Integrantes do grupo mencionaram pendências com a ONU, a OIT e a OMC. Segundo eles, há risco de perda de direito ao voto
Carta Capital - O Grupo de Trabalho sobre Planejamento, Orçamento e Gestão da equipe de transição relatou, nesta terça-feira 6, o acúmulo de 5 bilhões de reais em dívidas do Brasil com organismos internacionais, que incluem a Organização das Nações Unidas, a Organização Internacional do Trabalho e a Organização Mundial do Comércio. A informação foi divulgada pelo presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda, integrante do GT de Planejamento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista participou de uma coletiva de imprensa ao lado da colega de profissão Esther Dweck e do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT).
“O que nos deparamos aqui na transição é que estamos inadimplentes junto a órgãos internacionais muito relevantes”, disse Lacerda. “E isso é muito grave, porque evidentemente nós perdemos a interlocução com esses órgãos e direito a voto. Então é algo muito significativo.”
Na sequência, Mercadante afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “quebrou o Estado brasileiro” e disse que o orçamento do ano que vem não prevê o pagamento da dívida com esses organismos. “A política externa do governo transformou o Brasil num pária. Mas não é só um pária. É um pária que deve 5 bilhões para os organismos multilaterais. Isso significa que o Brasil será excluído desses fóruns, não ter direito a voto, não ter direito a participação, não ter direito ao concerto das nações. E é uma dívida pesada que também não tem previsão orçamentária para o ano que vem“, protestou.
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