terça-feira, 1 de março de 2022

Lula: governo Bolsonaro é "resultado direto do sentimento antipolítico" das elites e da mídia, e será derrotado

 Lula está no México para se encontrar com o presidente López Obrador

Lula, Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | Ricardo Stuckert)

CartaCapital - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou nesta terça-feira 1º ao México onde já concedeu uma entrevista ao jornal local La Jornada. Na conversa, garantiu que a "antipolítica de Jair Bolsonaro" será derrotada nas urnas em outubro deste ano. Lula está no país para se encontrar com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.

“O Brasil está sendo destruído. As pessoas estão empobrecidas. […] Temos um governo que não governa de verdade, que foca na mentira e não respeita absolutamente nada. […] Esse governo desastroso, que é resultado direto do sentimento antipolítico que as elites, com a ajuda dos setores midiáticos, plantaram no Brasil, será derrotado este ano nas urnas”, garantiu Lula.

Leia a íntegra na CartaCapital

Globo avalia que declarações de Bolsonaro sobre a guerra envergonham o Brasil

 "Nenhuma palavra de solidariedade aos civis ucranianos", destaca o editorial

Bolsonaro, logo do O Globo e Zelensky (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Reuters)


247 – O jornal O Globo avalia que as falas de Jair Bolsonaro sobre a guerra na Ucrânia envergonham o Brasil. "Nenhuma palavra de solidariedade aos civis ucranianos atingidos pelas armas de Putin (só ontem ele falou em oferecer vistos humanitários a refugiados). Nenhuma crítica à agressão russa ao território soberano da Ucrânia. Em vez disso, Bolsonaro fez apenas uma menção irônica ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky: 'O povo confiou em um comediante para traçar o destino da nação'. Zelensky tem sido aplaudido no mundo todo por ter preferido cerrar fileiras com seus soldados na defesa do país a exilar-se", aponta o editorial desta terça-feira.

"As declarações de Bolsonaro, que revelam seu despreparo absoluto para lidar com política externa, são uma vergonha para o Brasil. Mais que isso, entram em conflito com as posições que o Itamaraty tem adotado nos foros internacionais", escreve ainda o editorialista.

Próxima reunião para negociação entre Rússia e Ucrânia deve ocorrer nesta quarta-feira

 O encontro deve acontecer entre Belarus e Polônia

Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin (Foto: Reuters)


247 - A segunda reunião para negociações de paz entre Rússia e Ucrânia deve ocorrer nesta quarta-feira (2), publicou a CGTN, emissora estatal chinesa.

O encontro deve acontecer entre Belarus e Polônia.

A primeira rodada de conversas entre representantes dos dois países ocorreu nesta segunda-feira (28), em Belarus. Nenhum acordo ainda foi firmado.

Comboio russo de 60 quilômetros se aproxima de Kiev

 "Para o inimigo, Kiev é o alvo principal", disse Zelensky, presidente da Ucrânia

(Foto: Reprodução)

Reuters - Uma coluna blindada russa derrubou a capital da Ucrânia, Kiev, nesta terça-feira, depois que o bombardeio mortal de áreas civis em sua segunda maior cidade indicou que comandantes russos frustrados poderiam recorrer a táticas mais devastadoras para alcançar os objetivos de sua invasão.

Quase uma semana desde que Moscou desencadeou sua guerra contra seu vizinho, suas tropas não conseguiram capturar uma única grande cidade ucraniana depois de enfrentar uma forte resistência.

Mas ainda tem mais forças para lançar na luta, embora o presidente russo, Vladimir Putin, enfrente condenação mundial e sanções internacionais por suas ações.

A empresa petrolífera Shell tornou-se a mais recente empresa ocidental a anunciar que estava se retirando da Rússia. As sanções e o isolamento financeiro global já tiveram um impacto devastador na economia da Rússia, com o rublo em queda livre e filas do lado de fora dos bancos enquanto os russos correm para salvar suas economias.

Kiev ainda estava nas mãos do governo do presidente Volodymyr Zelenskiy, com soldados e civis prontos para combater os invasores rua por rua.

Mas imagens divulgadas pela empresa de satélites norte-americana Maxar mostraram tanques e caminhões de combustível russos se estendendo por 60 quilômetros ao longo de uma rodovia e chegando a Kiev pelo norte.

"Para o inimigo, Kiev é o alvo principal", disse Zelenskiy, que permaneceu na capital reunindo os ucranianos, em uma mensagem durante a noite.

"Nós não os deixamos quebrar a defesa da capital, e eles mandam sabotadores para nós... Vamos neutralizar todos eles."

O conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, disse que as forças russas estão tentando sitiar Kiev e Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia perto da fronteira com a Rússia no leste da Ucrânia.

Tropas russas dispararam artilharia em Kiev, Kharkiv e na cidade portuária de Mariupol, no sul, durante a noite, enquanto o lado ucraniano derrubou aviões militares russos ao redor da capital, disse Arestovych em um briefing.

As autoridades ucranianas também relataram 70 soldados mortos em um ataque com foguete em uma cidade entre Kiev e Kharkiv.

Risco para civis

Em Moscou, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que o Kremlin continuará sua operação militar na Ucrânia até atingir seus objetivos. O objetivo era se proteger das ameaças criadas pelo Ocidente e a Rússia não estava ocupando o território da Ucrânia, disse ele à agência de notícias Interfax.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse em uma atualização de inteligência que o avanço russo em Kiev fez pouco progresso nas últimas 24 horas, provavelmente devido a problemas logísticos.

Mas também alertou para uma mudança nas táticas russas.

"O uso de artilharia pesada em áreas urbanas densamente povoadas aumenta muito o risco de baixas civis", disse.

Kharkiv sofreu o impacto do ataque na segunda-feira. Autoridades dizem que dezenas de pessoas foram mortas e feridas por ataques de mísseis que atingiram áreas civis.

Zelenskiy disse que os ataques de artilharia em Kharkiv equivalem a terrorismo de Estado.

"O terror visa nos quebrar, quebrar nossa resistência", disse ele em um discurso em vídeo.

Grupos de direitos humanos e o embaixador da Ucrânia nos Estados Unidos acusaram a Rússia de usar bombas de fragmentação e bombas a vácuo, armas que foram condenadas por muitas organizações.

O estado-maior da Ucrânia disse que as perdas russas incluíam 5.710 funcionários, 29 aeronaves destruídas e danificadas e 198 tanques, todos os números que não puderam ser verificados.

A Rússia não deu um relato completo de suas perdas no campo de batalha, mas fotos da Ucrânia mostraram tanques e corpos russos queimados na estrada onde foram atacados por defensores ucranianos.

As conversações realizadas na segunda-feira na fronteira da Bielorrússia não conseguiram chegar a um avanço. Os negociadores não informaram quando ocorrerá uma nova rodada.

Especialistas em saúde pública dizem que a Ucrânia está com poucos suprimentos médicos críticos e os temores de uma crise de saúde pública mais ampla estão crescendo à medida que as pessoas fogem de suas casas e os serviços e suprimentos de saúde são interrompidos.

Mais de 500.000 pessoas fugiram da Ucrânia, de acordo com a agência de refugiados da ONU, desencadeando uma crise de refugiados enquanto milhares aguardam passagem nas fronteiras europeias. 

Nas Nações Unidas, a Assembleia Geral se reuniu antes de uma votação para isolar a Rússia, lamentando a "agressão contra a Ucrânia" de Moscou e exigindo que suas tropas parem de lutar e se retirem.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, descreveu a decisão de Putin no domingo de colocar a dissuasão nuclear da Rússia em alerta máximo como um "desenvolvimento assustador", dizendo à Assembleia Geral que o conflito nuclear é "inconcebível".

Aperto internacional

A Rússia de Putin enfrenta quase total isolamento internacional, com a notável exceção da China, por causa de sua decisão de lançar o que chamou de "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e capturar "neonazistas e viciados em drogas" que a lideram.

O mais devastador para a Rússia foram as sanções ao seu banco central, que o impedem de usar sua caixa de guerra de US$ 630 bilhões para sustentar o rublo. 

As petrolíferas Shell (SHEL.L) , BP e a norueguesa Equinor (EQNR.OL) anunciaram que deixariam suas posições na Rússia, que depende do petróleo e do gás para as receitas de exportação. 

