domingo, 27 de fevereiro de 2022

70% das famílias brasileiras estão endividadas e 43% não sabem como pagar

 

Cenário antecipa que recuperação econômica terá de lidar com a necessidade de recuperar a renda das famílias e retomar sua capacidade de honrar compromissos



Rede Brasil Atual - Levantamento da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), aponta crescente endividamento dos brasileiros: 69,7% da população do país está endividada. Destes, 43,2% declaram que não conseguirão quitar seus débitos. As principais razões são: derretimento do poder de compra dos salários, desemprego e informalidade, inflação e má gestão da economia pelo governo de Jair Bolsonaro. O estudo foi divulgado nesta semana e contou com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O cenário antecipa que a esperada recuperação econômica terá de lidar com a necessidade de recuperar a renda das famílias e retomar sua capacidade de honrar compromissos. “É uma situação que acarreta variados desafios econômicos e sociais, uma vez que muitas dessas pessoas poderão enfrentar dificuldades para se inserir ou permanecer no mercado consumidor”, afirma a ONU em nota.

A entidade cobra ações urgentes do governo para tentar tirar as famílias brasileiras do sufoco. “O trabalho sugere ainda a atuação urgente e efetiva do poder público, na tentativa de realocar esses consumidores no mercado de consumo como forma de mitigar os efeitos do superendividamento, os quais ultrapassam a dimensão econômica e afetam diversos outros aspectos do desenvolvimento humano”.

Para isso, o estudo apresenta algumas recomendações para o poder público. “Entre elas, a regulamentação e aprimoramento de um programa de educação financeira em âmbito nacional, com projetos voltados aos jovens no ambiente escolar, à população em geral e a grupos vulneráveis; a definição de sistema para iniciação e centralização de acesso à via administrativa do processo de repactuação de dívidas; e a adoção de ferramentas que proporcionem parâmetros unificados para auxílio na caracterização do mínimo existencial”.

Conta não bate

De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, no período de junho de 2017 a julho de 2018, a renda mensal média das famílias brasileiras é de R$ 5.452,81, sendo R$ 3.388,96 fruto de trabalho. No campo, esta média cai para R$ 2.809,09 de rendimento total, sendo R$ 1.426,33 oriundo de trabalho. Enquanto isso, as despesas médias dos brasileiros são de R$ 4.985,39 nas cidades e R$ 2.543,15 no campo.

Por outro lado, Mapa da Inadimplência divulgado pelo Serasa em maio de 2021 constatou que o valor médio da dívida por inadimplente é de R$ 3.937,98. O cenário do endividamento é crescente e saltou de 61,36 milhões de não pagadores para 62,56 milhões apenas em 2021. Os estados com maior percentual de endividados são Amazonas, Mato Grosso, Acre, Rio de Janeiro, Roraima, Amapá e São Paulo, além do Distrito Federal.

Em relação ao nível de endividamento, 14,7% dos brasileiros estão “muito endividados”; 24,6% “mais ou menos endividados”; 30,4% “um pouco endividados”; e 30,3% “possuem dívidas que podem pagar”. O total é de 69,7%. A maioria das famílias endividadas (81,8%) estão com atraso no cartão de crádito, seguido por carnês (17,5%); financiamento de carro (11,9%); e crédito pessoal (10%).

Leia a íntegra do relatório aqui.

Estudo aponta 530 grupos de extrema direita no Brasil, alguns terroristas, e 36 deles atuando no Rio

Dados da ONG Anti-Defamation League (ADL) mostram que hoje o Brasil é o país no mundo onde mais cresce o número de grupos de extrema direita



Agenda do Poder - Quando figuras como Bruno Aiub, o Monark, defendem aberta e publicamente o nazismo — no caso específico do YouTuber, a criação de um partido nazista no Brasil —, elas falam para um público que vem se expandindo de forma expressiva nos últimos anos.

Segundo reportagem do Globo, dados da ONG Anti-Defamation League (ADL) mostram que hoje o Brasil é o país no mundo onde mais cresce o número de grupos de extrema direita, concentrados, de acordo com monitoramento do Observatório da Extrema Direita (formado por acadêmicos de mais de dez universidades brasileiras e de outros países) e de pesquisa da professora Adriana Dias, da Universidade de Campinas (Unicamp), nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os últimos dados em mãos dos pesquisadores consultados, passados com exclusividade para O GLOBO, confirmam que São Paulo é o estado com maior presença de grupos, chegando a um total de 137, dos quais 51 estão na capital. Também foram encontradas células de extrema direita em Piracicaba, Campinas, Ribeirão Preto e São Carlos.

