domingo, 1 de maio de 2022

Boulos: "este será o último 1° de maio com milicianos no poder, Lula voltará nos braços do povo"

 "Será uma guerra, eles usarão o ódio e as fake news, nós usaremos a militância e mobilização", disse


247 - O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, participou neste domingo  do ato do dia 1° de maio na praça Charles Miller, em São Paulo e ressaltou em sua fala que este "será o último 1° de maio com milicianos no poder". 

"Será uma guerra, eles usarão o ódio e as fake news, nós usaremos a militância e mobilização para eleger Lula", disse. 

Ele ainda ressaltou a importância da revogação da reforma trabalhista.


Gleisi: "O povo não está triste pelo STF, mas sim por não ter comida para comer, não ter emprego"

 "E o culpado disso é o Bolsonaro. Ele tem uma pauta individual, nós temos o povo", disse


247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, participou neste domingo do ato do dia 1° de maio na praça Charles Miller, em São Paulo, e ressaltou em sua fala que "o povo não está triste pelo STF,  mas sim não ter comida para comer, não ter emprego". 

"E o culpado disso é o Bolsonaro. Ele tem uma pauta nacional, nós temos o povo", acrescentou.

Ela ainda ressaltou que "Bolsonaro não volta ao poder". " O país voltará a sentir esperança nos braços de Lula", finalizou.

O ato conta com a presença do ex-presidente Lula, lideranças sindicais e partidárias, 


Lula no 1º de maio: "Bolsonaro governa para seus milicianos, alguns inclusive responsáveis pela morte de Marielle"

 Ex-presidente discursou para multidão no início da tarde deste domingo (1), Dia do Trabalhador, no ato unificado das centrais sindicais em São Paulo



247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou no início da tarde deste domingo (1), Dia do Trabalhador, no ato unificado das centrais sindicais que ocorreu na Praça Charles Miller, em São Paulo, cercado por diversos sindicalistas, lideranças políticas e entidades dos movimentos sociais. 

Lula iniciou sua fala alertando que, "quando a inflação cresce, o salário diminui". "Temos que lutar pela redução da inflação em aumento de salário, para que o povo possa comer. São 116 milhões de pessoas com insegura alimentar", disse. 

Ele ainda destacou que "esse presidente fascista a e genocida nunca reuniu as centrais, prefeitos, governadores ou movimentos sociais, portando, esse cidadão só governa para seus milicianos, alguns inslusive responsáveis pela morte de Marielle".

"E nós queremos saber: quem mandou matar Marielle?", questionou.

O petista também ressaltou em seu discurso que irá montar clubes de leitura em locais que hoje funcionam clubes de tiros bolsonaristas. "O ódio não pode vencer o amor".

Lula se desculpou pelo discurso deste sábado em relação aos agentes de segurança. "Eu ontem cometi um erro quando quis dizer que Bolsonaro não gosta de gente, só de polícia. Gostaria de pedir desculpas aos profissionais da segurança. Eu que vivo pedindo que a imprensa admita seus erros contra mim, não poderia deixar de pedir desculpas pelo meu erro.".



Lula pede desculpas por fala em que diz que Bolsonaro 'não gosta de gente, gosta é de policial'

 "Nós temos que tratá-los como trabalhadores", enfatizou Lula durante ato das centrais sindicais, neste domingo (1º de Maio)

(Foto: Divulgação)

247 - O ex-presidente Lula, em discurso durante ato do 1º de Maio das centrais sindicais, em São Paulo, pediu desculpa para policiais por causa de uma fala em um evento de que participou no dia anterior. No sábado (30), Lula afirmou que Jair Bolsonaro "não gosta de gente, ele gosta de policial".

"Quando eu estava fazendo o discurso, eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia, ele não gosta de gente. E eu falei que ele 'só gosta de polícia, não gosta de gente'. Eu quero aproveitar e pedir desculpas aos policiais desse país, porque muitas vezes cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. Nós temos que tratá-los como trabalhadores", afirmou.

"E eu pedi desculpas junto a vocês porque neste país não é habitual as pessoas pedirem desculpas. Estou há seis anos esperando que as pessoas que me acusaram o tempo inteiro peçam desculpas", completou.