O Canadá disse que proibiria as importações de petróleo bruto russo, e o senador republicano dos EUA, Lindsey Graham, instou o governo Biden a atingir o setor de energia russo com sanções.

Os principais bancos, companhias aéreas e montadoras encerraram parcerias, suspenderam remessas e chamaram as ações da Rússia de inaceitáveis.

A Mastercard disse que bloqueou várias instituições financeiras de sua rede de pagamentos como resultado de sanções à Rússia e a Visa (VN) disse que também tomará medidas.

Três grandes estúdios, Sony, Disney e Warner Bros., disseram que pausariam os lançamentos nos cinemas dos próximos filmes na Rússia, enquanto a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional proibiram equipes e atletas russos de competir.

Putin, que se orgulha do atletismo e é apaixonado por artes marciais, teve sua faixa preta honorária do World Taekwondo retirada dele por causa da invasão, disse o grupo.

Vários órgãos esportivos internacionais já censuraram a Rússia, um sinal da ampla repulsa global por suas ações.

Reportagem de Aleksandar Vasovic em Kiev; Natalia Zinets, Matthias Williams e Pavel Polityuk em Lviv; Kevin Liffey e Mark Trevelyan em Londres; e outros escritórios da Reuters, incluindo Moscou; Escrito por Peter Graff e Angus MacSwan; Edição por Nick Macfie.

Maioria dos brasileiros quer revisão da reforma trabalhista, aponta pesquisa Quaest

 Segundo o levantamento, 58% aprovam a revisão da reforma, como defende o ex-presidente Lula

Lula (Foto: Reprodução/Youtube | Reuters)

247 – "Uma pesquisa feita pela Genial/Quaest mostra que 53% dos brasileiros são contrários à reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer, em 2017, contra 27% que se dizem favoráveis. E 58% defendem a sua revisão, mesmo que parcialmente", escreve a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna, na Folha de S. Paulo.

"A rejeição à reforma é maior entre os eleitores de Lula (64%) do que entre os de Jair Bolsonaro (33%). Dos que declaram voto no petista, 67% acham que ela deve ser revista", prossegue a jornalista.

Aprovada após o golpe de estado de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a reforma de Michel Temer não gerou empregos, precarizou o trabalho e empobreceu os brasileiros.

Jogadores de futebol brasileiros e suas famílias desembarcam no Brasil emocionados

 O volante Maycon, ex-Corinthians e atualmente contratado pelo Shakhtar Donetsk, foi o primeiro a desembarcar, em Guarulhos

Na Ucrânia, jogadores brasileiros e suas famílias pediram ajuda para deixar o país após ação militar russa (Foto: Reprodução)

247 - Jogadores brasileiros e suas famílias, assim como auxiliares das equipes em que atuam, Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev, conseguiram, finalmente, desembarcar no Brasil, na manhã desta terça-feira (1), após enfrentarem dificuldades para sair da Ucrânia, tomada pelo conflito com a Rússia. 

O volante Maycon, ex-Corinthians e atualmente contratado pelo Shakhtar, foi o primeiro a desembarcar, em São Paulo, junto a sua esposa e o filho pequeno. Ele não escondeu a emoção por ter chegado com segurança ao Brasil, após o voo vindo de Frankfurt, na Alemanha.

"Numa palavra não daria para definir esses últimos dias. Foi uma mistura de sentimentos, de terror, de medo. Depois uma sensação de alívio, de gratificação por poder sair e com todos bem", disse, conforme o site ge

O lateral Dodô, ex-Coritiba, e Pedrinho, ex-Corinthians, assim como Luciano Rosa, preparador físico brasileiro do Shakhtar, também desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, vindos da França. 

"A gente ficou com muito medo porque era uma situação que a gente não esperava. Mas agora é gratidão (por estarmos de volta)", contou Dodô.

Marlon, ex-Fluminense, desembarcou no Rio. O volante Fernando chegou em um voo vindo da França ainda nesta manhã. 


'Não se resolve com soco na mesa': de que lado está o Brasil na guerra entre Rússia e Ucrânia?

 Especialistas esclarecem as declarações de Bolsonaro sobre o conflito e as posições do Brasil na ONU

Jair Bolsonaro, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky (Foto: Reuters)


Sputnik - Nesta segunda-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou sobre a operação militar russa na Ucrânia, dizendo que o Brasil tem que "continuar nessa política de se aproximar de todo mundo e lutar pela paz".