Em todo o país, já são mais de 530 células extremistas que, em relatório feito nos primeiros meses deste ano, Adriana dividiu em categorias, de acordo com suas ideologias, como Hitlerista/Nazista, Negação do Holocausto, Ultranacionalista Branco, Radical Catolicismo, Fascismo, Supremacista, Criatividade Brasil, Masculinismo Supremacia Misógina e Neo-Paganismo racista. Em 2019, a especialista detectou 334 células.

No Rio de Janeiro, foram encontrados 36 grupos, 15 deles na capital. Entre os bairros cariocas com maior presença de células de extrema-direita estão Méier, Tijuca e Copacabana. Em Niterói, os pesquisadores identificaram outros dois agrupamentos. Um deles se apresenta como Cali, e foi responsável pelo ataque à produtora do grupo de humor Porta dos Fundos, em 2019.

— Desde 2018, o Brasil se transformou no país com maior crescimento de grupos de extrema direita. Este fenômeno tem a ver com a eleição de Jair Bolsonaro que, num nível subterrâneo, está vinculado a estas ideologias. Hoje, estima-se que 15% dos brasileiros são de extrema direita — afirma Michel Gherman, membro do Observatório da Extrema Direita, professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Instituto Brasil-Israel.


Líderes políticos do Grupo de Puebla condenam ataque russo à Ucrânia

 Aloizio Mercadante, Celso Amorim, Zapatero, Ernesto Samper e Fernando Lugo, entre outros, pedem uma 'solução pacífica' para o conflito


Volodymyr Zelensky, Aloizio Mercadante, Celso Amorim, Fernando Lugo, Ernesto Samper e Vladimir Putin (Foto: Reuters | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


247 - O Grupo de Puebla emitiu nota neste domingo (27) condenando os ataques das forças armadas russas à Ucrânia.

O grupo, que conta com a presença de renomados líderes políticos, como os ex-ministros brasileiros Aloizio Mercadante e Celso Amorim, além de ex-presidentes de países como Colômbia, Paraguai e o ex-primeiro ministro da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero, pede uma "solução pacífica" para o conflito. 

Nós, do Grupo Puebla, condenamos o uso unilateral da força e as graves consequências humanitárias geradas pelos ataques realizados durante a madrugada pela Federação Russa na capital da Ucrânia, Kiev. 

Apelamos por respeito ao direito internacional e pela busca de uma solução pacífica por meio do diálogo e da diplomacia", diz a nota.

Assinam o texto: José Luis Rodríguez Zapatero (ex-premiê da Espanha), Ernesto Samper (ex-presidente da Colômbia), Fernando Lugo (ex-presidente do Paraguai), Celso Amorim (ex-ministro da Defesa do Brasil), María José Pizarro (Membro da Câmara de Representantes da Colômbia), Daniel Martínez (ex-prefeito de Montevidéu), Aloizio Mercadante (ex-ministro da Educação do Brasil), Mónica Xavier (ex-senadora do Uruguai), Marco Enríquez-Ominami (ex-deputado do Chile), Iván Cepeda (senador da Colômbia), José Miguel Insulza (ex-secretário-geral da OEA), Verónika Mendoza (ex-membro do Congresso do Peru) e Camilo Lagos (Presidente do partido Progressista do Chile).

Ucrânia aceita negociar em Belarus cessar-fogo com a Rússia, dizem representantes russos

A Rússia se diz pronta para negociar com o lado ucraniano a fim de atingir a paz em qualquer momento


Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin (Foto: Reuters)

247 com Sputnik   A Ucrânia concordou em realizar as negociações na região bielorrussa de Gomel, a delegação russa vai para lá, confirmou o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.

Chefe da delegação russa em Belarus, Vladimir Medinsky, assistente do presidente da Rússia Vladimir Putin, confirmou: "estávamos prestes a sair, mas literalmente por volta das 15h recebemos informações do lado ucraniano sobre o interesse e a confirmação das negociações (...) Cada hora para nós é uma vida salva".

Ele confirmou também que a Rússia está pronta para negociar com o lado ucraniano a fim de atingir a paz em qualquer momento.

Mais um representante do lado russo, Leonid Slutsky, disse que a delegação está disposta a manter sua posição "bem intransigente" nas conversações com a Ucrânia.

Ele não duvida que já em algumas horas os negociadores da Rússia se reunirão com a delegação ucraniana.

 Em atualização

Vladimir Medinsky, assessor de Putin, diz que Ucrânia aceitou negociar em Belarus pic.twitter.com/SL98QUK6Nj

— Brasil 247 (@brasil247) February 27, 2022