segunda-feira, 23 de maio de 2022

Lula lidera com 46% das intenções de voto no Rio, mostra Ipec

 Segundo o levantamento, o ex-presidente Lula tem uma diferença de 15 pontos percentuais para o segundo colocado, Jair Bolsonaro

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

Agenda do Poder - Na sucessão presidencial, a pesquisa IPEC revela que Lula continua liderando no Rio, com 46% das intenções de voto, contra 31% de Jair Bolsonaro. Neste cenário, Ciro Gomes aparece com 4% e João Dória, que anunciou que sairá da disputa, com apenas 2%. 

André Janones, Felipe D`Ávila e Simone Tebet aparecem com 1% cada. Os demais – Luciano Bi var, Leonardo Péricles e Paulo Marçal – não pontuaram.

Na espontânea, Lula tem 37%; Bolsonaro, 27%; Ciro Gomes, 2% e João Doria, 1%.

No Rio, a gestão de Jair Bolsonaro é avaliada como ruim e péssima por 49%; já os que a consideram ótima e boa chegam a 28%; regular, 21%. E 2% não sabem.


Ipec: Claudio Castro e Freixo estão tecnicamente empatados no Rio

 A pesquisa Ipec apontou que a diferença entre governador do Rio, Claudio Castro (PL), que lidera as intenções de voto, e Marcelo Freixo (PSB) é de apena sum ponto percentual

Governador Cláudio Castro e o deputado Marcelo Freixo (Foto: ABr)


247 - A pesquisa Ipec (ex-Ibope) apontou que o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), tem 18% do eleitorado, contra 17% do deputado federal Marcelo Freixo (PSB). Os dois estão tecnicamente empatados. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados foram publicados nesta segunda-feira (23) pela coluna de Lauro Jardim

De acordo com o levantamento, encomendado pela Associação Rio Indústria, Rodrigo Neves (PDT) ficou na terceira posição, com 8%, seguido por Eduardo Serra, do PCB (6%), e por Cyro Garcia, do PSTU (5%).

Os dados mostraram que Felipe Santa Cruz (PSD) tem 2% e Paulo Ganime (Novo), 1%. Brancos e nulos somaram 30% e 13% estão indecisos.

A pesquisa foi realizada entre quinta-feira (19) e domingo (22) com 1008 entrevistados de 32 municípios do estado. 


Com apoio de Lula, André Ceciliano lidera a disputa ao Senado, diz pesquisa IPEC

 No confronto com a apresentação dos apoios dos candidatos presidenciais, o deputado estadual André Ceciliano chega a 40% dos votos, contra 34% de Romário (PL)

André Ceciliano e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação)


Agenda do Poder - O deputado André Ceciliano (PT) lidera a disputa ao Senado, quando tem seu nome associado ao ex-presidente Lula, ultrapassando as intenções de voto de Romário (PL), com o apoio do presidente  Jair Bolsonaro. A revelação é da pesquisa do IPEC, ex-IBOPE, realizada entre os dias 19 e 22 de maio, com 1.008 entrevista, em todo o Estado do Rio de Janeiro, a pedido da Rio Indústria.

No confronto com a apresentação dos apoios dos candidatos presidenciais, o petista chega a 40% dos votos, contra 34% de Romário – resultado fora da margem de erro da amostra, de 3 pontos percentuais. Dos eleitores ouvidos, 20% afirmam que anulariam o voto e 5% não souberam responder.

No cenário em que os nomes são apresentados isoladamente, Romário lidera com 29%, seguido de Cabo Daciolo, com 10%. Alessandro Molon registra 8%, mesmo percentual de Daniel Silveira. Na sequência, André Ceciliano com 6%; Luciana Boiteux com 4%. Brancos e nulos, 24% e não respondeu, 11%.


Cai o presidente da Petrobrás, José Mauro Coelho, menos de dois meses após assumir

 Segundo o Ministério de Minas e Energia, o cargo será ocupado por Caio Paes de Andrade, formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista"

José Mauro Ferreira Coelho e a Petrobrás (Foto: ABr)

247 - O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta segunda-feira (23) que José Mauro Ferreira Coelho não será mais o presidente da Petrobrás. De acordo com a pasta, "o governo federal decidiu convidar o Sr Caio Mário Paes de Andrade para exercer o Cargo de Presidente da Petrobras". "O Sr Caio Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University".

O ministério disse que "o Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais". "Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos".

Leia a íntegra da nota: 

O Governo Federal, como acionista controlador da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, participa que decidiu promover alteração da Presidência da Empresa.

O Governo consigna ao Presidente José Mauro os agradecimentos pelos resultados alcançados em sua gestão, frente a Petrobras. O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais.

Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos. Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo. Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da Empresa, gerando benefícios para toda a sociedade.

Assim, o Governo Federal decidiu convidar o Sr Caio Mário Paes de Andrade para exercer o Cargo de Presidente da Petrobras. O Sr Caio Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University.

Portanto, o indicado reúne todos as qualificações para liderar a Companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o continuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da Empresa, sem descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras.

Por fim, o Governo renova o seu compromisso de respeito a governança da Empresa, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Petrobras.

Assessoria de Comunicação Social

Ugandês quebra recorde de 40 anos e vence a Prova 28 de Janeiro




Ao vencer a corrida de 10 quilômetros nesse sábado (21/05) em Apucarana, o atleta Maxwell Kortek Rotich, de Uganda, entrou para a história na 59ª edição da Prova Pedestre 28 de Janeiro. Ocorre que depois de 40 anos, o ugandês, que é agenciado pelo ex-atleta Moacir Marconi, o Coquinho, quebrou o recorde da prova que pertencia ao apucaranense Cláudio Ribeiro, o Claudinho, com a marca de 28’42” na corrida realizada em 1982. Maxwell, que venceu a prova de forma tranquila, fez o tempo de 28’18”. Claudinho, que hoje mora em Ribeirão Preto, esteve presente na prova nesse sábado e entregou o troféu para o campeão da 59ª edição, com a corrida tendo a participação de 3.146 atletas. Foi o segundo título de Maxwell em Apucarana, pois ele havia vencido a competição em 2018.

