A confiança dos militantes bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições começa a dar sinais de desgaste após semanas de promessas não cumpridas e de notícias falsas sobre um “xeque-mate” contra a Justiça Eleitoral.
Segundo informações do Metrópoles, sem fatos novos que segurem a esperança em uma virada de mesa para evitar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suba a rampa do Palácio do Planalto, os brasileiros que se mobilizam na internet, em rodovias e na frente de quartéis já expõem divergências e veem a coesão da mobilização se fragilizar.
Os bolsonaristas estão se desentendendo sobre os próximos passos do movimento de contestação da vitória de Lula e dos pedidos por uma intervenção militar que impeça a diplomação do petista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Essas divergências começam a se intensificar após semanas de expectativas plantadas sobre ações iminentes dos militares ou do próprio presidente não reeleito Jair Bolsonaro (PL).
Foram tantas promessas de um desfecho em “no máximo 72 horas” que um contingente crescente de militantes começa a desconfiar das mensagens apócrifas que circulam em enorme fluxo nos grupos bolsonaristas dos aplicativos de troca de mensagens, como Telegram e WhatsApp.
Os militantes estão, desde o último domingo (27/11), discutindo acaloradamente sobre manter as mobilizações só na frente dos quartéis ou ampliar os atos para tentar impedir que eles percam força por inanição.
Alinhados ao senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que conseguiu aprovar numa comissão do Senado um requerimento para uma audiência pública sobre o processo eleitoral, influenciadores bolsonaristas com grande audiência nas redes, como Oswaldo Eustáquio e Allan Frutuozo, começaram a se mobilizar por uma “marcha da liberdade” na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na quarta (30/11).
Essa convocação, porém, começou a receber forte oposição nas redes e na porta dos quartéis e esses notórios bolsonaristas passaram a ser chamados de “infiltrados” e “traidores”, o que os está obrigando a gastar seu poder de influência nas redes para se justificar. “É uma marcha dos evangélicos. Nós gravamos [um vídeo que tem circulado nas redes] para poder apoiar os evangélicos. Ninguém falou de sair do QG ou desmobilizar coisa nenhuma”, defende-se Frutuozo, em vídeo divulgado na segunda (28/11).
Hoje os militantes bolsonaristas insatisfeitos com a derrota de Bolsonaro para Lula completam 30 dias de uma mobilização que começou com bloqueios de rodovias e depois se concentrou nas portas de quartéis das Forças Armadas, sobretudo em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles
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