domingo, 20 de novembro de 2022

Ministros seguem Bolsonaro e reduzem atividades na Esplanada após derrota eleitoral

 Ministros das Comunicações, Justiça e Economia reduziram drasticamente suas agendas oficiais desde o resultado do pleito que elegeu Lula para a Presidência da República

(Foto: Agência Senado | REUTERS/Adriano Machado)


247 - Após Jair Bolsonaro (PL) reduzir drasticamente o ritmo de trabalho após a derrota eleitoral para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “os sinais de marasmo se refletem nas agendas de alguns dos seus ministros”, diz a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo. 

Segundo a reportagem, o ministro da Justiça, Anderson Torres, “registrou só quatro compromissos oficiais neste mês – um deles foi um encontro com a Associação Brasileira de Juristas Conservadores, entidade bolsonarista criada para fazer o que chama de guerra cultural’. Como comparação, nos mesmos dias de novembro de 2021, ele teve 21 compromissos, inclusive a participação na COP-26, na Escócia”.

Ao mesmo tempo, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, manteve apenas dois compromissos desde a derrota de Bolsonaro, ante 29 agendas oficiais no mesmo período do ano passado.

“Até Paulo Guedes, o requisitado ministro da Economia, reduziu o número de afazeres de 32 (em 2021) para 19 neste ano. No último dia 16, a única tarefa de sua agenda foi um almoço em homenagem aos Emirados Árabes Unidos. Dias antes, fez ‘uma visita de cortesia’ ao ministro da Defesa. A divulgação das agendas é obrigação legal”, ressalta a reportagem. 

Desde  o dia 30 de outubro, data do segundo turno, Bolsonaro reduziu drasticamente suas atividades.Segundo a agenda oficial da Presidência da República a carga horária total, de 31 de outubro até a sexta-feira (18), somou apenas 19 horas. Assim, nestes 14 dias úteis, o presidente participou de  27 compromissos oficiais, ou menos de dois por dia.

Com Bolsonaro, número de jovens matriculados em universidades tem queda recorde

 Índice de matrículas vinculadas ao Prouni e Fies é o menor desde 2013 e as inscrições no Enem também deste ano é 60% menor que em 2016

universidade-pública (Foto: ABr)

247 - O número de jovens matriculados em instituições de ensino superior apresentou um recuo inédito na série histórica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e a tendência é que o problema cresça ainda mais, uma vez que a crise econômica e os cortes orçamentários promovidos pela atual gestão afetaram o número de bolsas e outros subsídios destinados ao setor. 

“O índice de matrículas vinculadas ao Prouni e Fies, por exemplo, é o menor desde 2013. Ao mesmo tempo, as inscrições no Enem também caíram: neste ano, 3,4 milhões de brasileiros se inscreveram, número 60% menor que em 2016”, destaca o jornal O Globo

Segundo a reportagem, um levantamento realizado pelo Instituto Semesp apontou que em 2021, apenas 17,7% dos jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos cursavam uma graduação. Em 2020, este índice era de 17,8% e  em 2019, 18,3%.

“Os dados do último censo são de 8,9 milhões de matrículas nas universidades, considerando qualquer faixa etária, sendo 77% na rede privada. O maior avanço ocorreu nos cursos de Ensino a Distância (EAD), que alcança, majoritariamente, alunos adultos”, ressalta o periódico. 

A situação não deve melhorar no curto prazo, uma vez que o governo Bolsonaro enviou o menor orçamento destinado ao custeio e investimento das universidades federais dos últimos 10 anos. Em 2021, o orçamento, de R$5,8 bilhões, foi menos da metade que o de 2016, que chegou a R$11,5 bilhões.

Governo Lula planeja investir R$ 40 bilhões em projetos de infraestrutura em 2023

Projeto para ampliar investimentos em infraestrutura e alavancar o crescimento econômico é baseado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), implantado por Lula em 2007

Lula nas obras de transposição do Rio São Francisco (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende lançar um novo projeto visando ampliar investimentos em infraestrutura e alavancar o crescimento econômico baseado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), implantado pelo petista em 2007. “A iniciativa deve começar com R$ 40 bilhões em recursos públicos, além de aportes privados em projetos e concessões”, diz o jornal O Globo

Segundo a reportagem, “parte dos recursos virá da chamada “proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição”, que visa abrir espaço no Orçamento de 2023 para cumprir promessas de campanha. Além de tirar o Bolsa Família do teto de gastos, a proposta, que ainda precisa passar pelo Congresso, abre espaço de até R$ 22,9 bilhões em excesso de arrecadação para serem investidos”.

O volume de recursos previsto é o dobro do estipulado no Orçamento do governo Jair Bolsonaro (PL)  para investimentos públicos em 2023, que é de R$ 22 bilhões. “Mas a equipe do petista espera, no total, conseguir um pacote de R$ 100 bilhões de investimentos públicos no próximo ano, com remanejamentos orçamentários e cortes de gastos, acima dos R$ 42 bilhões previstos para investimentos em 2022”, ressalta o periódico.

“As discussões sobre a volta do PAC na transição estão sob coordenação da ex-ministra Miriam Belchior, que foi secretária executiva do PAC, e por Maurício Muniz, que foi seu braço direito. Os dois são cotados para assumir o Ministério de Infraestrutura ou área correlata a partir de janeiro”, destaca o Globo.

Rodovias federais têm 18 pontos de interdição, diz PRF

 Bloqueios foram registrados em cinco localidades

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)


Agência Brasil - Há interdições em 18 pontos de estradas federais, informou na tarde deste sábado (19) a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em balanço atualizado nas redes sociais. A interrupção do fluxo das rodovias, os bloqueios, foram registrados em quatro localidades do Mato Grosso e uma do Pará. 

Desde o início das operações para conter os protestos nas estradas, a PRF informou ter desfeito 1.180 manifestações em rodovias federais. 

Os protestos nas estradas foram iniciados após o resultado das eleições, no último dia 30 de outubro, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para mais um mandato à frente da Presidência da República a partir do ano que vem. 

No dia 31 e outubro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que as rodovias fossem desbloqueadas. Para o ministro, as manifestações
“desvirtuam o direito constitucional de reunião”. “O quadro fático revela com nitidez um cenário em que o abuso e desvirtuamento ilícito e criminoso no exercício do direito constitucional de reunião vem acarretando efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante da sociedade”, enfatizou em sua decisão.