Coquinho comemorou muito a conquista do seu atleta. “O Maxwell chegou de seu país na sexta-feira, no sábado chegou às 5 horas da manhã em Apucarana e conseguiu subir no lugar mais alto do pódio. Para mim ele é um herói”, festejou Coquinho, que agradeceu o prefeito Junior da Femac e ao público presente. “Eu vivo isso desde 1974, é impressionante, pois aqui chega a dar 30 mil pessoas assistindo e incentivando esses atletas. E por isso esse recorde tem que ser comemorado sendo o quarto melhor resultado no Brasil”, destacou Coquinho.

O prefeito Junior da Femac elogiou a corrida. “Tivemos aqui em Apucarana uma prova sensacional, de alto nível técnico, com atletas da melhor qualidade. Foi uma grande festa do esporte apucaranense e que teve quebra de recorde na corrida. Agradeço a todos os patrocinadores e apoiadores e, parabenizo a equipe da Secretaria Municipal de Esportes pela organização do evento”, frisou o prefeito Junior da Femac.

O pernambucano Justino Pedro da Silva ficou em segundo lugar, seguido por Gilmar Silvestre Lopes (que em 2020 ficou na segunda posição). Giovani dos Santos (seis pódios na Corrida de São Silvestre) foi o quarto colocado e Altobeli Santos da Silva (bicampeão da Prova 28 em 2017 e 2019) obteve a quinta posição.

Com o tempo de 34’13”, a queniana Vivian Kiplagati, também agenciada por Coquinho, foi a campeã, ficando sete segundos a frente da argentina Marcela Cristina Gomez Cordeiro. Jenifer do Nascimento Silva ficou em terceiro lugar, seguida por Amanda Aparecida Oliveira e Felismina Cavela, do Quênia.

Na prova de 10 Km os melhores apucaranenses foram: masculino – 1º) Geison Novais de Souza; 2º) Luis Cláudio de Freitas; 3º) Allan Jones; 4º) Luis Henrique Pereira; e 5º) Renan Tanaka.

Feminino – 1º) Cleide Leandra da Silva; 2º) Renata Paula de Souza; 3º) Lourdes Maria de Jesus; 4º) Elaine Castro; e 5º) Karoline Tempesta Dutra.

Apucarana registra 123 casos da Covid-19 nesta segunda-feira





A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) confirmou 123 casos de Covid-19 nesta segunda-feira (23) em Apucarana. O município segue com 548 mortes e soma agora 35.164 diagnósticos positivos do novo coronavírus.

Os novos casos confirmados são de 51 homens e 72 mulheres. Segundo boletim da AMS, o município tem mais 29 suspeitas em investigação.

Já foram testadas 101.137 pessoas, sendo 70.511 em testes rápidos, 26.989 pelo Lacen (RT-PCR) e 3.637 por laboratórios particulares (RT-PCR).

O município tem dois pacientes internado no Hospital da Providência com o diagnóstico de Covid-19.

Serviços Funerários: “Capela do Colonial” tem 80% do cronograma executado



A construção da capela mortuária do Jardim Colonial deve ser concluída dentro dos próximos 45 dias. A estimativa foi repassada ao prefeito Júnior da Femac pela empreiteira licitada durante vistoria municipal realizada nesta segunda-feira (23/05). Segundo constatou o prefeito, 80% do contrato já foi executado. “As intervenções estruturais que ainda estão pendentes são todas na área externa, como a construção de calçada no entorno do prédio, colocação dos vidros, fechamento com muro e instalação de gradil, paisagismo e pintura geral, que teve início nesta segunda-feira”, detalha Júnior da Femac.

O terreno onde o equipamento comunitário está sendo construído fica na Avenida Aviação esquina com Rua Guaianazes, possui 1,2 mil metros quadrados e foi adquirido pelo município junto à Associação dos Funcionários Públicos Municipais de Apucarana (AFAP). “Esta obra é uma reivindicação antiga dos moradores que atualmente precisam recorrer a capelas mortuárias distantes para velar os seus entes”, justifica o prefeito Júnior da Femac, relatando que a nova capela vai atender a demanda de 14 bairros e uma população estimada de 20 mil pessoas.

A vencedora da licitação e responsável pela construção é a Portic Construtora, empresa de Apucarana. Com 262 metros quadrados de área construída, a nova capela terá duas salas de velório, hall de entrada, varandas externas cobertas, sala de estar, copa, depósito e dois sanitários adaptados para portadores de necessidades especiais. “Entre os bairros que serão beneficiados estão os residenciais Sumatra 1, 2 e 3, Jaçanã, Núcleo Castelo Branco, jardins Colonial, Santiago, Aeroporto, Aviação e Santos Dumont, além dos residenciais Sabiá e Andorinhas e ainda os loteamentos Raposa 1 e 2”, relata José Airton “Deco” de Araújo, diretor-presidente da Autarquia dos Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa), salientando que o investimento na obra é na ordem de R$546.294,57, com recursos municipais.

Para definição da construção da nova capela, a Aserfa levou em consideração diversos critérios. “Primeiro avaliamos o distanciamento do centro e também o número de moradores. Quando se tem uma população deste porte, distante da área central, já se justifica ter uma capela mortuária”, explicou Marcos Bueno, superintendente da Aserfa.

