domingo, 9 de outubro de 2022

“Vamos para o debate aberto disputar os legados de Lula e Bolsonaro", diz Flávio Dino

 “Disputamos os legados e vamos fazer o embate de legados porque isso nos é amplamente favorável", afirmou o senador eleito pelo Maranhão, Flávio Dino (PSB)

Flávio Dino e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - Em entrevista ao programa Giro das Onze, da TV 247, o senador eleito pelo Maranhão, Flávio Dino (PSB), analisou o primeiro turno das eleições e apontou as perspectivas do segundo turno. Para ele, “é preciso fazer pequenos ajustes na campanha” do ex-presidente Lula (PT) para garantir a vitória.

“O resultado [do primeiro turno] é muito bom, temos 5% à frente e vamos ganhar a eleição. As nossas ideias têm que aderir mais fortemente junto a classe trabalhadora e ao povão que nos empurrou para vitórias, não só no Nordeste, mas no país todo”, argumentou.

“Disputamos os legados e vamos fazer o embate de legados porque isso nos é amplamente favorável. Num debate nítido, sem laranja, sem fraude, sem artimanha, num debate frente a frente, vamos falar de futuro”, destacou Dino se referindo ao Padre Kelmon (PTB), que no último debate presidencial foi auxiliar de Bolsonaro nos ataques contra Lula para interditar o debate. 

O senador eleito reforça que é preciso “falar do legado e do futuro com mais nitidez”. 

“Temos que fortalecer o papel das instituições que cumpriram um papel determinante, sobretudo a justiça eleitoral. Mas não só, para que a gente tenha o máximo o quanto possível uma eleição nos trilhos da legalidade. Isso envolve inclusive esse derrame de dinheiro ilícito que tem circulado no mundo da política. E esse é um desafio sobretudo jurídico. Mas o mais importante é como imprimir a emoção, o entusiasmo,o vigor cívico, patriotico com o máximo de amplitude”, disse.

Questionado sobre como tratar a pauta de costumes, Flávio Dino defende que a campanha faça a abordagem, mas não como o centro do debate.

“Temos que abordar, não com primazia, mas tem que abordar porque essa é uma agenda concreta do povo. Não adianta ter uma postura aristocrática e elitista de achar que a agenda dos outros não importa. Claro que a nossa agenda principal já está definida: combate a desigualdade social, justiça social, distribuição de renda, desenvolvimento nacional, soberania nacional, investimento público. Essa é a nossa agenda, esse é o núcleo. Agora, não podemos ignorar que uma parte da sociedade escolhe o seu voto a partir de outras agendas. Então, temos sim que tratar isso”, sustentou.

Sobre o perfil do Congresso, em 2023, Flávio Dino destacou que “o peso do dinheiro na eleição”, por meio do orçamento secreto, assegurou a eleição de aliados bolsonaristas.

“O Congresso Nacional tem grande parte da sua composição definida pelo orçamento secreto. Inédito derrame de dinheiro do governo federal nunca antes visto, que determinou a formação de bancadas em partidos que hegemonizaram a condução da execução orçamentária dos últimos anos”, declarou.

João Amoedo, do Partido Novo, diz que Jair Bolsonaro pretende implantar ditadura no Brasil

 Segundo ele, o Brasil pode seguir o caminho da Venezuela e se transformar em uma autocracia

(Foto: ABr | CUT)


247 – "A proposta, de aliados do governo, de aumentar o número de ministros do STF é um risco grave para a independência dos Poderes. Bolsonaro, se reeleito, indicaria a maioria da Corte. Este foi um dos passos de Hugo Chávez para transformar a Venezuela em uma autocracia", postou João Amoedo, do Partido Novo, em suas redes sociais. Saiba mais em reportagem do Conjur:

Em entrevista à GloboNews, o vice-presidente e recém-eleito senador Hamilton Mourão (Republicanos) defendeu o aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal.

"O STF tem invadido contumazmente atribuições dos outros poderes rasgando o que é o devido processo legal", afirmou. Ele questionou as decisões monocráticas e defendeu um mandato para ministros.

As declarações de Mourão estão alinhadas a do candidato à reeleição e segundo colocado nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PL). O presidente afirmou que admite discutir a possibilidade de aumentar o número de ministros do Supremo depois das eleições. 

"Isso ai já chegou gente, apresentou, 'passa para mais cinco'. Não posso passar para mais cinco, se quiser passar tem que conversar com o Parlamento. Isso se discute depois das eleições. Essa proposta não é de hoje, há muito tempo outros presidentes pensaram em fazer isso daí", disse, em almoço com jornalistas no Palácio da Alvorada.

Crítico contumaz do Poder Judiciário, Bolsonaro teve durante a sua gestão uma relação belicosa com o Supremo Tribunal Federal e com o Tribunal Superior Eleitoral.

