quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Brasil adota posição pró-Ucrânia na ONU e vota pela retirada das tropas russas

 Itamaraty sai da posição de neutralidade e apoia a resolução das Nações Unidas

Da esq. para a dir.: Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters)

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução não obrigatória pedindo a retirada das tropas russas da Ucrânia, um ano após o início da guerra do governo russo contra a OTAN no território ucraniano. A resolução, apoiada por 141 países, nesta quinta-feira, 23, pediu uma “paz abrangente, justa e duradoura”. 

A China, principal aliada da Rússia atualmente, se absteve. O Brasil, por outro lado, abandonou a postura neutra que vinha adotando desde o ano passado e votou a favor da resolução.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que seja criado um grupo de países para se alcançar a paz no conflito que completa um ano. Ele quer tratar do assunto com o presidente chinês, Xi Jinping, em viagem ao país asiático em março. Lula, no entanto, não defende a política belicista do ocidente e se negou a fornecer ajuda militar para Ucrânia, motivo pelo qual sofreu retaliações da Alemanha.

Além de 141 votos favoráveis, foram 32 abstenções e 7 votos contrários — incluindo a Rússia. Em relação às cinco resoluções aprovadas anteriormente, esta ficou ligeiramente abaixo da votação mais alta aprovada pelo órgão mundial de 193 membros desde que a Rússia enviou tropas e tanques através da fronteira para Ucrânia.

A votação mostra a situação complicada do chamado ocidente, uma vez que, mesmo diante gigantesca pressão dos países da OTAN e da União

Europeia para condenar os russos, 39 países não votaram a favor da condenação à atitude do governo Vladimir Putin.

Kiev e seus aliados esperavam reunir o maior apoio possível no aniversário de um ano da invasão, mas, ao contrário, o apoio à condenação dos russos diminuiu. Os ucranianos e seus aliados esperavam que o texto obtivesse pelo menos os 143 votos reunidos em outubro, com a resolução que condenou as anexações de vários territórios que votaram em plebiscito para fazer parte da Rússia. No entanto, esse número não foi atingido.

Fonte: Brasil 247




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