Ele reforça que a região atendida é bastante extensa e populosa. “E em breve terá uma capela adequada, com capacidade para dois velórios simultâneos, toda equipada para oferecer conforto às famílias”, pontuou Bueno, lembrando que nos últimos anos outras duas capelas mortuárias foram construídas em Apucarana, sendo uma no Jardim Ponta Grossa e outra no Distrito de Vila Reis. “Bem como investimentos importantes nos cemitérios municipais, reforma e ampliação da capela mortuária central e da capela mortuária do Distrito de Pirapó”, conclui o superintendente.

Rotatória vai ordenar trânsito na região da Vila Nova e “Shangri-lá”



Um entroncamento de vias, sendo que uma das ruas muito angulada e em curva, ganhará uma rotatória para disciplinar o trânsito. Essa é a solução encontrada pela equipe de engenharia da Prefeitura de Apucarana para o entroncamento das ruas Wilson Franco Lucena, José Maria Pinto e Avenida Santos Dumont, na ligação entre a Vila Nova e a Vila Shangri-lá.

O prefeito Junior da Femac lembra que o entroncamento fica em frente da Rede Massa/TV Tibagi, sendo uma importante ligação de bairros. “É um local  que, além do grande fluxo nos horários de pico, possui um intenso tráfego de veículos durante o dia. O entroncamento também é uma importante ligação de bairros, utilizado para acessar o  Recanto do Lago, Recanto Belvedere,  Shangri-lá, Vila Nova, Núcleo Habitacional Castelo Branco, Jardim Tibagi, entre outros”, cita Junior da Femac.

De acordo com Carlos Mendes, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan), o projeto foi apresentado nesta segunda-feira (23/05) ao prefeito Junior da Femac. “A rotatória terá 10 metros de diâmetro, com uma faixa de circulação de cinco metros de largura. O objetivo da intervenção é proporcionar uma regra mais clara e um fluxo organizado, uma vez que não se trata de um cruzamento convencional, pois as ruas possuem uma angulação acentuada neste entroncamento”, pontua Mendes.

O diretor-presidente do Idepplan lembra ainda que nas proximidades fica a garagem da Viação Apucarana Ltda (VAL). “Como é um ponto de passagem de veículos maiores, especialmente ônibus, a rotatória também terá uma área zebrada ao centro para facilitar a manobra, de modo a não inviabilizar a passagem de ônibus e caminhões”, observa Mendes.

Prefeitura faz a recuperação de ruas em várias regiões da cidade

 


As equipes de manutenção do asfalto, mantidas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos, fizeram nos últimos dias a recuperação do pavimento em várias regiões da cidade. Foram contempladas ruas localizadas nos bairros Residencial Raposa I, II e III, Núcleo Habitacional Tancredo Neves, Jardim das Flores e Jardim Esperança.

O prefeito Junior da Femac acompanhou os trabalhos nesta segunda-feira (23/05) na Rua Denhei Kanashiro, via que dá acesso ao Parque da Raposa e onde também ficam instituições de ensino, como o campus Apucarana da Universidade Tecnológica Federal (UTFPR) e Apae. “Apucarana tem cerca de 700 quilômetros de ruas, das quais 400 quilômetros são de asfalto antigo e que exige uma manutenção constante”, pontua Junior da Femac.

De acordo com Mauro Toshio Kitano, superintendente municipal de Serviços Públicos, duas equipes atuam diariamente na operação tapa-buracos, abrangendo 14 operários. “Cada equipe possui um caminhão que leva a massa asfáltica e um rolo compactador. O serviço envolve o levantamento dos pontos mais críticos, limpeza desses locais, seguida da aplicação da emulsão e da massa asfáltica”, informa Toshio, acrescentando que as próximas regiões a serem atendidas são as do Jardim Apucarana e a Estradas do Rio do Cerne.

 

Gleisi cobra regulamentação do Telegram pelo TSE

 "Nós queremos conversar com o TSE sobre Telegram", afirmou a presidente nacional do PT

Tribunal Superior Eleitoral, Telegram e Gleisi Hoffmann (Foto: ABr | Reuters | Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), cobrou nesta segunda-feira (23) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regule o Telegram para evitar a propagação de fake news durante as eleições de outubro. A parlamentar afirmou que discutiu com outros partidos a realização de uma audiência sobre o aplicativo de troca de mensagens.

"Espero que as instituições, principalmente o TSE, tomem medidas firmes em relação às fake news e à propagação de fake news. Nós queremos conversar com o TSE sobre Telegram", disse. As declarações aconteceram durante uma entrevista com representantes dos outros seis partidos (PCdoB, PV, PSB, Rede, PSOL e Solidariedade) que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A dirigente afirmou que o Telegram "nos preocupa muito". "Vai ter regras, tal qual o WhtasApp, ou vai ser terra ninguém? Ou vai poder falar o que quiser, do jeito que quiser e todo mundo vira vítima? Porque tem um momento em que nós somos as vítimas, mas depois as vítimas também passam a ser as instituições, como estão sendo o TSE e o Supremo Tribunal Federal (STF)", disse.

"Acho que eles têm responsabilidade em relação a isso para fazer com que esse processo eleitoral seja o mais limpo possível", acrescentou Gleisi, que revelou ter discutido a realização de uma audiência no TSE sobre o Telegram não só com os partidos apoiadores de Lula, como também com outras legendas vítimas de ataques bolsonaristas. "Não dá para deixar essas coisas sem regulação".

O financiamento e a divulgação de fake news ganhou mais destaque na imprensa nacional em 2018, quando foi descoberto um esquema de propagação de notícias falsas para prejudicar o então presidenciável Fernando Haddad (PT), que disputará o governo do estado de São Paulo este ano.