Lula aproveita intervalo do ato no 1º de Maio para tocar bateria (vídeo)

 Vídeo mostra o ex-presidente Lula brincando com bateria nos bastidores do palco do 1º de Maio, em São Paulo, em que vários artistas se apresentam.

(Foto: Reprodução)

247 - Vídeo que circula nas redes sociais mostra o ex-presidente Lula num momento descontraído durante o ato de 1º de Maio das centrais sindicais que aconteceu na Praça Charles Miller, em São Paulo.

 "Lulão passando o som na sua timeline", escreveu o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), postando um vídeo em que o ex-presidente toca bateria nos bastidores do palco em que vários artistas se apresentam.


Bolsonaro participa por vídeo de ato na Paulista e se limita a agradecer apoiadores

 "Devo lealdade a todos vocês, temos um governo que acredita em Deus, respeita os seus militares , defende a família e deve lealdade ao seu povo”, disse

(Foto: Reprodução)

247 - Depois de fazer uma aparição relâmpago em Brasília, Jair Bolsonaro (PL) fez uma rápida participação, por chamada de vídeo, no ato para atacar o Judiciário na Avenida Paulista realizado neste domingo (1º de Maio).

Bolsonaro fez rápido discurso em que falou em "liberdade" e repetiu ser o chefe de um governo que "acredita de Deus" e que "defende a família".

“Uma satisfação muito grande poder cumprimenta-los nessa manifestação pacífica em defesa da constituição, da família e da liberdade. Devo lealdade a todos vocês, temos um governo que acredita em Deus, respeita os seus militares , defende a família e deve lealdade ao seu povo”, disse.

Poucos nomes de peso do bolsonarismo particparam do ato até agora. A deputada Carla Zambelli (PL-SP), que convocou o protesto, ainda não compareceu. O pré-candidato ao governo de São Paulo apoiado por Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também não apareceu até o momento.

Assim como em outros atos bolsonaristas, manifestantes exibiam cartazes e faixas contra o Poder Judiciário. "Bolsonaro exerça seu poder constitucional" e "Tribunal Superior Eleitoral é um partido político inimigo do Brasil" eram algumas das frases.


1°de maio: trabalhadores saem às ruas contra a fome, o desemprego e pelo Fora Bolsonaro (imagens, vídeos)

 Confira imagens e vídeos de atos do 1° de maio em diversas cidades




Brasil de Fato- Após dois anos de manifestações virtuais, o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora volta a ser celebrado nas ruas de todo o país. Em 2022, a data é marcada pela urgência da luta contra a piora das condições de vida da população sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Em São Paulo (SP), o ato tem presença confirmada do pré-candidato à presidência e líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva. A realização é de seis centrais sindicais: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor.

Além do público em geral, estão na capital paulista dirigentes sindicais, lideranças dos movimentos sociais e representantes de organizações populares, parlamentares, autoridades de partidos políticos e organizações internacionais.

A tradicional programação cultural conta com artistas de renome, como Daniela Mercury, Francisco El Hombre, Leci Brandão, Dexter e DJ KL Jay. Para quem não puder estar presente, a transmissão ao vivo é na Rede TVT e nas redes sociais das centrais sindicais.

Confira:






 

 

 

 

 

 


"Esvaziados", avaliam ministros do STF sobre atos bolsonaristas contra a Corte

 Segundo fontes, parte dos magistrados sequer chegou a acompanhar pela televisão o andamento dos protestos

(Foto: Reprodução/Facebook)


247 - Para ministros do Supremo Tribunal Federal, os atos convocados por Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram a expectativa dos ministros da Corte de que seriam manifestações esvaziadas. A informação é da jornalista Bela Megale.

A área de inteligência do STF, que também monitorou as manifestações, já havia sinalizado que a adesão não seria alta e que os protestos deveriam ocorrer “sem sobressaltos”.

"A troca efusiva de mensagens entre os ministros do STF que aconteceu em setembro não se repetiu neste domingo. Parte dos magistrados sequer chegou a acompanhar pela televisão o andamento dos protestos", destacou a jornalista do O Globo. 

Bolsonaro fez uma aparição relâmpago no ato em Brasília e não discursou. No evento de São Paulo, fez uma breve participação por vídeo.