Essa tensão fez com que a base aliada do presidente retomasse a discussão em 2021 de uma Proposta de Emenda Constitucional que prevê aumentar de 11 para 15 o número de ministros do STF. O texto data de 2013 e é de autoria da deputada Luiza Erundina (Psol), mas não havia sido analisado pela Comissão de Constituição e Justiça.

Um dos exemplos de reforma de uma Suprema Corte por um presidente para aumentar seu poder de influência no Judiciário aconteceu na Venezuela em 2003. Na ocasião, o número de juízes do Tribunal Supremo de Justiça passou de 20 para 32. 

O modelo perdurou até abril deste ano quando a base aliada do presidente Nicolás Maduro aprovou uma polêmica reforma que reduziu novamente o número de ministros de 32 para 20. Na nova composição ficaram 12 dos que  já formavam parte do STJ e tiveram mandatos renovados pelos próximos 12 anos.


Autoritário, Globo diz que Lula precisa explicar o que entende por reindustrialização

 Jornal finge não saber que se trata de aumentar a produção industrial no Brasil e o valor agregado na economia nacional

Ex-presidente Lula visita fábrica em Diadema (Foto: Adonis Guerra/SMABC)


247 – O jornal O Globo, que defende a entrega do pré-sal e um modelo praticamente extrativista na economia nacional, adotou uma postura autoritária neste domingo e afirmou em editorial que o ex-presidente Lula precisa explicar o que entende por ‘reindustrialização’.

"Na visita que fez à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) no início da campanha, o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva falou o que a plateia queria ouvir: anunciou a 'reindustrialização' do país como uma das plataformas de seu governo. Como foi uma das raras ideias econômicas concretas que aventou ao longo de toda a campanha, torna-se essencial entender o que o líder nas pesquisas de opinião entende por isso", escreve o editorialista.

Como qualquer estudante de primeiro ano de economia sabe, reindustrializar significa ampliar a produção industrial em solo nacional, aumentar a complexidade econômica e o valor agregado dos produtos nacionais, gerando mais empregos e de melhor qualidade.

Lula condena mentiras de Bolsonaro e diz que ninguém pode governar seriamente a partir de fake news

 "Ninguém que ganhe a eleição mentindo conseguirá governar esse país com seriedade", afirmou

Lula (Foto: REUTERS/Carla Carniel)


BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste sábado o volume de fake news de que é alvo e afirmou que não é possível para um governante tocar um país se a vitória eleitoral ocorrer a partir de mentiras.

Em entrevista coletiva em Campinas (SP), Lula afirmou que o departamento jurídico de sua campanha tem acionado a Justiça Eleitoral para "evitar ao máximo a sandice que nosso adversário faz". Lula disputa o segundo turno com o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

"Ninguém que ganhe a eleição mentindo conseguirá governar esse país com seriedade. Você vira vítima da mentira que você contou. Você fica sofrendo por conta da tua irresponsabilidade", disse o ex-presidente, questionado se medidas tomadas pela Justiça Eleitoral e rede sociais têm sido suficientes para conter o aumento de fake news, muitas delas verbalizadas por seu adversário.

"Vamos acionar a Justiça cada vez mais", disse Lula, referindo-se às notícias falsas contra ele.

Na sexta-feira, a coligação do ex-presidente informou ter ingressado com pedido de providências ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que determine ao Twitter a retirada de publicações de fake news contra a candidatura do petista.

No pedido, a coligação argumenta que o Twitter não tem atuado da forma como se comprometeu quando assinou memorando de entendimento com a Justiça Eleitoral para o combate à propagação de notícias falsas. Aponta ainda que a plataforma tem os meios técnicos para identificar e mapear as contas propagadoras das fake news.

A peça jurídica lista, ainda, uma série de perfis que propagam fake news, como os de dos filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo, da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal eleito Ricardo Salles (PL-SP), e o também deputado federal eleito Delegado Ramagem (PL-RJ), entre outros.

A propagação de fake news a partir de uma rede organizada também é investigada em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF).

MURO DA LAMENTAÇÃO

Na entrevista a jornalistas deste sábado, Lula também acusou Bolsonaro de se utilizar da máquina pública para se reeleger e disse estar pronto, ao lado do vice em sua chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin, para "tirar esse país do muro da lamentação em que está".

Questionado sobre o encontro com economistas na próxima semana, muitos deles idealizadores do Plano Real, o ex-presidente disse estar conversando com autoridades e personalidades que não votavam nele em disputas anteriores. Lula também deve se reunir nos próximos dias com lideranças no PSDB, partido com o qual rivalizou em eleições passadas. A legenda liberou o posicionamento dos diretórios sem indicar preferência pelo segundo turno.

Segundo ele, isso ocorre porque as pessoas identificariam em sua candidatura a "possibilidade de recuperar a democracia" do Brasil, apesar de eventuais discordâncias políticas, econômicas ou ideológicas. O petista relatou ainda que sua conversa, na véspera, com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso foi "extraordinária". FHC declarou apoio a Lula na quarta-feira.

"Estamos recebendo apoio de todos aqueles que são democratas", disse Lula.