Jair Bolsonaro (PL) e outros aliados são investigados no inquérito das milícias digitais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

Após desistência de Doria, aliados de Tebet dizem que PSDB escolherá vice

 Segundo aliados da senadora, a decisão será “100% do PSDB”

Senadora Simone Tebet (MDB-MS) (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

247 - Com a desistência de João Doria da corrida presidencial, o MDB aguarda a definição sobre quem será o pré-candidato a vice de Simone Tebet. 

Segundo aliados da senadora, a decisão será “100% do PSDB”. Interlocutores do presidente nacional dos tucanos, Bruno Araújo, afirmam que a vaga está aberta a Doria, mas o ex-governador de São Paulo nega interesse. Eduardo Leite e Tasso Jereissati são opções. (Com informações do jornal O Globo). 

Além da pressão do PSDB, Doria desistiu para tentar salvar seus negócios

 Aliados citaram a preocupação de Doria com seus negócios, em se proteger de um eventual governo Lula ou Bolsonaro, já que ele não tem relação próxima com nenhum dos dois

Ex-governador João Doria anuncia desistência de candidatura à Presidência 23/05/2022 (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

247 - Aliados do ex-governador João Doria (PSDB) avaliaram que a desistência de sua candidatura a presidente, anunciada nesta segunda-feira (23), tem, além da inviabilidade eleitoral, a preocupação de Doria com seus negócios, de se proteger de um eventual governo Lula ou Bolsonaro, já que não tem relação próxima com nenhum dos dois.

Segundo reportagem de Andréia Sadi e Julia Duailibi, do G1, aliados de Doria avaliam que a pressão para o tucano desistir levou em conta a não implosão da candidatura de Rodrigo Garcia. "Além do temor da contaminação da candidatura do governador, com a presença do ex-governador no palanque, o próprio Doria precisa salvar o seu 'day after' fora da política: sem perspectiva de cargo público, tem de se preocupar com sua vida no meio empresarial", afirmam as jornalistas.

"Como exemplo citam o Lide, evento que reúne autoridades e empresários e vive do bom relacionamento e interlocução com partidos e políticos diversos. Se Lula ou Bolsonaro ganhar, a avaliação de aliados de Doria é de que o canal federal estará obstruído, pois ambos são adversários do tucano. Sem o governo de São Paulo, que é a principal aposta do PSDB, Doria não terá nem canal estadual", acrescentam. 

Gleisi: "não sei se a candidatura de Ciro vai até o fim"

 Presidente do PT negou que o partido tenha feito qualquer pressão sobre o PDT pela desistência da candidatura de Ciro Gomes

(Foto: Reprodução)


247 - A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que boa parte dos votos de Ciro Gomes iriam para o ex-presidente Lula se a candidatura do pedetista não chegar até o fim. 

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 23, a dirigente disse não saber ao certo se Ciro tem força para manter sua candidatura. "Obviamente que nós gostaríamos de ter o PDT nesse campo, que sempre teve posições muito semelhantes em relação à política e à conjuntura (…) não sei se a candidatura do Ciro vai chegar até o fim ou não, isso é uma decisão que cabe ao PDT (…) se o Ciro não for candidato, vai ter uma migração de votos que vai pra candidatura do Lula, não tenho dúvida", disse ela. 

Gleisi também negou que o PT tenha feito qualquer pressão sobre o PDT pela desistência da candidatura de Ciro Gomes. "Nós respeitamos a legitimidade de todos os partidos proporem suas candidaturas", acrescentou. 

Há ainda um “esforço conjunto” entre os partidos aliados de aproximação com siglas como Avante e Pros, afirmou Gleisi. 

Desistência de Doria aumenta chances de Lula vencer no 1º turno, afirma diretor da Quaest

 Doria desistiu por não obter apoio dentro do PSDB, seu partido, que prefere apoiar a senadora Simone Tebet (MDB) como candidata da chamada “terceira via”

Nunes, Lula e Doria (Foto: Divulgação)


247 - desistência do ex-governador João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência da República aumenta as chances do ex-presidente Lula (PT) vencer as eleições no primeiro turno, segundo o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes.

“Politicamente, Lula aumenta as chances de vitória no primeiro turno com o voto útil, pois o eleitor do Doria rejeita mais Bolsonaro do que Lula”, defende Nunes. Segundo a Quaest, 77% dos eleitores do ex-governador paulista rejeitam Jair Bolsonaro (PL) e 62% rechaçam Lula. Na pesquisa de maio, entre eleitores do Doria, 36% podem migrar para Lula e apenas 19% para Bolsonaro.

“Simbolicamente, a terceira via aumenta as chances de organizar sua tropa para tentar viabilizar uma opção fora da polarização. A coordenação das elites é fundamental para que os eleitores possam tomar decisões eleitorais. Até aqui, a terceira via mais atrapalhou do que ajudou o eleitor”, destaca o diretor da Quaest.

Doria desistiu por não obter apoio dentro do PSDB, seu partido, que prefere apoiar a senadora Simone Tebet (MDB), como candidata da chamada “terceira via”.

“Numericamente, não tem mudança significativa porque Doria sempre apareceu com pouco voto (de 3% a 5%). Mas Ciro (Gomes, do PDT) tem o maior potencial entre esses eleitores (54%). Lula tem potencial de 36% e Bolsonaro de 19%”, afirma o cientista político, acrescentando que “Tebet é muito desconhecida”.