Equipe do Andrade e Amigos é campeã do Torneio 1º de Maio

 


A equipe do Andrade e Amigos conquistou neste domingo (01/05), no Estádio do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Apucarana, o título do Torneio do Trabalhador (1º de Maio) de Futebol ao vencer o Ferroviário da Vila Regina na decisão por pênaltis por 4 a 3, após empate sem gols no tempo normal. A Vila Reis Futebol Clube terminou a competição em terceiro lugar.

Na decisão por pênaltis os gols do time campeão foram marcados por Sidney, Patrick, Renan e Wendel Coquinho, enquanto James, Vitor e Geovani descontaram para o Ferroviário.

A vereadora Jossuela Pirelli, ex-Secretária de Esportes e que representou o prefeito Junior da Femac, prestigiou a final e ajudou a entregar a premiação. “Foi um momento muito bacana com o esporte voltando e comemorando o dia do trabalhador com esse grande torneio. Parabéns para as 29 equipes participantes. Foi uma competição rápida, mas que traz novamente a força do esporte amador na cidade, e reforçando o trabalho que vem sendo feito pelo prefeito Junior da Femac, que incentiva o esporte, ao Sesi que cedeu o campo para a final, aos atletas, a família e aos trabalhadores que fazem uma Apucarana melhor”, frisa Jossuela.

O professor Tom Barros, superintendente da Secretaria Municipal de Esportes, representando o secretário da pasta, José Marcelino da Silva, o Grillo, mostrou satisfação após o jogo que definiu o campeão. “Graças a Deus devido a vacinação o esporte está de volta, com o Torneio Primeiro de Maio sendo o ponta pé inicial no futebol amador de Apucarana. Foram bons jogos e hoje finalizamos a semifinal e a final, com tudo perfeito, agradecendo a torcida, os times e, parabenizar a equipe da Secretaria de Esportes”, destaca Barros.

O técnico Júlio César Andrade, da equipe campeã, ficou muito emocionado com a conquista. “É uma felicidade imensa, já tínhamos sido campeões do torneio com o Apucaraninha e agora continuando o trabalho com o Andrade. É um time de amigos, com a base vindo do Apucaraninha. Agradecer esse momento em particular a minha família e a amizade de todos que defenderam a equipe”, cita Júlio César.

Antes da final do torneio, a equipe do Andrade e Amigos eliminou na fase inicial, realizada no dia 24 de abril, os times do Brindes Tic Tac, Serigrafia Maia e Castelo Branco United. Já o Ferroviário da Vila Regina venceu Unidos do Diamantina, time do Rildo, Supermercado Califórnia/Barbearia Rapes e a Vila Reis Futebol Clube.

O Andrade e Amigos foi campeão com Natan, Oscavinho, Ademir, André, Antônio Marcolino, Caio, Carlos Eduardo, Claudinei, Guilherme, Patrick, Paulo Sérgio, Renan, Wendel Coquinho e Sidney.

O Ferroviário contou com Mikael, Diogergines, Fabiano, Geovani, Gustavo, Ironei, James, Jonatan, Júlio César, Leandro, Marcos Paulo, Rafael, Vagner, Vitor Gabriel e Vitor Clementino.

A decisão foi arbitrada por Paulo Pinheiro, sendo auxiliado por Lucas Maia Farias e Edival Martins. Juliano Aparecido Fernandes trabalhou como quarto árbitro.

A competição foi promovida pela Secretaria Municipal de Esportes da Prefeitura de Apucarana, reuniu 29 times e na fase de classificação também teve partidas no campo da Universidade Tecnológica  Federal do Paraná (UTFPR) e no Centro Esportivo Hairton Santos (antigo Estádio do José Rico). Ao todo foram disputados 27 jogos e marcados 45 gols.

Dino lidera corrida para o Senado no Maranhão, diz pesquisa

 


247 - O ex-governador Flávio Dino lidera as intenções de voto na disputa pelo Senado, segundo pesquisa Escutec divulgada neste domingo. Ele tem 55%, seguido por Roberto Rocha, com 20%, Pastor Bel, com 5%, e Antonia Cariongo, com 1%. 

Brancos, nulos ou nenhum somam 5%, enquanto 14% não souberam responder.

No segundo cenário estimulado, Dino chega a 59%. Bel tem 11% e Cariongo, 2%. Brancos, nulos ou nenhum somam 8%, enquanto 20% não souberam responder

O levantamento ouviu 2 mil eleitores em 72 municípios e foi registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-02565/2022.