"Vamos resolver o assunto, mas não vai ser na pancada. Afinal você está tratando com uma das maiores potências nucleares do mundo de um dos lados", declarou Bolsonaro durante entrevista à Jovem Pan. "Essas coisas não se resolvem com soco na mesa".

O presidente disse que não interessa ao Brasil antagonizar com Moscou, uma vez que "temos uma dependência enorme dos fertilizantes da Rússia", essenciais para o agronegócio.

Bolsonaro ainda lembrou o apoio recebido da Rússia quando, segundo ele, países da OTAN consideraram relativizar a soberania brasileira sobre a Amazônia.

"Queriam dizer que a autonomia da Amazônia não seria mais nossa, que seria de um pool de países. Quem disse que a Amazônia era nossa foi o presidente Putin [...] Se países como EUA, França, Reino Unido querem relativizar e a Rússia não, vamos abrir mão disso? Vamos assumir o lado daqueles que querem relativizar a soberania da Amazônia?", declarou Bolsonaro.

Apesar da aparente convicção do presidente da República, a posição brasileira em relação à operação militar russa na Ucrânia pode sofrer modificações.

"Os acontecimentos do dia 24 de fevereiro podem levar o Brasil a reavaliar sua posição, mas com alguns solavancos, mostrando que existe ainda um racha entre diversos setores do governo", disse à Sputnik Brasil a professora de Relações Internacionais da Unifesp e dos programas de pós-graduação em RI da UFRJ e Santiago Dantas, Cristina Pecequilo.

Brasil na ONU

Para Pecequilo, a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, em janeiro de 2022, como membro não permanente, inaugura uma nova fase da política externa do governo Bolsonaro. Durante reunião do conselho, em 25 de fevereiro, o Brasil votou ao lado dos EUA para condenar a operação russa.

"Porém, foi uma manifestação bastante interessante, pois o Brasil conseguiu retomar uma linha de política externa que sempre defendera há muitos anos, e somente no pós-2019 vinha sendo quebrada", considerou. "Essa linha política é pragmática e realista, na qual é necessário fazer uma defesa veemente do multilateralismo [...] mas, ao mesmo tempo, fazer uma posição claramente em defesa da soberania."

Em entrevista nesta segunda-feira (28), o presidente Bolsonaro disse que o Brasil trabalhou para que a resolução do Conselho de Segurança da ONU fosse abrandada.

"Houve participação ativa do Brasil, junto com os EUA, para que a resolução fosse amenizada. Se você lê a resolução, ela não condena a Rússia. Ela é bastante amena", revelou Bolsonaro.

As Nações Unidas voltaram a debater a operação militar russa na Ucrânia nesta segunda-feira (28), desta vez em sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU.

O representante do Brasil na organização, embaixador Ronaldo Costa Filho, pediu que medidas como sanções econômicas e ataques cibernéticos fossem reavaliadas, em prol de um cessar-fogo.

"Ao longo dos últimos anos, assistimos à deterioração progressiva da situação de segurança e do equilíbrio de poder no leste da Europa. O enfraquecimento dos Acordos de Minsk por todas as partes, assim como o descrédito das preocupações de segurança vocalizadas pela Rússia prepararam o terreno para a crise que estamos testemunhando", disse o embaixador brasileiro. "No entanto, quero deixar claro que essa situação não justifica de forma alguma o uso da força".

Garantias de segurança

A declaração do embaixador mostra que o Brasil é sensível às demandas russas por garantias de segurança. Em janeiro, a Rússia demandou que o ocidente respondesse às suas preocupações em relação a temas como a expansão da aliança militar OTAN para o leste e a falta de acordos de controle de armas no espaço europeu.

O pesquisador e membro do grupo de pesquisas sobre BRICS da Universidade de São Paulo (GEBRICS), Valdir da Silva Bezerra, lembra que o Brasil nem sempre possui posições claras em relação a assuntos de interesse da Rússia.

"O Brasil pareceu sensível, de fato, às demandas russas [...] entretanto o país não possui uma posição contundente em relação à expansão da OTAN para o leste", disse Bezerra.

