Presidente afirmou querer retomar o BNDES como banco de desenvolvimento: "ele tem que emprestar dinheiro para que governadores possam concluir obras inevitáveis para o estado"
247 - O presidente Lula (PT) realiza na manhã desta sexta-feira (27) sua primeira reunião com todos os governadores brasileiros e prometeu que haverá financiamento dos bancos públicos a obras de todos os estados.
"Queremos ouvir quais são as coisas que vocês consideram prioritárias nos estados de vocês. Cada governador ou governadora já tem uma demanda, tem na cabeça aquilo que pretende fazer. Nós não temos o orçamento que desejávamos, foi feito pelo governo anterior. Nós começamos a governar o Brasil antes de tomar posse porque tivemos que articular uma PEC por conta de complementação do orçamento do ex-presidente, que não tinha colocado dinheiro suficiente para pagar as coisas que já tinha compromisso de pagar. Essa PEC vai nos permitir fôlego para cumprir os compromissos sociais que tínhamos assumido durante a campanha. Mas nós sabemos que tem obra que vocês também consideram prioritárias. Cada governador ou governadora tem uma obra na cabeça que é a obra dos seus sonhos, a principal para o estado, para uma região. E nós queremos compartilhar com vocês a possibilidade de repartir o sacrifício de uma obra dessa”, afirmou.
O presidente afirmou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fará aportes para as obras estaduais, e citou também o Banco do Nordeste. “Pretendo fazer com que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento, e para ser um banco de desenvolvimento ele tem que ter paciência e competência de, se for necessário, emprestar dinheiro para que governadores possam concluir obras consideradas inevitáveis para o estado. É esse o papel do BNDES, foi no meu governo e voltará a ser, um banco de desenvolvimento. O dinheiro que o BNDES captar tem que ser repartido com investimentos para pequenas e médias empresas, grandes empresas, governadores e prefeitos. (...) O Banco do Nordeste há muito tempo não consegue emprestar dinheiro para governador, e nós vamos garantir que o Banco do Nordeste volte a emprestar dinheiro para governador. Se o governador estiver com as contas bem equilibradas, que possa fazer dívida. Não há porque o governo federal, através dos bancos públicos, facilitar com que esses governadores tenham acesso a recurso para fazer as obras que são consideradas importantes para cada estado”.
Lula afirmou que entende a preocupação dos governadores com a necessidade de compensação pelo corte no ICMS e prometeu que o assunto será abordado. “Sabemos que cada governador tem suas demandas locais, que os governadores querem discutir uma série de coisas que muitas vezes parece que nós não queremos discutir, mas nós temos que discutir. A questão do ICMS é uma coisa que está na cabeça de vocês desde que foi aprovada pelo Congresso Nacional e é uma coisa que vamos ter que discutir. Podemos acertar, podemos dizer que não pode ou que pode, mas a gente não vai deixar de discutir nenhum assunto com vocês”.
Por fim, o presidente garantiu que não haverá discriminação de governadores pela ideologia política que ocupam e pediu o fim da judicialização da política. "Depois que ouvir todo mundo quero encerrar essa reunião fazendo proposta de trabalho para nós. Queria que vocês tivessem em mente o seguinte: não há da parte do presidente, do vice, nenhum veto a qualquer companheiro que queira conversar. A porta estará aberta a todo governador que tiver uma demanda que precisa ser discutida com o governo federal. Iremos tentar mostrar ao Brasil que governar de forma civilizada é muito importante para que a gente possa reencontrar a paz nesse país. Precisamos garantir ao povo que a disseminação do ódio acabou, que o que aconteceu no dia 8 de janeiro não voltará a acontecer, porque não é própria da democracia aquela barbárie. Vamos recuperar a democracia, e a essencialidade da democracia é falar o que quer, desde que a gente não obstrua o direito do outro falar. A gente pode falar o que quer, desde que a gente não adentre o espaço de outras pessoas. O Brasil precisa voltar à normalidade. Vou conversar muito para que o Judiciário faça o papel do Judiciário, que o Congresso faça o papel de Congresso. É preciso parar de judicializar a política. A gente perde uma coisa no Congresso e em vez de aceitar a regra do jogo de que a maioria vence e a minoria cumpre aquilo que foi aprovado, a gente recorre a uma outra instância para ver se a gente consegue ganhar. É preciso parar com esse método, porque isso faz com que o Judiciário adentre ao Legislativo e fique legislando. E que o Poder Executivo cumpra com aquilo que tem que cumprir, que é executar o orçamento aprovado pelo Congresso e fazer com que o programa que foi definido em uma campanha política seja cumprido".
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