Em ato em Niterói, Silveira diz que sua prisão é "inconstitucional" e que "socialismo avança"

 


247 - Em ato em Niterói (RJ), o deputado federal Daniel Silveira chamou de "inconstitucional" sua prisão, determinada pelo STF pelas ameaças que fez contra ministros da Corte. 

Apresentado como "o homem que vai explodir o STF", Silveira subiu no carro de som às 10h15, com gritos de "eô, eô, Daniel para Senador".

"Vou ser muito breve. O presidente disse: 'a liberdade vale mais que a própria vida. O que é um homem, uma mulher sem liberdade? Não vive tão somente, existe. Nós não vamos existir, nós vamos viver e vamos sim colocar o Brasil na liberdade que o presidente tanto sonha. Tá certo?", discursou Silveira. 

Em seguida, o deputado disse que "durante muito tempo ficou calado". Agradeceu ao deputado federal Carlos Jordy por "passar recados" enquanto estava na prisão, a qual chamou de inconstitucional, e ajudá-lo na articulação com o Congresso.

"Não tem nada mais que preocupa o presidente do que livrar o Brasil do socialismo que vem avançando de forma camuflada, ninguém aqui é maluco com chapéu de alumínio, não tem conspiração não, é real, estava próximo de acontecer. Se não fosse o presidente Bolsonaro, essa cor aqui amarelo e verde não estaria acontecendo, seria vermelho e isso a gente não vai permitir." 

"Agradeço todos por todas as orações e eu garanto aos senhores que eu nunca vou decepcionar enquanto figura pública porque eu não tenho motivo para isso", finalizou. (Com informações do UOL). 

Em Copacabana, Queiroz é grande estrela de ato bolsonarista e posa com fãs

 


247 - Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, conhecido por coordenar o esquema de rachadinhas, foi paparicado por fãs bolsonaristas que manifestaram neste domingo, em Copacabana, pelo fim do STF e em defesa da ditadura militar. 

Na imagem, Queiroz, que será candidato a deputado, foi flagrado posando com os extremistas.

Os manifestantes também exibem faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o ministro Alexandre Moraes.


Imagens aéreas mostram fiasco de ato bolsonarista em Brasília

 


247 - A manifestação golpista de apoiadores de Bolsonaro que defendem o golpe militar e o fim do STF não foi expressiva na cidade de Brasília, como mostram imagens aéreas.

Imagens mostram que pequenos grupos transitavam na Esplanada dos Ministérios na manhã deste domingo, dia do trabalhador.

Jair Bolsonaro apenas passou pelo local e cumprimentou alguns apoiadores.


Insatisfação com governo move jovens a votar pela primeira vez

 Segundo o TSE, pouco mais de 1 milhão de jovens já fizeram o cadastro eleitoral, mas o engajamento pode ser o mais baixo já registrado

(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Rede Brasil Atual Perto do prazo final para emissão do título de eleitor, a jovem Ashaly Larissa Silva Rodrigues, de 17 anos, anseia por usar seu documento desde novembro do ano passado. Antes mesmo da mobilização que vem tomando conta das redes para estimular os jovens a votar pela primeira vez, puxada por influenciadores, artistas e entidades estudantis contra o governo Bolsonaro, a estudante da rede pública do estado de São Paulo conta ter participado de um mutirão organizado à época pelos próprios alunos de sua escola, que reservaram a sala de informática para auxiliar os colegas de 16 a 17 anos que quisessem emitir o título. 

A mobilização, segundo ela, foi imediata. “Todo mundo está bem ciente do governo atual, do que acontece. Quando me falaram ‘vamos tirar o título de eleitor’, eu falei ‘bora’. Tirei meu título porque quero dar meu voto para tirar o Bolsonaro”, explica. 

Ashaly tinha apenas 13 anos quando Jair Bolsonaro foi levado ao cargo de presidente da República. A falta de lembrança daquele 2018 deu lugar a um governo que, para ela, tem a “cara da desigualdade” que avista todos os dias no portão de sua escola na região central da capital paulista. Os vários moradores em situação de rua encostados na mureta da instituição. “Uma coisa que infelizmente se tornou ‘normal’ de ver”, descreve. 