Por outro lado, em declarações recentes no BRICS, o Brasil lamentou a interrupção de acordos de controle de armas entre EUA e Rússia, essenciais para a estabilidade estratégica.

Em seu discurso desta segunda-feira (28), o embaixador Ronaldo Costa Filho lembrou que “uma solução pacífica da crise não é apenas a cessação das hostilidades. Trata-se de criar as condições para uma maior sensação de segurança entre todos os envolvidos".

"O nosso embaixador Ronaldo foi cauteloso, e tem que ser cauteloso mesmo", corroborou o presidente Jair Bolsonaro. "Alguns querem que eu dê um soco na mesa e dizer que o Brasil está daquele ou desse lado."

Relações com a Ucrânia

O presidente brasileiro revelou ter sido alvo de críticas em documento supostamente emitido pelo presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira. Bolsonaro não citou nominalmente o signatário da carta, mas, de acordo com o site da organização, seu presidente é o médico Afonso Antoniuk.

Segundo Bolsonaro, o documento está "cheio de lição de moral" e seria "extremante infantil, tanto que eu acho que não é nem verdadeiro".

Apesar da discordância com o membro da comunidade ucraniana, Bolsonaro anunciou a emissão de vistos humanitários para acelerar a acolhida de refugiados que queiram se deslocar para o Brasil.

"Conversei com [o ministro das Relações Exteriores] Carlos França e vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem para o Brasil através de visto humanitário", revelou o presidente. "Nós faremos todo o possível para receber o povo ucraniano que porventura queira vir para cá, vamos facilitar a vida deles."

Manter o equilíbrio diplomático entre Ucrânia e Moscou é um dos principais desafios da diplomacia bolsonarista. Mas, de acordo com Bezerra, a posição atual do Brasil pode dificultar as relações com Kiev.

"Vejo sim essa possibilidade de algum dano a essas relações com Kiev", disse Bezerra. "Isso pode inclusive ter consequências para os próximos governos brasileiros, sendo Bolsonaro reeleito ou não."

Para Bezerra, a posição do presidente brasileiro sugere que ele quer "atingir alguns dos objetivos que foram declarados, durante a sua visita a Moscou, de ampliação da colaboração em áreas como exploração de petróleo e gás, agricultura [...] tecnologia e elementos para reatores nucleares".

Sanções econômicas

Outra decisão que os diplomatas brasileiros deverão tomar em breve é sobre a adesão do país ao pacote de sanções contra a Rússia.

Tradicionalmente, o Brasil não apoia sanções econômicas que não tenham sido aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. No entanto, a pressão por parte de países como Estados Unidos, Reino Unido e Ucrânia para que Brasília tome medidas econômicas é grande.

Nesta segunda-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro revelou que "as informações que nós temos é que vários países querem sanções, desde que aquilo que eles importam da Rússia não entre nesse pacote. Vários países europeus tocam sanções, desde que não afete o gás. O americano quer sanções, desde que não afete alumínio e petróleo."

"Nenhum país quer que as sanções atinjam a si próprio, e o Brasil não é diferente disso", disse Bolsonaro. "Se tiver sanções econômicas em cima [de fertilizantes] o nosso agronegócio será duramente afetado."

Para Bezerra, a adesão do Brasil a um pacote de sanções teria impacto pouco significativo e não causaria grandes prejuízos à Rússia.

"Eu vejo como muito remota essa possibilidade, apesar de ela existir sim, porque os EUA vão pressionar seus aliados e parceiros mais próximos, inclusive no continente americano, para se aliarem às sanções", disse o pesquisador.

Nova resolução das Nações Unidas sobre a operação militar russa na Ucrânia está sendo negociada no âmbito da Assembleia Geral da organização e poderá ser votada ainda nesta terça-feira (1º).

Zelensky em discurso ao Parlamento Europeu: “Provem que estão conosco e que não nos abandonarão” (vídeo)

 Presidente da Ucrânia falou nesta terça-feira aos parlamentares europeus por videoconferência diretamente de seu país

Zelensky (Foto: Reprodução)

247 - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discursou ao Parlamento Europeu na manhã desta terça-feira (1), por videoconferência e fez um chamado à União Europeia: “Provem que vocês estão conosco. Provem que não vão nos abandonar. Provem que vocês são realmente europeus e então a vida vencerá a morte e a luz vencerá as trevas. Glória à Ucrânia “, disse ele em ucraniano em um discurso traduzido para Inglês por um intérprete falando entre lágrimas. Assista ao vídeo da sessão abaixo.

