terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Disputa por frente do pedágio agita a Assembleia

 

Deputados da base do governo querem criar novo grupo para discutir concessão

Romanelli: modelo polêmico (Valdir Amaral/Alep)


A disputa pelo controle da frente parlamentar do pedágio foi o principal assunto da sessão desta segunda-feira (27) da Assembleia Legislativa. Deputados da base do governo Ratinho Jr querem criar uma nova frente para discutir as futuras concessões, em substituição ao grupo formado na legislatura passada, que era coordenada pelo deputado Arilson Chiorato, presidente do PT do Paraná, contrário ao modelo proposto na gestão Bolsonaro, que prevê leilão por menor tarifa com a cobrança de um aporte financeiro proporcional ao desconto para a garantia de obras.

O tema voltou à pauta depois que, na semana passada, Chiorato e outros deputados da antiga frente protocolaram um documento no Ministério dos Transportes defendendo a revisão do modelo, e uma licitação por menor tarifa sem limite de desconto ou cobrança de aporte. Eles alegam que, se for mantido o modelo original, os descontos serão menores e as tarifas podem ficar mais caras do que os contratos que se encerraram em 2021.

Na tentativa de assumir o controle da discussão, deputados governistas proporam a criação de uma nova frente, alegando que a anterior teria sido extinta com o fim da legislatura passada. Já os deputados contrários ao modelo de pedágio proposto pelo governo Bolsonaro pediram a prorrogação da antiga frente em 23 de janeiro. E também proporam a criação de um novo grupo para essa legislatura.

Cobrança

Na sessão desta segunda, o deputado Delegado Jacovós (PL) criticou Chiorato por ter divulgado o documento entregue ao ministério em nome da frente parlamentar, que segundo ele, não existe mais. Jacovós cobrou da Mesa Diretora da Assembleia uma decisão sobre qual frente será instalada. A cobrança foi reforçada pelo deputado Denian Couto (Podemos), que está no primeiro mandato. “Não reconheço e não concordo com o documento que foi encaminhado ao Ministério dos Transportes”, afirmou.

A mesma posição foi reafirmada pelo líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD). “Na minha opinião, se encerrou o período legislativo acabou qualquer frente”, disse. Segundo Bakri, o pedido de instalação da nova frente foi protocolado antes, e portanto, deve prevalecer.

Integrante da frente da última legislatura, o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD), que foi um dos subscritores do documento apresentado ao ministério, também cobrou uma decisão da direção da Casa sobre o assunto. “A Mesa Diretora tem que resolver a questão jurídica que envolve a manutenção da frente parlamentar anterior ou a criação de uma nova”, disse. “Nós queremos uma licitação pelo menor preço sem aporte, porque o aporte inibe o desconto das tarifas. O modelo feito pelo governo anterior é para não ter desconto. Se for implantado esse modelo, o pedágio poderá voltar 13% mais caro do que o que encerrou em 2021”, alegou.


Fonte: Bem Paraná

 

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