“Você passa e vê pessoas deitadas no chão, dormindo, às vezes comendo. E aumentou bastante, porque antes da pandemia, por mais que tivesse, não eram tantas pessoas. Tinha dia que não víamos ninguém. Mas agora até quando chove as pessoas continuam lá, justamente numa parte que alaga, mas elas não têm para onde ir. (…) E muitas tinham uma casa, condições. E possivelmente muitas que foram parar nessa situação votaram no Bolsonaro, acreditando que iam conseguir melhorar de vida, quando, na verdade, pioraram. Claro que não dá para a gente não falar que a culpa é da pandemia, mas o governo devia estar preparado para dar um suporte. Teve o auxílio emergencial, mas não foi no começo. O que acontecia com as pessoas que no começo não tinha nada?”, contesta Ashaly.

Pesquisa mostra insatisfação

A gestão do governo federal durante a pandemia de covid-19, que tirou a vida de mais de 662 mil brasileiros, também é lembrada pela estudante de uma escola particular da zona norte paulistana, Mariana Oliveira, que se alistou, aos 16, no começo deste ano. “Com a situação do país eu decidi tirar (o título de eleitor) logo. O Bolsonaro não dá mais.” 

“O ponto mais negativo não só para mim, mas para todo o país, foi o começo da pandemia. Ele (presidente) falar que não era nada, apenas uma gripe, nem ligando para a situação. Até hoje, na verdade, ele é o que menos mostra se importar e, para mim, essas atitudes do começo que fizeram o Brasil chegar à situação que está hoje, com esse monte de mortes”, afere a jovem. 

A mobilização crítica ao chefe do Executivo por parte do eleitorado jovem também é percebida pela organização Quid, um laboratório de comunicação para casos progressistas que, desde fevereiro, pesquisa o que motiva ou não a juventude a participar do processo eleitoral. De acordo com o levantamento, divulgado com exclusividade para a RBA, os adolescentes de 16 a 17 anos, que escolheram se alistar e participar das eleições em outubro, fazem com o voto uma leitura de mudança.

Impactos do governo

Mesmo alegando não entender muito de política, Gleice Gonçalves, de 16 anos, que estuda numa instituição pública da zona oeste de São Paulo, também defende o voto “como crucial para tentar reverter o atual cenário do país“, que a preocupa principalmente pelos problemas de educação pública e crise econômica. “Sinto que fiquei um pouco defasada por causa da pandemia (na escola) e a educação do ensino público já não era boa. Também houve um aumento de tudo (preços), gasolina, alimentos. Isso impactou bastante a vida da minha família. Meu irmão, no início da pandemia, estava trabalhando, mas a empresa teve que cortar gastos. Ele foi demitido e ainda não conseguiu arrumar um emprego fixo”, conta ela sobre o primogênito de 21 anos, estudante de Engenharia Civil.

“E são muitas as famílias que foram afetadas como ele”, lamenta. A Diretora de Inteligência da Quid, Maíra Berutti, responsável pela pesquisa, destaca como “o ponto alto da rejeição de Bolsonaro” o modo como o presidente lidou com a pandemia e suas consequências. “Tem alguns alguns olhares possíveis que se refletem nas coisas que impactaram no dia a dia desses jovens”, chama atenção a comunicóloga e especialista em Pesquisa de Mercado em Comunicações, pela Universidade de São Paulo (USP). “É uma característica de fato dessa geração buscar mudanças, então, tem muita insatisfação em relação ao governo e enxergando o voto como um instrumento para essas mudanças se efetivarem na vida deles”, completa.

O estudo ouviu adolescentes de 16 a 17 anos que não debatem política no dia a dia, em seis grupos de discussões em São Paulo e Recife, todos eles da classe C. Apesar do recorte, o levantamento também encontrou fatores universais que explicam ainda a baixa participação desse grupo registrada até o momento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Afastamento eleitoral

A pouco menos de duas semanas do prazo final para emissão do título, – que se encerra no dia 4 de maio –, 1.1051.184 jovens estavam cadastrados para votar, o que representa 17,1% dessa população. Houve um salto de quase 100 mil novas solicitações apenas no final de março devido às campanhas na internet. Mas a participação desse eleitorado ainda pode ficar abaixo de 1% pela primeira vez. 

