Ex-presidente tem 52% dos votos válidos, segundo a pesquisa Ipec
(Foto: RICARDO STUCKERT)
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, em seu último grande evento público de campanha antes da eleição de domingo, que falta pouco para liquidar a disputa no primeiro turno, pedindo a apoiadores que batalhem pela conquista de votos e prometendo fazer mais do que em seus dois primeiros mandatos.
"Estamos a um passo da vitória em 2 de outubro. Falta um tiquinho, só um tiquinho. Nesses poucos dias que restam, é preciso trabalhar para conquistar o voto de todas e de todos, daqueles que amam a democracia", disse Lula em evento no Anhembi, em São Paulo, em que artistas e personalidades brasileiras e estrangeiras manifestaram apoio ao petista de forma presencial ou por mensagens de vídeo.
"Todas as eleições que eu participei eu tentei ganhar no primeiro turno. Todas, as minhas e as da Dilma (Rousseff). A gente sempre quis ganhar. Não pensa que a gente gosta de ir para o segundo turno, a gente gosta é de ganhar, a gente gosta é de ganhar no primeiro turno. Mas esse ano é o ano que nós estamos mais arrojados. Vocês estão mais maduros, mais politizados", acrescentou o petista, que chegou a se emocionar em mais de uma ocasião.
A menos de uma semana do primeiro turno de domingo, nova pesquisa do Ipec mostrou nesta segunda-feira que Lula teve uma oscilação positiva de 1 ponto percentual, passando a 48% das intenções de voto, enquanto o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) se manteve estável com 31%, mesmo indicador do último levantamento.
Considerando apenas os votos válidos, quando são descartados os brancos e nulos, o Ipec apontou a possibilidade de Lula garantir sua eleição no próximo domingo. O petista conta com 52% dos votos válidos, repetindo o mesmo patamar da semana passada.
Lula voltou a repetir em seu discurso no evento os argumentos de sua campanha de que utilizará o legado e a experiência de suas gestões passadas para fazer "mais e melhor".
Também mirou em pontos fracos de Bolsonaro, mas sem citá-lo diretamente, ao afirmar que "chega de desvios" de recursos da saúde, da educação e de áreas como o combate à violência contra as mulheres para financiar o que ficou conhecido como "orçamento secreto" -- emendas parlamentares que ganharam a alcunha devido à falta de transparência sobre os beneficiários dos valores.
Lula também pontuou seu discurso com falas otimistas, seguindo a linha adotada ao longo do período eleitoral.
"Chego à reta final desta campanha feliz como poucas vezes na vida. Porque pude voltar a andar por este país, abraçando, conversando, ouvindo o povo brasileiro. E o que ouvi, e o que vi nos olhos desse povo foi o brilho da esperança", disse o ex-presidente.