Dos 21 ministros já confirmados, sete são petistas
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira 16 futuros ministros de seu governo, totalizando 21 ministros confirmados até o momento em um total de 37 pastas previstas.
Além dos aspectos técnicos, a ampla frente de apoio nas eleições e a negociação com partidos com peso e número de votos no Congresso entram na equação política para a definição de nomes.
Veja a seguir a lista dos ministros anunciados por Lula até o momento:
FAZENDA: Fernando Haddad
Ex-prefeito de São Paulo, é um dos nomes mais próximos de Lula dentro do PT. Foi candidato à Presidência em 2018, quando Lula não pôde concorrer. Perdeu disputa neste ano pelo governo de São Paulo.
CASA CIVIL: Rui Costa
Governador da Bahia por dois mandatos, é visto como um bom gestor e pode ficar à frente de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
DEFESA: José Múcio Monteiro
Ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), é bem visto dentro das Forças Armadas e elogiado por todos espectros da política por sua capacidade de diálogo e articulação.
JUSTIÇA: Flávio Dino
Dino é ex-juiz federal e coordenou a área de Justiça e Segurança Pública na transição de governo. Defende revogação de decretos que facilitam acesso a armas e maior rigor no combate a crimes ambientais. Foi governador do Maranhão.
RELAÇÕES EXTERIORES: Mauro Vieira
Vieira foi o último ministro do Itamaraty do governo Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, e já chefiou as principais missões diplomáticas do Brasil no exterior, incluindo a representação do país na Organização das Nações Unidas (ONU).
INDÚSTRIA E COMÉRCIO: Geraldo Alckmin
Vice-presidente eleito, o ex-governador de São Paulo é visto como um político hábil nas negociações de bastidores. Antigo adversário de Lula, deixou o PSDB e ingressou no PSB para concorrer na chapa do petista como vice. Coordenou o Gabinete de Transição.
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Alexandre Padilha
Petista de carteirinha, foi coordenador das campanhas de Lula em 1989 e 1994. Em 2011, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais e respondeu pela coordenação política do governo Lula. Médico especializado em Infectologia pela USP, também foi ministro da Saúde na gestão de Dilma Rousseff.
SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA: Márcio Macêdo
Vice-presidente do PT, o deputado foi tesoureiro da sigla de 2015 a 2020. Biólogo, já ocupou secretarias estaduais, como a de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Sergipe.
SAÚDE: Nísia Trindade
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desde 2017, teve papel fundamental durante a pandemia de Covid-19, organizando ações emergenciais, como aumento da capacidade de produção de kits de diagnóstico e a produção de vacinas. Também criou o Observatório Covid-19, rede de sistematização e monitoramento de dados epidemiológicos.
EDUCAÇÃO: Camilo Santana
Governador do Ceará por dois mandatos, é filho de ex-deputado e assistente social. Formado em Engenharia Agrônoma, ingressou na máquina pública como servidor concursado no Ibama.
GESTÃO: Esther Dweck
Professora Associada do Instituto de Economia da UFRJ, atuou no governo Dilma como chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento entre 2011 e 2014, e como secretária de Orçamento Federal em 2015 e 2016.
TRABALHO: Luiz Marinho
Sindicalista e presidente do Diretório do PT em São Paulo, Marinho foi ministro da Previdência Social do governo Lula, entre 2007 e 2008, e prefeito de São Bernardo do Campo (SP) pelo PT 2009 a 2016.
PORTOS E AEROPORTOS: Márcio França
Político do PSB, desistiu de concorrer neste ano ao governo de São Paulo, abrindo caminho para Haddad disputar o posto, e concorreu ao Senado, mas não conseguiu se eleger. Foi governador de São Paulo entre 2018 e 2019, após ter sido vice-governador de 2015 a 2018. Ao tentar a reeleição, perdeu o governo de São Paulo para João Doria (PSDB).
CIÊNCIA E TECNOLOGIA: Luciana Santos
Com origens no movimento estudantil, é atual presidente nacional do PCdoB. Vice-governadora de Pernambuco -- ela concorreu novamente como vice na chapa de Danilo Cabral (PSB), mas eles não se elegeram. Santos já exerceu mandatos como deputada federal e estadual.
DESENVOLVIMENTO SOCIAL: Wellington Dias
Ex-governador do Piauí e senador eleito pelo PT, coordenou as conversas com o Congresso para a aprovação do Orçamento de 2023 e da PEC da Transição. Especialista em Políticas Públicas e Governo, iniciou a carreira política em 1992, como vereador de Teresina. Depois elegeu-se deputado estadual, federal e chegou a senador.
CULTURA: Margareth Menezes
Cantora de estilo AfroPop, proposta que mistura elementos africanos, brasileiros e pop, criou em 2004 a Associação Fábrica Cultural, entidade privada sem fins lucrativos voltada à construção coletiva do reconhecimento cultural local.
IGUALDADE RACIAL: Anielle Franco
Irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. Ativista das questões étnico-raciais, Anielle é jornalista, colunista, escritora e professora, além de feminista e diretora do Instituto Marielle Franco.
MULHERES: Cida Gonçalves
Militante e ativista do movimento de mulheres e movimento feminista, é especialista em gênero e violência contra a mulher. No primeiro mandato de Lula, ocupou o cargo de secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres na Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Coordenou processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil.
DIREITOS HUMANOS: Silvio Almeida
Jurista, filósofo e professor, preside o Instituto Luiz Gama, associação civil sem fins lucrativos formada por um grupo de juristas, acadêmicos e militantes dos movimentos sociais que atua na defesa das causas populares, com ênfase nas questões sobre os negros, as minorias e os direitos humanos.
ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO: Jorge Messias
O procurador da Fazenda já ocupou subchefia de assuntos jurídicos da Casa Civil (SAJ) do governo Dilma, ocasião em que ficou conhecido com a divulgação de grampo ilegal em que a então presidente conversava com Lula sobre um termo de posse. Messias integrou a coordenação do grupo de trabalho de Transparência, Integridade e Controle do gabinete de transição.
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO: Vinícius Marques de Carvalho
Especialista em políticas públicas e gestão governamental, o professor-doutor no Departamento de Direito Comercial da Universidade de São Paulo, já presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de 2012 a 2016. Entre 2011-2012 foi secretário de Direito Econômico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário