sábado, 8 de outubro de 2022

Datafolha 2º turno: Lula tem 53% dos votos válidos e Bolsonaro, 47%

 Nos votos totais, o ex-presidente conseguiu 49% e Jair Bolsonaro, 44%, de acordo com a nova pesquisa

Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (à esq.) e Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Ricardo Stuckert | REUTERS/Adriano Machado)

247 - A pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (7) e encomendada tanto pela Globo e pela "Folha de S.Paulo", mostrou o candidato a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 53% dos votos válidos, contra 47% de Jair Bolsonaro (PL).

Nos votos totais, o petista conseguiu 49% e o seu adversário, 44%. Foi o o primeiro levantamento do instituto feito após o primeiro turno. Brancos e nulos somaram 6% e não souberam ou não responderam, 2%.

Na simulação de segundo turno divulgada pelo Datafolha na véspera da votação do 1º turno da eleição presidencial, o petista aparecia com 54% das intenções de voto, e Bolsonaro, com 38%. 

No primeiro turno, Lula somou 48% dos votos válidos (57,2 milhões) no primeiro turno da eleição, contra 43% (51 milhões) de Bolsonaro.

Para a nova pesquisa foram entrevistados 2.884 eleitores, entre quarta-feira (5) e sexta-feira (7), em 170 cidades. A margem de erro foi de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02012/2022.

Carcereiro de Lula tem 'nojo' de Bolsonaro e vai votar no ex-presidente

 "Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo vigor do meu peito", disse o agente federal Jorge Chastalo Filho

(Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)

247 - Carcereiro de Lula (PT) na Superintendência da Polícia Federal em Curitibadurante os 580 dias da prisão ilegal do ex-presidente, o agente federal Jorge Chastalo Filho afirmou que vai votar no candidato petista contra Jair Bolsonaro (PL). 

"Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo vigor do meu peito", disse à coluna de Thiago Herdy, do Uol, o agente, ex-chefe do Núcleo de Operações da PF que hoje atua como adido da Polícia Federal em Lima, no Peru.

Presente em todas as fotos de presos pela operação Lava Jato, ficou conhecido como "Rodrigo Hilbert da PF", por conta de sua semelhança física com o ator global.

Sua função na PF o aproximou do ex-presidente, destacando sobre Lula que "a sensibilidade de sua preocupação com a pobreza, com a desigualdade social, com o bem-estar das pessoas, tudo isso se mostrou algo muito verdadeiro nele e foi algo que me marcou. Nunca o vi deprimido, na carceragem era um sujeito humilde e que sempre demonstrou gratidão e compaixão por quem estava ali com ele".

Chastalo afirma que "a gente precisa de um governo que seja competente, não importa se de esquerda ou de direita" e diz ter evitado se manifestar politicamente até aqui, por causa do seu envolvimento em temas sensíveis da política nacional.

No entanto, o agente afirma estar disposto a se "arriscar" e "arcar com as consequências disso" diante de sua indignação em relação à qualidade do atual governo "abominável".

"Diante deste absurdo que a gente tá vivendo, de ataque à democracia, essa falta de civilidade, de desamor gigante, do ódio estimulado entre as pessoas, tenho absoluto desprezo pelo governo que está aí. Como disse um dia Ulisses Guimarães, 'tenho nojo'. Então me sinto moralmente obrigado a me manifestar", justifica.

Lula e Tebet discutem importância do agronegócio para atrair investimentos ao país

 Em entrevista coletiva, ex-presidente e senadora defendem produção sustentável e de baixo carbono para evitar que as portas do mercado europeu se fechem aos produtos nacionais

Simone Tebet e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)


Lula - Em coletiva conjunta na tarde desta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) destacaram a importância do agronegócio e da convivência com o meio ambiente para sobrevivência do próprio segmento e para atração de investimentos ao país.

“O problema grave hoje é que o agronegócio pode ser vítima do próprio agronegócio se não tivermos empresários com a mentalidade de que o planeta está pedindo socorro. A questão do clima não é mais secundária, mas de sobrevivência da humanidade e produzir uma agricultura saudável e de baixo carbono é obrigação nossa”, destacou o ex-presidente. Lula lembrou o legado de seus governos com investimentos para diferentes nichos produtivos, financiamento de máquinas e equipamentos e securitização de dívidas que poderiam ter quebrado o setor, ressaltando a importância do agronegócio.

Consciência ambiental

A senadora Simone Tebet afirmou que é do agro e que está pronta para desmistificar o que chamou de “tese equivocada que só interessa ao atual presidente da República” de que agronegócio e meio ambiente são opostos, quando na realidade devem andar juntos.