De acordo com Maíra, as respostas encontradas na pesquisa apontam para três principais motivos que desmobilizam a juventude. O primeiro deles, uma insegurança motivada por uma baixa estima política. “Eles dizem que não se sentem preparados, que não estão prontos para assumir um peso ou que não têm conhecimento suficiente”, relata.

Aos 17 anos, a também estudante da rede pública paulistana Júlia Moreira decidiu que não participará desse pleito. Mesmo insatisfeita com o governo Bolsonaro e se identificando mais com setores à esquerda, ela quer esperar completar 18 anos, quando o voto é obrigatório, para exercer sua escolha. “É super importante votar, mas eu ainda não me sinto segura. Eu já tinha conversado isso com meus pais e meu primo, e a maioria das pessoas mais velhas que eu conheço votaram na maioridade. Há outras formas de exercer a política, além de votar”, argumenta.

Na pesquisa, “evitar tomar um partido” também aparece como justificativa para a decisão de não se alistar neste ano. É o caso de adolescentes que têm opiniões divergentes de seus pais ou responsáveis e que preferem se distanciar do processo político para evitar conflitos, inclusive porque dependem desses adultos para ir votar. 

O peso do voto jovem

A pesquisadora lista ainda que os próprios amigos podem influenciar nesse comportamento quando mais incisivos sobre suas escolhas. “Eles acham que, ainda que o voto seja secreto, eles vão ter que acabar cedendo à pressão de contar em quem votaram”. Mas o ceticismo em relação à política institucional também é um subterfúgio para aqueles adolescentes que escolheram não votar. “Porque eles não acreditam que algo vai mudar. Há um ceticismo com relação aos candidatos e à classe política como um todo”, comenta a pesquisadora. 

Nesse pleito em particular, contudo, pesa ainda a pandemia de covid-19 que, segundo o estudo, também tem influencia sobre o baixo engajamento. “Estamos falando de jovens que estão lidando com o luto no dia a dia, uma série de situações econômicas que acabaram impactando na vida desses adolescentes. Então tem esse contexto macro que faz com que a política apareça na vida deles muito mais como peso do que uma solução para resolver esses problemas”, discorre Maíra. 

Apesar da conjuntura, a Quid explica que o voto dos jovens pode ter peso para decidir a eleição. A organização trabalha com a meta ousada de, até o dia 4 de maio, alcançar a mesma participação desse grupo na eleição de 2002, quando pouco mais de 2,2 milhões de adolescentes foram cadastrados, o equivalente a 30% da população. Maíra avalia que com a mobilização de diferentes atores e influenciadores, nos canais de conteúdo já consumidos por essa fatia da população, será possível ao menos se aproximar da meta. “Tivemos eleições muito acirradas. O voto de dois milhões de jovens pode sim fazer a diferença”. 

As campanhas

A impressão da pesquisadora é compartilhada pelo sociólogo Linoberg Barbosa de Almeida, professor adjunto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e ex-vereador de Boa Vista (2016-2020) pela Rede Sustentabilidade. Para Almeida, a possibilidade de emitir o título de eleitor de forma virtual tornou o processo mais simples e rápido. E a divulgação de campanhas, estimulando a participação, e o tema circulando no debate público, tornaram maiores as chances das pessoas se alistarem ainda que perto da data limite.

O sociólogo pondera, no entanto, que as campanhas institucionais comunicando a importância do voto, intensificadas pelo próprio TSE, ocorreram tardiamente. Sua análise é de que o tribunal acaba “repetindo o erro do jogo político eleitoral” ao aparecer com mais força apenas perto da eleição. 

“Não tem uma campanha permanente”, reprova Almeida. “Precisamos entender que para acessar o coração desse jovem, ele está querendo falar, ou pelo menos que alguém converse com ele, sobre machismo, racismo, saúde mental, desemprego e privacidade. O que ele vai ser quando crescer, ou quando é que ele vai crescer. E não (o TSE) aparecer antes, faltando dois meses (do prazo), para dizer que o jovem tem que ir à urna para poder cumprir a meta’. São coisas diferentes, colocar uma hashtag na frente de uma ideia não significa legitimá-la”, garante o professor. 