Na véspera, Zelensky havia assinado um pedido oficial de adesão à União Europeia.

Os parlamentares, muitos vestindo camisetas com uma hashtag de apoio à Ucrânia e segurando a bandeira ucraniana, outros com lenços ou fitas azuis e amarelas, aplaudiram Zelensky de pé.

“A União Europeia será muito mais forte conosco. Sem vocês, a Ucrânia estará solitária”, disse Zelensky. Mas o processo de adesão do país à UE normalmente será longo e complexo. 

 Assista à sessão:



Bombardeio russo mata mais de 70 soldados da Ucrânia

 O ataque aconteceu nesta segunda-feira na cidade de Okhtyrka, na região de Sumy, nordeste da Ucrânia

(Foto: Irina Rybakova/Serviço de Imprensa das Forças terrestres ucranianas/via Reuters)


Reuters - Mais de 70 militares ucranianos foram mortos quando tropas russas bombardearam uma base militar na cidade de Okhtyrka, na região de Sumy, nordeste da Ucrânia, nesta segunda-feira (28), disse o governador regional Dmytro Zhyvytskyy no Facebook.

Rússia controla capitais e tenta impedir a saída de investidores estrangeiros

 A medida, anunciada pelo primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin, vem em resposta ao congelamento de capital russo no exterior pelos EUA, UE e seus aliados

Vladimir Putin (Foto: Reuters)0-PPPPPP


RT - A Rússia está suspendendo temporariamente a saída de investimentos estrangeiros do país, anunciou o primeiro-ministro Mikhail Mishustin na terça-feira. A medida vem em resposta ao congelamento de capital russo no exterior pelos EUA, UE e seus aliados.

“Esperamos que aqueles que investiram em nosso país possam continuar a fazê-lo no futuro. Tenho certeza de que a pressão das sanções acabará por diminuir, e aqueles que não restringirem seus projetos em nosso país, sucumbindo aos slogans de políticos estrangeiros, vencerão”, disse Mishustin em um briefing diário sobre o desenvolvimento econômico da Rússia.

O primeiro-ministro acrescentou que a comissão de trabalho do governo russo para combater as sanções relacionadas à Ucrânia está mudando para o modo de sede operacional.

“Na atual realidade das sanções, os empresários estrangeiros são obrigados a se guiar não por fatores econômicos, mas por tomar decisões sob pressão política. Para permitir que as empresas tomem decisões informadas, um projeto de Decreto Presidencial foi preparado para introduzir restrições temporárias à saída de ativos russos. Como mostra a prática, é fácil sair do mercado, mas é muito mais difícil retornar a um local já densamente ocupado por concorrentes”,  explicou Mishustin.

A resposta de Moscou segue duras penalidades econômicas impostas à Rússia na semana passada pelos EUA e seus aliados, que se opõem à intervenção militar do país na Ucrânia. As medidas incluem desconectar os maiores bancos russos do sistema de pagamentos SWIFT, congelar ativos russos e reservas governamentais mantidas no exterior, bem como penalidades contra o Banco Central do país.

Vídeo: míssil destrói sede do governo de Kharkiv

 Kharkiv - Carcóvia - é a segunda maior cidade da Ucrânia

(Foto: Reprodução)


Por Júlia Portela, Metrópoles - A sede da administração regional de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi alvo de um míssil, na madrugada desta terça-feira (1º/3).

Nas imagens, é possível ver que o prédio não chega a ser atingido diretamente pelo armamento, que cai logo em frente. No entanto, ainda não há informações sobre possíveis vítimas ou feridos.

Em um vídeo feito por uma testemunha logo após o bombardeio, a rua aparece coberta por destroços e carros que estavam estacionados na rua em frente ao prédio, queimados.

Leia a íntegra no Metrópoles.