“Sem esse desenvolvimento sustentável nós não temos chuva e temos perdas nas nossas safras. Nos últimos dois anos, do meu estado, Mato Grosso do Sul, até o Rio grande do Sul, tivemos uma perda, de algo em torno de produtividade de R$ 60 bilhões. Não foi o poder público que perdeu, foi o agronegócio que perdeu R$ 60 bilhões”, disse ela.

Segundo Tebet, o próprio agro começa a tomar consciência de que, se o Brasil não mudar e não focar na questão da sustentabilidade, da proteção da Amazônia e do desmatamento ilegal zero, o agronegócio vai ter portas fechadas na Europa e nos países para os quais o Brasil exporta.

Atração de investimentos

“Nós estamos no limite do prazo para poder cumprir o acordo de Paris e regras claras de rastreabilidade, de selo verde. Se não as nossas carnes, por exemplo, não vão ser aceitas nas gôndolas dos supermercados europeus. Nós temos essa consciência, o agro tem essa consciência e sabe que o presidente Lula, tem condições, através da sua equipe, voltar a abrir o olhar de quem está de fora, especialmente de recursos e investimentos estrangeiros no Brasil”, reconheceu a senadora.

De acordo com ela, há muita gente querendo investir no Brasil e, preservando a Amazônia, tendo em vista a importância do agronegócio, o dinheiro vem. Tebet disse estar disposta a ajudar nesse debate e disse não ter dúvida de que seja possível reverter o quadro de maioria do agro apoiando Bolsonaro. “Nós podemos reverter detalhando claramente o programa de governo do presidente Lula para o agronegócio”.

Arquidiocese de Belém nega convite a Bolsonaro para Círio de Nazaré

 “Não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio”, diz nota

Presidente Jair Bolsonaro 06/10/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A Arquidiocese de Belém (PA) informou em nota, na noite desta sexta-feira, 7, que não convidou Jair Bolsonaro (PL) para a participação no Círio de Nazaré, uma das maiores celebrações religiosas e populares do Brasil. O comunicado diz não permitir o uso do evento para fins políticos.

Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que participará neste sábado, 8, do evento religioso, o maior do Brasil e um dos maiores do mundo. 

“Comunicamos não ter havido nenhum convite da parte da Arquidiocese de Belém, nem da Diretoria da Festa de Nazaré, a qualquer autoridade, seja ao nível municipal, estadual ou federal. Entretanto, reconhecemos ser responsabilidade da Marinha do Brasil o acesso à referida embarcação”, diz trecho do comunicado da Arquidiocese.

"Temos o dever de observar a plena liberdade de qualquer cidadão ou cidadã de participar dos eventos do Círio de Nazaré. Todavia, não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio", acrescenta.

Nota da arquidiocese na íntegra

“O Círio de Nazaré é um evento da Igreja Católica, sob a responsabilidade da Arquidiocese de Belém, com todas as atividades que lhe são características.

Tomamos conhecimento da presença do senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Corveta da Marinha Garnier Sampaio durante a Romaria Fluvial. Comunicamos não ter havido nenhum convite da parte da Arquidiocese de Belém, nem da Diretoria da Festa de Nazaré, a qualquer autoridade, seja ao nível municipal, estadual ou federal. Entretanto, reconhecemos ser responsabilidade da Marinha do Brasil o acesso à referida embarcação.

Comunicamos ainda que cabe ao Arcebispo de Belém a condução da Imagem Peregrina em todas as etapas de embarque e desembarque do Garnier Sampaio.

Temos o dever de observar a plena liberdade de qualquer cidadão ou cidadã de participar dos eventos do Círio de Nazaré. Todavia, não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio.

Desejamos a todos os participantes um Feliz Círio a ser celebrado em clima de paz e serenidade."


Bolsonaro herda mais votos de Ciro do que Lula, diz Datafolha

 Bolsonaro é o candidato preferido de 42% dos eleitores de Ciro no segundo turno, enquanto Lula fica com 31%

Ciro Gomes, Lula e Jair Bolsonaro (Foto: abr | brasil247)

247 - A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 8, mostrou que Jair Bolsonaro (PL) herdou mais votos de Ciro Gomes (PDT) do que o ex-presidente Lula (PT). O PDT, no entanto, declarou apoio formal ao candidato do PT. Mesmo assim, Bolsonaro é o candidato preferido de 42% dos eleitores de Ciro no segundo turno, enquanto Lula fica com 31%.

O resultado, apesar de parecer estranho, é resultado da campanha de ataques constantes que o candidato derrotado do PDT fez a Lula durante o primeiro turno.

Entre os eleitores da senadora Simone Tebet (MDB), que também declarou apoio a Lula, a situação é mais equilibrada: Lula ficaria com o voto de 31% dos eleitores, enquanto outros 29% migram para Bolsonaro.