Moraes destitui Ramos da vice-presidência da Câmara; cargo deve ficar com bolsonarista

 Como o deputado Marcelo Ramos se elegeu para a vice-presidência da Câmara quando estava no PL, a legenda argumentou que os cargos na Mesa Diretora pertencem ao partido

Marcelo Ramos (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)


247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta segunda-feira, 23, suspendeu uma liminar que mantinha o deputado federal Marcelo Ramos (PSD) na vice-presidência da Câmara dos Deputados. Assim, Ramos foi destituído da vice-presidência da Casa.

A pressão veio do PL, atual partido de Jair Bolsonaro e antigo partido de Ramos – que é opositor do atual governo. Como o deputado se elegeu para a vice-presidência da Câmara quando estava no PL, a legenda argumentou que, por acordo, os cargos na Mesa Diretora pertencem ao partido.

Após a decisão, uma nova eleição para eleger o próximo vice-presidente da Casa está prevista para esta quarta-feira, 25, em votação secreta no plenário, e o cargo será necessariamente ocupado por um membro do PL.

Ramos discordou da medida de Moraes, mas afirmou que respeita e irá cumprir a decisão. “Eu sou um democrata e jurei a Constituição, defendo as decisões judiciais até quando discordo delas”, publicou nas redes sociais. Segundo ele, sua destituição foi “pressão do Presidente da República que deu uma ordem ao Presidente da Câmara por uma live”.

Governo fará novo corte amplo de 10% em alíquotas de Imposto de Importação

 A iniciativa, com alcance de aproximadamente 87% do universo tarifário do país, representará um corte adicional do imposto

Aumentam os preços da indústria brasileira (Foto: Tânia Rêgo - Agência Brasil)


Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) – O governo deve anunciar nesta segunda-feira mais uma redução de 10% nas alíquotas do Imposto de Importação sobre grande parte dos produtos comprados no exterior, informou à Reuters uma fonte que acompanha a formulação da medida, em iniciativa para reduzir pressões inflacionárias e ampliar a abertura comercial do país.

A expectativa do Ministério da Economia é que o corte de tarifa seja definido em reunião extraordinária da Câmara de Comércio Exterior (Camex), no fim da tarde desta segunda, de acordo com essa autoridade, que falou sob condição de reserva.

A iniciativa, com alcance de aproximadamente 87% do universo tarifário do país, representará um corte adicional do imposto. Em novembro do ano passado, o governo já havia reduzido em 10% as alíquotas do universo de produtos sujeitos à TEC (Tarifa Externa Comum) unilateralmente, sem aval de todos os membros do Mercosul, dizendo haver urgência para lidar com a alta de preços.

“Hoje completaremos a segunda rodada (de cortes tarifários) implementando a segunda redução de 10%, totalizando 20%, que nunca tinha acontecido no Mercosul”, disse a fonte.

Em abril, o governo já havia demonstrado a intenção de promover um novo corte de 10% nas tarifas de importação.

O Ministério da Economia defende a abertura gradual da economia e recentemente implementou cortes no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para ampliar a competitividade da indústria do país e viabilizar a nova redução do Imposto de Importação.

Redução inicial de 25% no IPI foi ampliada para 35%, preservando produtos da Zona Franca de Manaus. A medida, porém, foi judicializada e parte de sua eficácia está suspensa.

Além dos cortes amplos das tarifas, o governo vem anunciando reduções para áreas e produtos específicos.

AGU não pode ser usada para defender interesses pessoais de Bolsonaro, dizem juristas

 Avaliação é que a Advocacia-Geral da União deve exercer advocacia de Estado, não de governo

Presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto 18/04/2022 REUTERS/Adriano Machado (Foto: ADRIANO MACHADO/ Reuters)

Sérgio Rodas, Conjur - Na gestão Jair Bolsonaro (PL), a Advocacia-Geral da União vem sendo usada para defender aliados e interesses do presidente da República. No caso mais recente, a instituição passou a passou a representar Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí, em ação de improbidade administrativa que ela responde junto com Bolsonaro pela suspeita de ser sido funcionária fantasma de seu gabinete quando ele era deputado federal. 

No entanto, o órgão deve exercer advocacia de Estado, não de governo. Portanto, defender o presidente da República e seus ministros por atos de decisão, e não seus interesses pessoais e de aliados. Caso contrário, sua função é desvirtuada e há desvio de finalidade na atuação. 

O órgão alega que pode representar Wal, pois "a AGU apenas está autorizada a representar judicialmente os agentes públicos federais quando os atos a ele imputados tenham sido praticados no exercício das atribuições constitucionais, legais ou regulamentares inerentes ao cargo, no interesse público, especialmente da União, das suas respectivas autarquias ou fundações".

O artigo 131 da Constituição estabelece que a AGU "representa a União, judicial e extrajudicialmente", cabendo-lhe "as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo". 

A Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União (Lei Complementar 73/1993) regulamenta as atividades do órgão. A AGU é composta por advogados da União, que atendem pela Administração direta, e procuradores da Fazenda Nacional, que cuidam de assuntos tributários. Vinculam-se ainda à AGU os procuradores federais, membros da Procuradoria-Geral Federal, que atuam junto às autarquias e fundações públicas federais; e os procuradores do Banco Central. 

Todos esses advogados públicos atuam em defesa do Estado, não de servidores acusados de irregularidades ou crimes, nem em prol de interesses particulares do presidente ou de ministros.

O jurista Lenio Streck, que também é colunista da ConJur, afirma que a AGU deveria ser uma advocacia de Estado, institucional. Se ela for uma advocacia de governo, será como uma "advocacia de partido", algo como os escritórios que defendem empresas. "Não é para isso que a advocacia pública foi pensada. Caso contrário, seria mais barato para o Estado contratar, por meio de cada governo, escritórios privados". 

Para Lenio, a AGU não pode defender interesses pessoais do presidente da República. Senão haverá desvio de finalidade. 

