O MDB prepara uma série de ações para combater a
narrativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT segundo a qual a
ex-presidente da República Dilma Rousseff foi vítima de um golpe. A legenda de
Michel Temer – que assumiu o Palácio do Planalto após o impeachment da petista
– deu início a uma estratégia para defender o que considera seu legado, rebater
ataques de “fogo amigo” e posicionar a ministra do Planejamento, Simone Tebet,
como presidenciável em 2026.
Além
de não deixar sem resposta nas redes sociais nenhuma crítica à gestão Temer, o
MDB articula a produção de um documentário sobre os 60 anos da legenda – a
efeméride é em 2026 – que pretende defender a administração do emedebista.
Interlocutores do ex-presidente queriam que o filme fosse centrado na sua
gestão, mas a Fundação Ulysses Guimarães prefere ampliar o roteiro e incluir o
governo José Sarney e a Constituinte.
Em outra frente, a fundação prepara um documento elaborado por
economistas sobre as “conquistas” do governo Temer, como a reforma trabalhista
e o teto de gastos, e outro com advogados que farão a defesa jurídica do
impeachment.
“Temos
uma história de serviços prestados o povo e aprovados nas urnas pelo voto
direto. Por isso, temos de reforçar e lembrar nossa história sempre, principalmente
quando todos são alvo de fake news”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o
deputado Baleia Rossi (SP), presidente nacional do partido.
Sondagem
O MDB encomendou, ainda, pesquisas quantitativas e qualitativas para
medir o recall eleitoral de Tebet e medir o quanto o eleitorado vincula nome da
ministra à legenda. Apesar estar na base de Lula, o partido quer dar
visibilidade a Tebet, que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial do
ano passado. A estratégia passa por manter distância regulamentar dos embates
entre Lula e PT e o Banco Central.
Com
três ministérios importantes no governo Lula (Planejamento, Transportes e
Cidades) e dono de uma bancada de 42 deputados e dez senadores, o MDB se tornou
um aliado central para o Planalto. A relação com o governo, no entanto,
enfrenta desgaste. Em janeiro, durante visita oficial ao Uruguai, Lula chamou
Temer de “golpista”.
Em resposta, Temer disse que o petista tenta de “reescrever a história
por meio de narrativas ideológicas”. “Foi aplicada a pena prevista para quem
infringe a Constituição”, afirmou o ex-presidente.
O rito da destituição de Dilma, em 2016, seguiu todas as regras
previstas na Constituição. A base do processo foram as “pedaladas fiscais”,
prática revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário