de desmatamento. A situação foi extraordinária porque normalmente, o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma.

No entanto, as taxas da época se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.

O motivo desse avanço, segundo especialistas: um "senso de oportunidade" de criminosos que temiam os resultados da eleição presidencial do ano passado e uma consequente mudança no combate ao desmatamento na Amazônia, que já se viu refletida nos primeiros dias da nova gestão federal.

Ao assumir o Ministério do Meio Ambiente pela segunda vez, Marina Silva criticou a política ambiental dos últimos anos e ressaltou o compromisso do novo governo com o desmatamento zero no bioma, uma das promessas de campanha do presidente Lula.

Ações do governo

As primeiras operações contra o desmatamento ilegal da Amazônia sob o novo governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já estão em andamento, apontou reportagem do InfoMoney. 

A Reuters acompanhou no mês de janeiro com exclusividade as operações realizadas pelo Ibama no Pará para impedir que madeireiros e fazendeiros
desmatem ilegalmente a floresta nas regiões do Pará e Roraima. 

Cerca de 10 agentes do Ibama embarcaram em picapes saindo de sua base no município de Uruará, no Pará, juntamente com uma dúzia de policiais federais,
em direção a uma reserva indígena onde imagens de satélite mostraram madeireiros e fazendeiros trabalhando no desmate
ilegal da floresta. A missão impediu ou afastou os madeiros da realização de novas incursões na floresta e multar os que forem encontrados com madeira ilegal.

Fonte: Brasil 247

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