A juventude ontem e hoje

A cientista política Maria do Socorro Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e especialista em Instituições e Comportamento Político, lamenta que a participação dessa faixa etária, conquistada na Constituição de 1988, esteja em queda cada vez mais rápida. Antes de sua promulgação, adolescentes de 16 a 17 anos eram excluídos do sistema eleitoral. Mas a pressão do movimento estudantil garantiu o direito ao voto facultativo a esses jovens que, em 1992, somaram 3,2 milhões de requisições do título de eleitor para o pleito municipal.

“Em termos de inclusão no sistema político, podemos dizer que o Brasil, consideravelmente, ampliou muito a cidadania do ponto de vista oficial”, lembra a cientista política. Atualmente Maria do Socorro diz ver influência do processo de negação da política institucional, incentivado por partidos à direita, para a baixa de interesse. Mas ela também relaciona esse processo à desmobilização da esquerda, historicamente mais ligada à juventude. “O próprio movimento estudantil, de um cinco anos para cá, está muito fragmentado e não tem essa organicidade que tinha anteriormente e que conquistava essas pautas mais gerais”, comenta.

A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, diz não concordar com uma menor participação. “Mesmo com o distanciamento causado pela pandemia, tivemos grandes mobilizações com amplo engajamento da juventude, como o projeto de ‘Pobreza Menstrual’, adiamento do Enem, vacinação dos adolescentes, entre outras. A Ubes lançou a campanha ‘Se liga, hein’ incentivando os jovens a tirarem o título de eleitor”, detalha.

Inclusão de fato

Deputada federal mais jovem da bancada do PT, Natália Bonavides (RN) concorda, no entanto, que a participação da juventude nestas eleições também deve ser levada em conta do ponto vista dos candidatos e candidatas, isto é, na representatividade institucional. “Dentro do Partido dos Trabalhadores a gente faz um movimento ativo para incentivar e fomentar candidaturas jovens. E a gente espera inclusive que, a partir dos vários mandatos que foram conquistados nas eleições municipais com esse perfil, a gente possa ver a ampliação nas eleições deste ano para a Câmara dos Deputados, o Senado e as Assembleias Legislativas (estaduais)”.

Esse é também o foco que defende a professora de Ciência Política e Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Olívia Cristina Perez. Coordenadora de pesquisas sobre coletivos de juventudes, ela garante que o fato de parte dos jovens brasileiros não estarem incluídos no campo dos direitos também ajuda a entender o desinteresse pela política partidária. 

“Quando você coloca jovem e política no Google, as reportagens remetem sempre à falta de interesse dos jovens. Quando são eles que estão alargando a nossa concepção do que são desigualdades, como mitigá-las, e quais os espaços políticos que a gente deve prestar atenção para reduzir as desigualdades. Eu vi o tuitaço do TSE para os jovens participarem da política. Mas eu me pergunto quando aqueles homens brancos e velhos vão incluir de fato as juventudes nas decisões. É aí que tem mudar”, garante. 

Do contrário, de acordo com os cientistas políticos ouvidos pela reportagem, a tendência é de envelhecimento da população e a não renovação do interesse pela democracia liberal. 

(*) Nome alterado a pedido do entrevistado


No WhatsApp da CPI da Covid, senadores manifestavam temor com golpe militar

 Os militares foram assunto pela primeira vez em junho, após o Exército não aplicar uma punição a Eduardo Pazuello

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Metrópoles - A possibilidade de as Forças Armadas darem um golpe de Estado foi uma preocupação central dos senadores que encabeçavam as investigações contra o governo Bolsonaro na CPI da Pandemia, cujo início dos trabalhos completou um ano na semana passada. Conversas de WhatsApp do G7, como ficou conhecido o grupo majoritário da comissão, revelam as inquietações e ponderações dos senadores em assuntos relacionados à caserna. Os diálogos foram obtidos pela coluna e tiveram sua autenticidade confirmada.

Os militares foram assunto pela primeira vez em junho, após o Exército não aplicar uma punição a Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com Bolsonaro no período em que ainda era general da ativa.

Otto Alencar reagiu de maneira irônica à notícia, compartilhada por Alessandro Vieira, dizendo que Bolsonaro “tem razão quando chama de meu Exército”. O presidente da CPI, Omar Aziz, alertou os colegas de que era “preciso não cair na pilha do Bolsonaro”.

Leia a íntegra no Metrópoles.