"O caso Wal do Açaí é emblemático. Simboliza o que se tornou a AGU. Há uma regulamentação que estabelece que a AGU pode defender pessoas que foram demitidas. Primeiro que essa autorização é inconstitucional. É desvio da finalidade. Tem de alterar isso. Todavia, mesmo que se admita que a autorização de defesa valha, ainda assim há um grave problema: a regulamentação diz que, para a AGU defender alguém, deve haver interesse público. Aí a porca torce o rabo: em que a defesa de Wal do Açaí e de outros casos envolve interesse público? Parece evidente que não. Simples assim. É desvio de finalidade", opina o jurista. 

Na visão dele, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União devem urgentemente agir para alterar esse cenário. E até mesmo cobrar o governo sobre o mau uso da AGU. Além disso, a entidade deve ressarcir o erário das verbas usadas nesses casos, diz Lenio Streck. 

O professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Pedro Estevam Serrano ressalta que a AGU, como instituição de Estado, não de governo, pode defender o presidente e seus ministros por atos e condutas que praticam no exercício da função. Quando não estiverem vinculados ao cargo, o órgão não pode representar o chefe do Executivo e seus assessores. 

Vale lembrar que a ação de improbidade administrativa contra Bolsonaro por supostamente ter empregado Wal do Açaí como "funcionária fantasma" se refere ao período em que ele era deputado federal, não presidente. Portanto, foge do escopo de atuação da AGU. 

Da mesma forma, não cabe à instituição fazer a defesa de Wal do Açaí, diz Serrano. "Não tem nenhum sentido defender uma assessora que não pratica atos de decisão. Ela está sendo acusada de ser funcionária fantasma. Isso evidentemente é um abuso. O ato da AGU de advogar para ela caracteriza improbidade administrativa. E ela está sujeita a ter de devolver os valores da hora dos advogados aos cofres públicos". 

Apesar do uso distorcido do órgão, não é necessário promover alterações constitucionais ou legais para deixar mais claro que a AGU não pode defender interesses pessoais do presidente e aliados, afirma Lenio Streck. 

"Na verdade, a regra da Constituição é de leitura fácil. O que é de 'leitura difícil', se me permite a ironia, é a legislação infraconstitucional, que 'permite' o uso da AGU para fazer a defesa de pessoas que deveriam ser processadas por ela. Aliás, é bem interessante e paradoxal essa coisa bem brasileira: o governo acusa e o governo defende. A mesma pessoa. É como se o gerente de um banco público cometesse um desfalque e depois buscasse no próprio governo (AGU) a sua defesa administrativa. Coisas de jabuticaba: o sujeito pode ter a AGU na defesa administrativa contra o próprio governo e no penal a Defensoria Pública. E na acusação o próprio Estado, via MP. Tudo dentro da 'barriga' do Estado. Que deve estar com as finanças bem folgadas, pois não?", questiona o jurista. 

Outros casos

A ação de improbidade contra Wal do Açaí não é o único caso em que a Advocacia-Geral da União foi empregada para defender interesses pessoais e políticos do presidente Jair Bolsonaro. 

Em março, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram devido ao descumprimento de diversas decisões determinando a suspensão de canais ligados ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. 

O uso do aplicativo no Brasil é de grande importância para Jair Bolsonaro desde que se tornou o principal canal de comunicação com sua base eleitoral. Seu canal tem mais de um milhão de inscritos. Além disso, trata-se de uma das poucas plataformas que impõem controles ínfimos à circulação de informação. 

No dia seguinte, o advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal, pediu o desbloqueio do aplicativo. O AGU peticionou na ADI 5.527, uma das ações em que o Supremo discute se é admissível a suspensão do programa de mensagens WhatsApp por ordem judicial. O caso começou a ser julgado em maio de 2020 e está paralisado por pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. 

Relatora da ADI, a ministra do STF Rosa Weber negou o pedido da AGU, considerando a petição do órgão "em tudo inapropriada". Primeiro porque decisões judiciais proferidas em face de situações concretas não se submetem ao controle concentrado de constitucionalidade discutido na ação.

Segundo porque a AGU usou a petição como substitutivo da via recursal adequada. Caberia, no caso, interpor agravo interno, conforme prevê o artigo 1.021 do Código de Processo Civil. Para recorrer, a Advocacia-Geral da União ainda teria de se declarar terceira prejudicada, já que não é parte na ação que levou ao bloqueio do Telegram. 

Terceiro porque a atuação da AGU não se justifica. Segundo Rosa Weber, a função de curador da presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos conferida ao advogado-geral da União não deve se confundir com representação judicial dos interesses da União ou do Poder Executivo. 

"Estender-se a amplitude da legitimação especial reconhecida ao advogado-geral da União a tal ponto significaria torná-lo um verdadeiro legitimado universal capaz de impugnar todas as decisões proferidas por esta Corte, seja pelos ministros relatores seja pelos órgãos colegiados, bastando, para tanto, que intervenha no processo reivindicando a condição de curador da constitucionalidade das leis", afirmou a ministra. 

A AGU também moveu ação direta de inconstitucionalidade no STF contra decisões de Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio de contas de redes sociais de apoiadores do governo. Influenciadores, empresários e políticos bolsonaristas foram atingidos no âmbito do inquérito das fake news. 

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União apontou haver indícios de utilização da máquina pública, em especial da AGU, para a elaboração de ADI com intuito de tratar de interesse privado do presidente. 

Contudo, o TCU, por falta de indícios suficientes, negou a representação. O relator do caso, ministro Vital do Rêgo, apontou que a peça se baseou em notícia jornalística e não foi acompanhada de outros indícios. O julgador também entendeu que não houve desvio de finalidade na atuação do órgão. 