No primeiro turno, Tebet obteve 4,9 milhões (4,2%) e Ciro com 3,6 milhões (3%).

O levantamento divulgado nesta sexta-feira aponta vitória do ex-presidente Lula (PT) com 53% dos votos válidos e contra 47% de Bolsonaro.

A pesquisa foi contratada pela TV Globo e pela Folha de S.Paulo, o instituto entrevistou 2.884 eleitores de quarta-feira até esta sexta-feira. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos e o número de registro no TSE é o BR-02012/2022.

Lula já tem fórmulas para substituir teto de gastos no próximo governo

 Ambas as propostas incluem alguma forma de controle do crescimento das despesas, mas permitem a adoção de medidas anticíclicas

(Foto: Reprodução)

SÃO PAULO (Reuters) - O PT analisa duas propostas principais de arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, com a mais cotada prevendo uma meta flexível para o resultado primário das contas públicas, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só baterá o martelo sobre o modelo a ser adotado caso vença as eleições, disseram duas fontes ouvidas pela Reuters.

Ambas as propostas incluem alguma forma de controle do crescimento das despesas, mas permitem a adoção de medidas anticíclicas, para incentivar a economia no caso de desaceleração da atividade, e dão ao governo a liberdade de gastar mais quando houver recursos suficientes.

Uma das alternativas é a volta das metas de superávit primário como principal âncora fiscal do país, mas não com um valor fixo e sim com bandas que permitam ajustá-lo de acordo com os ciclos da economia. De acordo com uma das fontes, a intenção é dar mais liberdade ao governo para ajustar os investimentos públicos de acordo com as necessidades econômicas.

No modelo de resultado primário simples, o governo precisa cumprir aquele valor independentemente do estado da economia. Uma banda, nos moldes das metas de inflação, permitiria que o governo aumentasse a meta no caso de uma economia aquecida, mas a diminuísse no caso de desaceleração, abrindo espaço para mais investimentos.

"É uma medida que permite uma ação anticíclica, que as metas antigas não tinham. Se a economia estava bem, se mantinha bem, mas se desacelera, você não tem meios para o governo agir", diz uma das fontes.

Uma segunda proposta, que já havia sido discutida no programa de governo de Fernando Haddad para a disputa presidencial de 2018, prevê uma regra de reajuste do limite das despesas pelo IPCA e por um outro indicador, ainda não definido, mas que abriria espaço para um crescimento real das despesas.

A ideia é que o crescimento acima da inflação se desse principalmente nas despesas consideradas "nobres" --infraestrutura e gastos sociais-- evitando amarras, como acontece atualmente com o teto, que impedem o governo de investir mais mesmo tendo uma arrecadação maior do que previsto.

"Não faz sentido, em um país como o Brasil, você ter dinheiro em caixa e ser impedido de investir. A gente não está falando de custeio, mas de medidas que podem ajudar no crescimento do país", diz uma segunda fonte.

Não há, no entanto, qualquer definição sobre qual modelo será adotado. Isso porque a decisão, de acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, caberá a Lula.

O ex-presidente tem uma aparente predileção pela manutenção de metas de superávit. Em conversa com empresários, e mesmo em entrevistas, costuma repetir que seu governo sempre cumpriu as metas fiscais. Mas admite que o modelo pode ser aperfeiçoado.

O mercado tende a ter preferência pela regra do teto por entender que ela garante maior sustentabilidade às contas no longo prazo e lida diretamente com a variável sobre a qual o governo tem mais controle, as despesas. O superávit primário também reflete a dinâmica da arrecadação, influenciada por vários fatores fora do alcance de Brasília.

Apesar de os governos petistas terem entregue contas superavitárias em boa parte dos anos, eles são criticados por economistas ortodoxos por terem promovido aumentos que consideram excessivos em despesas obrigatórias, como salários de servidores, criando gastos que teriam se mostrado insustentáveis com a desaceleração da economia.

A regra da meta para o primário também caiu em descrédito depois de o governo Dilma Rousseff ter sido acusado de inflar artificialmente o resultado com o adiamento de despesas obrigatórias.

As contas do governo central são deficitárias há oito anos. O governo Bolsonaro prevê que, em 2022, haverá um superávit primário, mas para o ano que vem a previsão é de novo déficit.

A equipe do programa de governo de Lula admite que não sabe o que esperar das contas públicas para o ano que vem, e isso pode influenciar o modelo a ser adotado caso Lula seja eleito.

"Tem que chegar lá e ver a situação real do país, que hoje a gente não sabe o tamanho da encrenca", admite um dos interlocutores de Lula.