"Se você achar que não devo sair de folga, não vote em mim", diz Bolsonaro na praia

 Curtindo o carnaval na praia, Jair Bolsonaro tem sido criticado por suas férias sem fim

Bolsonaro em iate no Guarujá (Foto: Reprodução)


247 – Jair Bolsonaro deu uma sugestão àqueles que criticam suas férias sem fim: não votem nele. "Eu estou aqui num quarto no quartel do Exército no Guarujá. Não tem despesa nenhuma aqui. Quanto custa a diária desse quarto aqui? RS 100 reais, talvez. Eu estou chutando", afirmou, em entrevista à Jovem Pan. "Se achar que eu não devo sair mais de folga, se eu virar candidato à reeleição, que não vote em mim, aí eu não vou estar mais aqui no hotel", finalizou.

Recentemente, Jair Bolsonaro passou férias em Santa Catarina, quando a Bahia sofria com enchentes, numa viagem que custou R$ 900 mil aos cofres públicos. Na praia, ele tem se dedicado a passeios de iate e jet-ski.

Lula diz à imprensa mexicana que "América Latina deve estar unida por um mundo que quer a paz e não suporta a guerra"

 O ex-presidente, que se encontra com o presidente mexicano nesta quarta-feira, disse que decidirá sobre sua candidatura após a viagem

Lula (Foto: Reprodução/Youtube)

247 - Em viagem ao México para um encontro com o presidente Andrés Manuel López Obrador, o ex-presidente Lula (PT), em entrevista ao jornal 'La Jornada', falou sobre a necessidade de um 'mundo de paz', e sobre a importância da união da América Latina por este objetivo.

"Precisamos trabalhar em um mundo de cooperação, equilíbrio e paz, com instituições internacionais representativas e eficazes. Os problemas ambientais, especialmente o aquecimento global, a pandemia e as desigualdades brutais dentro e entre países, exigem uma profunda reforma da governança global. A América Latina deve estar unida neste esforço por um mundo que quer a paz e não pode mais suportar a guerra", afirmou.

Ainda que a fala não tenha sido direcionada ao conflito entre Rússia e Ucrânia no leste da Europa, está em sintonia com a manifestação do petista de dias atrás, no início da guerra. Sobre o Brasil, Lula destacou o desastre do governo Jair Bolsonaro (PL), que empobreceu os brasileiros e é "resultado direto do sentimento antipolítico que as elites, com a ajuda dos setores midiáticos, plantaram no Brasil".

Lula afirmou que definirá sua possível candidatura à Presidência ao retornar da viagem. "Já fui candidato muitas vezes e já fui presidente. Eu nunca me veria como presidente antes das eleições, isso seria um grande erro. Sou um ex-presidente que está avaliando, conversando com muitas pessoas (para decidir) se serei candidato novamente, uma decisão que devo tomar quando voltar do México. Eu tenho uma vantagem e um desafio. Tive muito sucesso como presidente, saí com 87% de aprovação, com o Brasil crescendo 7,5% ao ano e um grande papel no cenário internacional. Tudo isso com democracia, liberdade de imprensa, liberdade de expressão. As pessoas se lembram disso. E meu desafio é voltar, fazer melhor do que já fiz, com toda a experiência e aprendizado que tive ao longo dos anos".

Sobre López Obrador, com quem se reunirá, o petista rasgou elogios. "Tenho muitos amigos no México, que vive um momento importante com o governo progressista de Andrés Manuel López Obrador, o popular AMLO. A relação entre Brasil e México é importante por vários motivos, a começar pelo fato de serem os dois maiores países da América Latina. [López Obrador] conseguiu afirmar a autonomia do México sem criar antagonismos, contribuindo para uma relação mais equilibrada em nosso continente, essencial para o desenvolvimento latino-americano".

Apucarana registra 86 casos de Covid-19 nesta segunda-feira



A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) confirmou 86 casos de Covid-19 nesta segunda-feira (28) em Apucarana. O município segue com 543 mortes e soma agora 33.101 diagnósticos positivos do novo coronavírus.

Os novos casos confirmados são de 45 mulheres e 41 homens. Segundo boletim da AMS, o município tem mais 5 suspeitas em investigação.

Já foram testadas 93.083 pessoas, sendo 62.982 em testes rápidos, 26.464 pelo Lacen (RT-PCR) e 3.637 por laboratórios particulares (RT-PCR).

São 4 pacientes do município internados no Hospital da Providência com o diagnóstico de Covid-19