"Podemos observar que a ADI ajuizada pela Advocacia-Geral da União simplesmente trata de proteger direitos fundamentais, principalmente as liberdades de manifestação do pensamento, de expressão, de exercício do trabalho e do mandato parlamentar, além dos princípios da legalidade, do devido processo legal e da proporcionalidade", declarou Vital do Rêgo.

Em outro caso, a AGU enviou notificação extrajudicial à revista IstoÉ em que, entre outros pedidos, sugeriu uma capa alternativa à publicação como direito de resposta a Jair Bolsonaro. 

A notificação foi motivada por capa que estampou uma imagem do presidente Bolsonaro em alusão a Adolf Hitler com o título: "As práticas abomináveis do mercador da morte". A imagem se utiliza de um artifício gráfico em que a palavra "genocida" remete ao bigode do líder nazista. "O Brasil está enfrentando seu momento Nuremberg (tribunal que julgou crimes do regime nazista). É hora de compreender a extensão da catástrofe perpetrada pelo presidente e por seus asseclas. E é o que a comissão está fazendo", publicou a revista. 

Na notificação, a AGU sustentou que a capa da revista "não condiz com a verdade dos fatos" e que a reportagem atinge direta e indevidamente a imagem de Bolsonaro como presidente da República tanto no Brasil quanto no exterior.

"O periódico, estranhamente, omisso sobre os programas e avanços públicos desenvolvidos pelo Estado brasileiro na seara da saúde desde o início da crise sanitária, no que repercute em difusão de informações dotadas de parcialidade, com prejuízos não só ao agente alvo de infundada criminalização, mas ao público leitor, o que corrobora a pertinência deste pedido de resposta", disse a instituição. 

A AGU recomendou que a IstoÉ, em sua próxima edição, publicasse uma capa alternativa àquela que motivou a notificação, dessa vez exaltando os feitos do presidente. Na imagem proposta pelo advogado da União, o mandatário aparece abraçado por populares e em um desfile de 7 de setembro. 

Recentemente, a Consultoria-Geral da União, órgão de direção superior da Advocacia-Geral da União, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal parecer no qual defende a constitucionalidade do decreto de Bolsonaro que concedeu graça ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). 

Com a medida, o presidente, em abril, perdoou o parlamentar aliado pela condenação a oito anos e nove meses de prisão, estipulada pelo STF, devido a ataques às instituições democráticas e ameaças a ministros da corte. 

Foram ajuizadas quatro ações no Supremo para contestar o decreto. Após pedido da ministra Rosa Weber, a AGU enviou informações para instruir o julgamento de uma delas, ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). 

No documento, o advogado José Affonso de Albuquerque Netto, consultor da União, destaca que a Constituição prevê somente o indulto coletivo, mas subentende-se que pode ser concedido individualmente — no que é conhecido como graça. A competência privativa do presidente da República para conceder o indulto individual segundo seus próprios critérios seria um "mecanismo de freios e contrapesos entre os Poderes". 

Além disso, a consultoria argumentou que o mérito do indulto não pode ser questionado no Judiciário, pois ele não é um ato administrativo, mas, sim, político. O próprio Supremo já decidiu que o presidente da República tem a prerrogativa de conceder o indulto como bem entender. 

"As alegações de desvio de finalidade e ofensa aos princípios da impessoalidade e da moralidade pretendem, em essência, revisitar o mérito da soberana decisão de clemência presidencial, com equivocada tentativa de usurpar o crivo privativo da autoridade", disse Albuquerque Netto. Ele ainda ressaltou, com base na mesma decisão do STF, que não há problema em conceder o indulto antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 

Para advogados, o decreto por meio do qual Jair Bolsonaro concedeu graça a Daniel Silveira é inconstitucional, pois tem desvio de finalidade e viola a separação de poderes e a independência do Judiciário. Por isso, a norma pode ser contestada no Supremo via ação de descumprimento de preceito fundamental. 

Ações contra isolamento social

Durante o auge da epidemia da Covid-19, a AGU foi usada diversas vezes para contestar medidas de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus impostas por estados e municípios. 

Em abril de 2020, o STF estabeleceu que, além do governo federal, os governos estaduais e municipais têm competência administrativa para determinar regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias em razão da epidemia causada pelo coronavírus — conforme determina o artigo 23, II, da Constituição de República. Além disso, os ministros fixaram que governadores e prefeitos têm competência para definir quais são as atividades consideradas essenciais durante a crise. 

Além disso, Alexandre de Moraes reconheceu que "não compete ao Poder Executivo federal afastar, unilateralmente, as decisões dos governos estaduais, distrital e municipais que, no exercício de suas competências constitucionais, adotaram ou venham a adotar, no âmbito de seus respectivos territórios, importantes medidas restritivas como a imposição de distanciamento/isolamento social, quarentena, suspensão de atividades de ensino, restrições de comércio, atividades culturais e à circulação de pessoas". Assim, reconheceu e assegurou a competência concorrente dos governos estaduais e distrital para a adição de medidas de enfrentamento à epidemia — com concorrência suplementar dos municípios (conforme artigo 30, II, da Constituição). 

A AGU contestou a decisão de Alexandre. Para a entidade, o despacho que impediu o Executivo federal de afastar unilateralmente as decisões dos governos estaduais no combate ao coronavírus foi ambíguo, gerou insegurança jurídica e permitiu ações abusivas. 

Segundo a AGU, ao arbitrar o equilíbrio entre os poderes, a liminar estabeleceu presunção de excesso sempre unilateral cujo culpado é, invariavelmente, a União. O órgão afirmou que normas gerais fixadas pela União são como balizas para neutralizar excessos locais e que o princípio federativo, por si só, tem meios para controle recíproco entre as unidades. Porém, o pedido foi negado pelo STF. 

No mês seguinte, um decreto de Bolsonaro incluiu salões de beleza, barbearias e academias de esportes no rol de atividades essenciais, permitindo que os estabelecimentos ficassem abertos naquele estágio da epidemia. No entanto, diversos governadores e prefeitos afirmaram que manteriam as restrições a essas atividades. Bolsonaro, então, afirmou que os governantes que descumprissem o decreto estariam "partindo para a desobediência civil" — e que usaria a AGU para forçá-los a obedecer a norma. 

Um ano depois, a AGU moveu ação direta de inconstitucionalidade em face de medidas restritivas denominadas lockdown e "toque de recolher" impostas por alguns estados e municípios devido a novos avanços do coranavírus. 

Segundo a petição, assinada pelo então advogado-geral da União, André Mendonça — que foi posteriormente nomeado ministro do STF —, o "intuito da ação é garantir a coexistência de direitos e garantias fundamentais do cidadão, como as liberdades de ir e vir, os direitos ao trabalho e à subsistência, em conjunto com os direitos à vida e à saúde de todo cidadão, mediante a aplicação dos princípios constitucionais da legalidade, da proporcionalidade, da democracia e do Estado de Direito". 

No dia em que o Brasil chegou oficialmente a 456.753 mortes pela Covid-19, a nova iniciativa da AGU no STF defendeu que a proteção à saúde "deve ser conjugada com a proteção mínima das demais liberdades fundamentais e, ainda, deve considerar os devastadores efeitos que medidas extremas e prolongadas trazem para a subsistência das pessoas, para a educação, para as relações familiares e sociais, e para a própria saúde — física e emocional — da população". 

Contudo, o ministro do STF Luís Roberto Barroso negou pedido de liminar para suspender decretos estaduais que determinaram medidas restritivas em razão da epidemia de Covid-19. 

Barroso também determinou, em dezembro de 2021, que o comprovante de vacina para viajante que chega do exterior ao Brasil só poderia ser dispensado por motivos médicos caso o viajante venha de país em que comprovadamente não haja vacina disponível ou por razão humanitária excepcional. 

Apontando omissões na decisão, a Advocacia-Geral da União pediu que brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil fossem dispensados de apresentar o documento se cumprissem um período de quarentena, que podia ser de 5 ou 14 dias, dependendo do país de origem. 

A AGU afirmou que "essa restrição de entrada impõe ônus desproporcionais ao cidadão brasileiro proveniente do exterior e também ao estrangeiro residente no Brasil, impedindo-os de regressar ao país de domicílio". 

O órgão ainda pediu que Barroso estabelecesse uma nova ressalva em sua decisão, para permitir que pessoas sem comprovante de vacina pudessem entrar no país quando "comprovem ter se recuperado de uma infecção pela Covid-19 há pelo menos 11 dias, mediante documentação com validade de até seis meses". Os não vacinados teriam de concordar em fazer uma quarentena mesmo assim. 

Segundo a AGU, a medida serviria para evitar a discriminação de pessoas não vacinadas e estava em linha com os parâmetros exigidos na União Europeia, por exemplo.

Com oito votos favoráveis no Plenário Virtual da corte para a manutenção da exigência do passaporte da vacina para viajantes, o ministro Nunes Marques apresentou pedido de destaque quando faltavam ser computados apenas o seu voto e o do ministro Gilmar Mendes. O julgamento ainda não foi concluído. 

Defesa de militares

O presidente Jair Bolsonaro apresentou, em 2019, projeto de lei que cria regras para agentes de segurança em operações de garantia da lei e da ordem (GLO) e amplia as hipóteses de legítima defesa. Além de estimular a violência e a impunidade, a proposta violava a Constituição ao proibir a prisão em flagrante de militares e policiais e ao estabelecer que eles seriam defendidos pela Advocacia-Geral da União nesses casos. Porém, isso é função de advogados ou da Defensoria Pública, não da AGU, avaliam especialistas ouvidos pela ConJur. 

Não foi a primeira vez que Bolsonaro tentou colocar a AGU para representar servidores acusados de ilicitudes. Apresentada nos primeiros dias de seu governo, a Medida Provisória 870/2019, posteriormente convertida na Lei 13.844/2019, atribuiu ao órgão a função de defender os agentes de segurança pública que venham a responder inquérito policial ou processo judicial em razão da profissão. 

A MP alterou a Lei 11.473/2007, que trata da cooperação federativa na segurança pública, e alcança todos os integrantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública, incluídos os da Força Nacional, os da Secretaria de Operações Integradas e os do Departamento Penitenciário Nacional. 

A questão foi levada para discussão no Supremo Tribunal Federal em 2003. À época, o Conselho Federal da OAB ingressou com ação direta de inconstitucionalidade (ADI 2.888) contra o artigo 22 da Lei 9.028/95, que alterou as atribuições institucionais da Advocacia-Geral da União previstas no Código de Processo Civil. 

A OAB apontou que a Constituição Federal prevê que a AGU defende interesses da União e não permite atuação em interesses dos servidores públicos. Inicialmente, a ação foi distribuída ao ministro Gilmar Mendes, mas desde 2011 está na mesa da ministra Rosa Weber, que substituiu a relatoria e admitiu o ingresso, como amicus curiae, do município e do estado de São Paulo; da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef); e da Associação Nacional dos Procuradores de Estado (Anape). 

No mesmo ano, o Rio Grande do Sul pretendia adotar a medida em âmbito estadual, mas ela foi barrada pelos ministros na análise da ADI 3.022.